Internado desde a madrugada deste sábado (12) no Hospital Rio Grande (HRG), em Natal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou melhora clínica e passou por uma noite sem intercorrências. Segundo informações divulgadas pela unidade de saúde, o ex-mandatário está em monitoramento contínuo, alimenta-se por sonda, realizou sessões de fisioterapia e caminhou pelos corredores do terceiro andar, onde está internado.

Apesar do quadro estável, a equipe médica decidiu transferi-lo ainda neste sábado para Brasília, por meio de uma UTI aérea, como medida preventiva. O senador Rogério Marinho (PL-RN), que acompanha a situação de perto, informou que a decisão tem como objetivo permitir um acompanhamento mais especializado com a equipe médica que cuida do ex-presidente desde o atentado que ele sofreu em 2018.

Equipe avalia possíveis complicações

O senador afirmou que Bolsonaro está “bem, brincalhão e super disposto”, mas lembrou que o ex-presidente carrega sequelas do atentado sofrido há quase seis anos, quando foi esfaqueado durante a campanha eleitoral. Aos 70 anos, a região abdominal segue sendo o ponto de maior atenção, e os exames realizados em Natal apontaram a necessidade de uma avaliação mais criteriosa, segundo Marinho.

“Ele tem quatro patologias decorrentes do episódio de 2018. Mesmo com uma saúde extraordinária, a área abdominal ainda é sensível. A decisão de transferi-lo para Brasília é preventiva, caso haja necessidade de intervenção, e será feita pela equipe que já o acompanha há anos”, explicou o parlamentar.

Isolamento e acompanhamento médico

O terceiro andar do HRG foi isolado para garantir privacidade e segurança no atendimento. De acordo com a assessoria do hospital, cirurgiões permanecem de prontidão, analisando os exames e acompanhando qualquer evolução no quadro clínico. O hospital não divulgou detalhes sobre os resultados nem previsão de alta.

O médico pessoal de Bolsonaro, Cláudio Birolini, que acompanha o ex-presidente desde o atentado de 2018, chegou a Natal ainda durante a madrugada para integrar a equipe de atendimento. Segundo os profissionais de saúde do HRG, todas as medidas estão sendo tomadas com rigor técnico, priorizando a estabilidade do paciente.

Entenda o que levou à internação

Bolsonaro passou mal na noite de sexta-feira (11), durante uma agenda política em Santa Cruz, no interior do Rio Grande do Norte. Ele teria sentido fortes dores abdominais, sintoma recorrente desde a facada de 2018, que causou complicações intestinais ao longo dos anos. O ex-presidente foi inicialmente atendido em uma unidade hospitalar da cidade, onde foi sedado para a realização de exames.

Após a estabilização inicial, foi transportado de helicóptero até Natal, em uma aeronave cedida pela governadora do estado, Fátima Bezerra (PT). Na capital potiguar, foi encaminhado ao Hospital Rio Grande por uma ambulância do Samu. O secretário estadual de Saúde, Alexandre Motta, acompanhou o deslocamento.

Segundo o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), que também acompanha o pai, o ex-presidente foi transferido lúcido e consciente. Uma possível transferência para São Paulo chegou a ser considerada, mas ficou condicionada aos resultados da tomografia abdominal feita em Natal, que indicou a necessidade de seguir para Brasília.

Agenda política suspensa

Com o quadro de saúde sob observação, ainda não há previsão para que Bolsonaro retome compromissos públicos. “Todos estamos rezando por sua recuperação. Ele mesmo já expressou o desejo de retornar ao Rio Grande do Norte assim que possível”, disse Rogério Marinho.

Até o momento, não há confirmação oficial sobre diagnóstico específico, nem data definida para alta médica. A transferência para Brasília deve acontecer nas próximas horas.