Um terremoto de magnitude 5,5 atingiu, na manhã deste domingo (13), Mianmar nas proximidades da cidade de Meiktila, situada no centro do país. O tremor foi registrado pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) e ocorre em meio à série de abalos secundários após o terremoto devastador de 28 de março, considerado um dos mais fortes desde então.

O novo abalo foi detectado na região do município de Wundwin, a cerca de 97 quilômetros ao sul de Mandalay, uma das maiores cidades do país. O Departamento Meteorológico de Mianmar informou que o epicentro foi localizado a uma profundidade de 20 quilômetros, embora o USGS tenha estimado a profundidade em 7,7 quilômetros. Até o momento, não há relatos de vítimas ou danos materiais expressivos relacionados ao novo tremor.

País ainda contabiliza perdas do terremoto de março

O abalo sísmico deste domingo ocorre enquanto Mianmar ainda tenta se recuperar das consequências do terremoto de 7,7 graus de magnitude que atingiu a região central do país no final de março. O tremor derrubou milhares de construções, colapsou pontes e interrompeu vias de acesso, agravando uma situação humanitária já crítica.

De acordo com a emissora estatal MRTV, o número de mortos chegou a 2.886 no início de abril, com ao menos 4.639 feridos. Relatórios locais indicam que o total pode ser ainda maior, considerando áreas isoladas ou sem acesso à comunicação. Além disso, a catástrofe impactou regiões já fragilizadas por uma guerra civil em andamento desde o golpe militar de 2021, que depôs o governo democraticamente eleito de Aung San Suu Kyi.

Esforços de resgate continuam em meio a conflito armado

Mesmo com o avanço das operações de busca, a maioria das equipes de resgate vem encontrando apenas corpos sob os escombros. Ainda assim, casos de sobreviventes resgatados com vida chegaram a ser registrados dias após o terremoto. Dois homens foram salvos de um hotel em Naypyitaw após mais de 100 horas soterrados, e outro foi encontrado em uma pousada desabada no município de Sagaing, próximo ao epicentro.

Essas ações ocorrem enquanto diversas forças de resistência anunciaram cessar-fogo temporário para permitir o trabalho humanitário. No entanto, o governo militar tem mantido operações ofensivas, gerando críticas por priorizar a estabilidade do regime em detrimento da resposta à crise.

Ajuda humanitária enfrenta dificuldades logísticas

Vários países se mobilizaram para oferecer auxílio a Mianmar. A Austrália prometeu mais US$ 4,5 milhões em ajuda emergencial, além de ter enviado uma equipe de resposta rápida. A Índia encaminhou aviões com suprimentos e navios da Marinha com cerca de 200 socorristas. China, Rússia, Emirados Árabes Unidos e Estados Unidos também enviaram equipes especializadas.

Apesar do esforço internacional, os desafios logísticos dificultam a operação. Diversas áreas continuam sem energia elétrica, telefone ou internet, além de serem de difícil acesso terrestre. As informações mais precisas ainda se concentram nas regiões de Mandalay e Naypyitaw, mas novos relatos de destruição começam a surgir em locais mais remotos.

Devastação atinge regiões isoladas e causa mortes adicionais

No município de Singu, ao norte de Mandalay, 27 mineiros morreram após o desabamento de uma mina de ouro. Já na região do Lago Inle, casas construídas sobre palafitas colapsaram com o tremor, resultando em diversas mortes, ainda sem números confirmados. A dimensão total da tragédia segue incerta devido à limitação no fluxo de informações.