O presidente do Equador, Daniel Noboa, foi reeleito, neste domingo (13), após vencer o segundo turno das eleições presidenciais com ampla vantagem sobre a candidata da oposição, Luísa González. Com 92,02% das urnas apuradas, ele somava 55,86% dos votos, segundo dados oficiais do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Segundo o presidente, a vitória representa não apenas a continuidade do seu governo, mas também um sinal de apoio popular às políticas adotadas por ele nos últimos meses, especialmente no combate ao crime organizado, um dos principais temas da campanha eleitoral. Em sua declaração pública, o presidente comemorou o resultado, classificando como “histórico” e destacando a diferença de mais de um milhão de votos em relação à sua adversária.

Oposição não reconhece derrota e aponta suposta fraude

Apesar da contagem expressiva, a candidata Luísa González, do Movimento Revolução Cidadã, não reconheceu o resultado oficial. Em publicação feita na rede social X (antigo Twitter), ela afirmou que o país vive uma “ditadura” e classificou o processo como a “pior fraude eleitoral da história da nossa República”.

“Tivemos cerca de 11 pesquisas eleitorais, e todas, mesmo as do governo, nos apontavam vitoriosos”, escreveu González, ao defender a recontagem dos votos e a abertura das urnas.

A candidata representa o grupo político liderado pelo ex-presidente Rafael Correa, que governou o Equador entre 2007 e 2017 e ainda exerce forte influência na política nacional, especialmente entre eleitores de esquerda.

Presidente comemora vitória em casa, ao lado da família

A celebração de Noboa foi feita de forma discreta, a partir de um palco montado no pátio de sua casa de praia, na cidade de Olón, província costeira de Santa Helena. Ao lado da esposa, a influenciadora digital Lavínia Valbonesi, e da mãe, Anabela Azin — que também foi eleita deputada e é cotada para presidir a Assembleia Nacional —, o presidente discursou para apoiadores, reafirmando o compromisso com a continuidade das ações de governo.

Contexto político e próximos desafios

A reeleição de Noboa consolida sua posição como uma liderança jovem em ascensão na América Latina. Ele assumiu o cargo em 2023, após vencer eleições extraordinárias convocadas devido à dissolução do Congresso. Agora, inicia um novo mandato com maior respaldo popular, mas ainda enfrenta desafios significativos, como a crise de segurança, a recuperação econômica e a polarização política.

A tensão pós-eleitoral traz à tona questões sobre confiança nas instituições eleitorais e o papel das redes sociais na mobilização de contestação popular. O CNE ainda não se pronunciou oficialmente sobre as alegações de fraude feitas por Luísa González, mas fontes ligadas ao órgão afirmam que o processo seguiu “total normalidade democrática”.

Candidato da continuidade

Daniel Noboa, herdeiro de um império empresarial e filho do ex-candidato presidencial Álvaro Noboa, assumiu uma postura de centro-direita durante a campanha, defendendo políticas de austeridade fiscal e reforço das forças de segurança. Sua administração foi marcada pela decretação do estado de exceção em várias províncias do país e pela adoção de medidas duras contra o narcotráfico e grupos criminosos.

A recondução ao cargo indica a continuidade das diretrizes adotadas nos últimos anos, em um cenário marcado por elevados índices de violência no país.