A cidade de Sumy, no Nordeste da Ucrânia, foi atingida por dois mísseis balísticos disparados pela Rússia na manhã deste domingo (13), durante as celebrações do Domingo de Ramos. O ataque, classificado pelas autoridades ucranianas como um dos mais letais dos últimos meses, deixou ao menos 32 mortos e 84 feridos, de acordo com dados atualizados pelas autoridades locais.

Bombardeio em centro urbano no Domingo de Ramos

O bombardeio ocorreu por volta das 10h15 do horário local (4h15 em Brasília) e teve como alvo o centro urbano da cidade, uma área predominantemente civil. Vídeos e imagens compartilhados nas redes sociais mostram cenas de destruição, com destroços espalhados pelas ruas e corpos entre os escombros, evidenciando a intensidade da explosão.

A ofensiva russa aconteceu em meio a um período de apelos por trégua humanitária durante datas religiosas, o que ampliou a indignação da comunidade internacional. Autoridades europeias e americanas se pronunciaram publicamente, demonstrando solidariedade ao povo ucraniano e cobrando ações mais contundentes contra Moscou.

“Neste Domingo de Ramos, nossa comunidade sofreu uma tragédia terrível. Infelizmente, já sabemos de mais de 20 mortes”, disse o prefeito em exercício, Artem Kobzar, em um comunicado nas redes sociais.

Reações ucranianas e resposta institucional

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confirmou o ataque e destacou o trabalho das equipes de emergência que atuam no resgate das vítimas. Ele reforçou o apelo por uma resposta coordenada da comunidade internacional, classificando o ataque como uma demonstração do que chamou de terrorismo sistemático por parte da Rússia.

De acordo com o governo ucraniano, o ataque em Sumy representa uma escalada nas ações ofensivas contra populações civis e evidencia o fracasso de iniciativas diplomáticas para conter o avanço militar russo. As operações de resgate prosseguem, e o número de vítimas ainda pode aumentar.

“Segundo informações preliminares, dezenas de civis foram mortos e feridos. Só uma escória imunda pode agir assim, tirando a vida de pessoas comuns”, disse o presidente.

Estado de guerra e contexto de violência contínua

Desde o início da invasão russa à Ucrânia, em fevereiro de 2022, ataques a áreas civis tornaram-se recorrentes. Nos últimos meses, a Rússia intensificou o uso de mísseis balísticos, drones e bombardeios aéreos, atingindo alvos estratégicos e, com frequência, locais civis — como hospitais, escolas e zonas residenciais.

O ataque a Sumy insere-se em uma fase de crescente pressão militar. A cidade, que tem cerca de 250 mil habitantes, já havia sido alvo de ataques anteriores, mas o bombardeio deste domingo foi o mais mortal desde o início da guerra naquela região.

Comunidade internacional critica ataque e discute novas sanções

Lideranças políticas da Europa e dos Estados Unidos condenaram o ataque. Representantes da União Europeia classificaram a ação como uma violação grave dos princípios do direito internacional e destacaram que a Ucrânia havia aceitado um cessar-fogo incondicional para o período de celebrações religiosas.

“Todos sabem que é só a Rússia que quer esta guerra. Hoje está claro que só a Rússia quer continuar com ela, demonstrando seu desprezo pela vida humana”, disse o presidente da França Emmanuel Macron, em post na rede social X.

Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump manifestou descontentamento com a escalada da violência e afirmou que pretende intensificar os esforços diplomáticos. Segundo ele, conversas entre representantes russos e ucranianos estão em andamento e um possível cessar-fogo estaria próximo. Apesar disso, assessores próximos recomendaram cautela, especialmente em relação a contatos diretos com o presidente russo, Vladimir Putin.

“Não estou feliz com o que está acontecendo, porque eles estão bombardeando loucamente agora. E eu não sei o que está acontecendo lá. Essa não é uma boa situação”, disse Donald Trump.

O presidente americano também afirmou que novas sanções econômicas contra a Rússia estão sendo avaliadas, especialmente diante da persistência dos ataques contra civis.