Dólar fecha em queda e atinge R$ 6,07 após leilões do Banco Central

O dólar registrou queda de 0,81%, encerrando o pregão em R$ 6,07 nesta sexta-feira (20). Esse movimento ocorre pelo segundo dia consecutivo, após uma série de intervenções do Banco Central (BC) e reações positivas do mercado a declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante o pregão, o BC realizou dois leilões de dólares, injetando um total de US$ 5 bilhões no mercado. O primeiro leilão, logo após a abertura dos negócios, ofertou US$ 3 bilhões no mercado à vista. Em seguida, houve uma nova intervenção com compromisso de recompra, no valor de US$ 2 bilhões.

Apesar de um terceiro leilão de US$ 2 bilhões estar programado para o dia, o BC precisou cancelar a operação devido a um problema técnico. Ainda assim, as ações realizadas foram suficientes para estabilizar o câmbio e promover a redução da moeda.

Lula reafirma compromisso com combate à inflação

Outro fator que contribuiu para a queda da moeda americana foi o vídeo divulgado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No conteúdo, ele aparece ao lado de Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central, e dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e Rui Costa (Casa Civil).

Durante o vídeo, Lula destacou a importância do combate à inflação e afirmou que não interferirá na autonomia do Banco Central. “Galípolo vai assumir interinamente a presidência neste sábado e, oficialmente, no início do próximo ano”, reforçou.

Aprovação de pacote de gastos também influencia mercado

O Congresso Nacional aprovou nesta semana um pacote de gastos, cuja sanção agora depende do presidente Lula. A medida trouxe alívio aos mercados, contribuindo para o cenário favorável à desvalorização do dólar.

Inflação nos Estados Unidos e impacto no dólar

No cenário internacional, os investidores reagiram à divulgação do índice de preços ao consumidor (PCE) nos Estados Unidos, que subiu 0,1% em novembro. O dado, que ficou abaixo da expectativa de 0,2%, é um dos principais indicadores de inflação usados pelo Federal Reserve (Fed).

A redução no índice diminui a pressão por aumentos na taxa de juros americana, o que favorece a desvalorização do dólar em relação a outras moedas. Na quarta-feira (18/12), o Fed já havia anunciado um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, agora fixada entre 4,25% e 4,5%.

Bolsa de valores fecha em alta

Com os fatores positivos no câmbio e a redução das tensões econômicas, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou o pregão com alta de 0,75%, atingindo 122.102 pontos.