O setor de energia no Brasil se prepara para um ano movimentado em 2025, com pelo menos cinco grandes leilões previstos. Entre eles, destaca-se a contratação de sistemas de armazenamento por baterias, uma inovação no mercado brasileiro, além da ampliação de térmicas a gás e hidrelétricas.

Os leilões de reserva de capacidade, inicialmente agendados para agosto de 2024, foram adiados para o início de 2025. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a medida não compromete a segurança energética, mas reforça a necessidade de garantir potência adicional diante do crescimento anual de cerca de 3 GW na demanda nos horários de pico, especialmente no início da noite.

O Ministério de Minas e Energia (MME) prometeu publicar em dezembro as diretrizes para a realização do certame. A expectativa é contratar potência termelétrica e hidrelétrica, com entrega programada para 2027 e 2028.

Desafios e oportunidades

O atraso no leilão de reserva de capacidade foi considerado manejável pelo setor, mas especialistas alertam para possíveis impactos futuros. O presidente da Energia Pecém, Carlos Baldi, defendeu o uso de usinas já amortizadas para minimizar custos ao consumidor, mas destacou que atrasos podem aumentar a complexidade operacional e afetar os preços de energia.

Em contrapartida, o leilão de baterias, previsto para junho, é visto como um marco da transição energética brasileira. A contratação desse sistema busca ampliar a flexibilidade e estabilidade da rede elétrica, segundo o presidente da Associação Brasileira de Soluções de Armazenamento de Energia (ABSAE), Markus Vlasits. Ele projeta um crescimento significativo na capacidade de armazenamento, que pode ultrapassar 20 GWh até 2030.

No entanto, Baldi avalia que o sistema de armazenamento precisa superar desafios de confiabilidade e definir marcos regulatórios, como remuneração e localização das baterias. Já Vlasits refutou essas preocupações, citando casos bem-sucedidos no Reino Unido, Austrália e Califórnia, onde baterias garantiram estabilidade em momentos críticos.

Outros leilões e perspectivas

Além do leilão de baterias, o MME planeja:

• Leilão de sistemas isolados: em maio, com contratação de 49 MW e investimentos estimados em R$ 452 milhões.
• Leilão de transmissão de Rede Básica: marcado para outubro, com previsão de incluir transformadores de potência de alta tensão e investimentos consolidados em um único certame.

Também está agendado para julho o leilão de energia nova, que abrange Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs), com entrega até 2030. A presidente da Associação Brasileira de PCHs e CGHs, Alessandra Torres, ressaltou que essas usinas estão em déficit de participação na matriz elétrica há 15 anos.

Com a diversificação das fontes e o avanço em tecnologias de armazenamento, 2025 promete ser um ano crucial para o setor energético brasileiro, alinhado às metas de transição energética e fortalecimento da infraestrutura elétrica.

MME faz balanço de 2024

O ano de 2024 foi decisivo para o Ministério de Minas e Energia (MME), consolidando o Brasil como líder global na transição energética, um processo essencial para a construção de um futuro verde. Sob a liderança do ministro Alexandre Silveira, o MME avançou significativamente em diversas frentes, com ênfase na implementação de novas legislações que reforçam o compromisso do Brasil com o desenvolvimento sustentável.

Com ações de destaque nas áreas de energia, biocombustíveis e mineração, o MME atuou incansavelmente, em 2024, de modo a garantir que o Brasil não apenas atenda às próprias necessidades, mas se posicione como protagonista global no processo de transformação energética e econômica.

“A transição energética é uma oportunidade histórica para o Brasil. Por isso, o nosso grande comprometimento em liderar esse processo com justiça social, respeito ao meio ambiente e com a criação de empregos verdes, garantindo que o país se mantenha na vanguarda da inovação energética. Ao nosso favor temos as vastas reservas de minerais estratégicos, sol em abundância, 12% de toda água doce do planeta e ventos fartos. Vamos seguir trabalhando para que esse processo seja cada dia mais justo e inclusivo”, afirmou o ministro Alexandre Silveira ao relembrar a trajetória anual.