Vereadores rompem acordo e Muniz critica falta de ética: ‘forma desleal de fazer política’
Expectativa era que presidente da CMS reeleito recebesse 41 votos, mas placar final apontou apenas 39 a favor

O vereador Carlos Muniz (PSDB) iniciou, na manhã desta quinta-feira (2), seu novo mandato como presidente da Câmara Municipal de Salvador (CMS) com um discurso marcado por críticas à quebra de acordo de dois vereadores que prometeram votar nele, mas não cumpriram. A expectativa era que o tucano recebesse 41 votos, mas o placar final apontou apenas 39 a favor.
“Cada um vota de acordo com sua consciência. Eu acho só que as pessoas não podem fazer um acordo para não cumprir. Porque eu não faço nenhum [acordo] para deixar de cumprir. Eu acho que é falta de ética daquela pessoa que fez algo desse tipo. É uma forma desleal de fazer política ou até de um hábito na vida pessoal”, afirmou Muniz ao Portal M!, após o resultado da eleição no plenário Cosme de Farias.
Relacionamento com Geraldo Júnior
Essa foi a primeira eleição de fato para o cargo de presidente que Carlos Muniz enfrentou na Câmara Municipal. No dia 2 de janeiro de 2023, ele tomou posse como presidente da CMS, após a transmissão oficial do cargo do ex-presidente Geraldo Jr. (MDB), que assumiu como vice-governador da Bahia. Questionado sobre sua relação com o emedebista, o tucano destacou a parceria e o respeito que nutre pelo ex-presidente da Câmara.
“Na realidade, Geraldo Júnior continua sendo um irmão para mim, uma pessoa que eu gosto muito, uma pessoa que, mesmo às vezes ele não ouvindo meus conselhos, eu aconselho. Eu aconselhei a ele não ser candidato a prefeito de Salvador, porque eu tinha certeza que ele não teria o apoio necessário da base que apoiaria ele. Após a derrota, disse a ele que pra mim ele foi um herói. Na realidade, sou muito grato a Geraldo, porque pela primeira vez que eu fui presidente dessa Casa, não foi em votação. Eu era vice-presidente, assumi a presidência, e uma das pessoas que fizeram isso acontecer foi Geraldo Júnior”, declarou.
Críticas ao governo de Jerônimo Rodrigues
Muniz também comentou sobre o governador Jerônimo Rodrigues (PT). Ele relembrou que o petista foi seu “candidato a governador e se fosse hoje votaria nele novamente”.
“Meu receio de falar isso é zero. Acho que ele tá devendo em vários aspectos à população, principalmente, em relação ao transporte público. Eu cheguei a pedir a ele para olhar com carinho para essa questão. E acho também que ele está devendo muito em relação à segurança pública. Mas não tenho dúvidas que a população, assim como eu, ainda acredita que ele possa fazer uma boa gestão”, pontuou ao Portal M!.
Desafios de Salvador e papel da Prefeitura
Ao abordar os problemas enfrentados pela capital baiana, Muniz destacou a educação básica e o transporte público como as principais questões a serem enfrentadas pela gestão municipal.
“Vários problemas, principalmente na área da educação, quando você tem uma educação básica, uma creche, e você não oferece as vagas necessárias, é o primeiro problema de Salvador. O segundo problema é o transporte público. Salvador tem um transporte público caótico, caro, que as pessoas não podem pagar e nós temos que fazer algo que venha a melhorar essa situação”, disse o presidente da Câmara ao Portal M!.
Muniz também criticou a falta de investimentos e incentivos fiscais dos governos federal e estadual para o setor de transporte. No entanto, defendeu que a Prefeitura de Salvador adote medidas para aliviar os custos para a população, já que o valor das passagens devem sofrer reajuste após 2 anos congelados.
“Se você é pode amenizar esse problema e eu acho que o município pode fazer isso, nós temos que fazer. Nós temos que melhorar o transporte público. Ele é caro, sujo e de má qualidade. A população de Salvador não pode sofrer o que vem sofrendo com transporte público. A Prefeitura tem que fazer algo para que venha a melhorar. Se ela não tem condições de solucionar o problema 100%, porque necessita que o Governo do Estado participe, que o Governo Federal participe, ela tem que fazer algo para que a população venha a sofrer menos”, finalizou Muniz.
Vereadora Roberta Caires se posiciona
Em nota à imprensa, a vereadora Roberta Caires afirmou que cometeu um “ato falho” durante a votação, reconhecendo que violou a regra que determina o segredo do voto. Leia o texto:
“Durante a votação para a presidência da Câmara Municipal, cometi um ato falho ao rubricar meu voto, com a intenção de reafirmar minha posição e fidelidade ao candidato Carlos Muniz, a quem sempre manifestei apoio de forma clara e pública. Reconheço que o regimento interno determina que a votação deveria ser secreta, e, por isso, assumo minha responsabilidade pelo equívoco cometido.
Ressalto que o gesto não teve a intenção de desrespeitar as normas da Casa ou comprometer a lisura do processo, mas sim de expressar, de forma transparente, meu compromisso com aquilo em que acredito e com a liderança que escolhi apoiar. Contudo, entendo que a fidelidade às regras é essencial para o funcionamento democrático do Legislativo.
Reforço meu respeito ao regimento e aos princípios que regem nossa Câmara e comprometo-me a, no futuro, redobrar a atenção a esses detalhes para que atos semelhantes não voltem a ocorrer.
Agradeço aos colegas parlamentares e à sociedade pela compreensão e reafirmo meu compromisso de continuar trabalhando de forma ética e responsável em prol dos interesses da nossa cidade.
Atenciosamente,
Roberta Caires
Vereadora de Salvador”
Héber Araújo
Bacharel em Jornalismo pela Unijorge e pós-graduado em Comunicação em Multimeios, sou repórter de política, apaixonado por cinema e entretenimento. Com 2 anos de experiência em assessoria, busco nova pós rumo ao mestrado.
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