O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, após apresentar uma alteração da pressão arterial controlada. Segundo boletim médico divulgado neste sábado (19), o quadro clínico segue sob vigilância intensiva e sem previsão de alta.

Pós-operatório inclui jejum, alimentação parenteral e sessões de fisioterapia

A equipe médica informou que o ex-presidente continua em jejum oral, alimentando-se por via parenteral, já que ainda não apresentou movimentos intestinais efetivos. O protocolo de reabilitação prevê a intensificação das sessões de fisioterapia motora, além da manutenção da fisioterapia respiratória. Exames laboratoriais mostram melhora progressiva, de acordo com os especialistas.

Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia de cerca de 12 horas no domingo (13), para tratar uma obstrução no intestino delgado provocada por aderências intestinais. O procedimento foi realizado após o ex-presidente relatar fortes dores abdominais durante evento do PL no Rio Grande do Norte.

Cirurgia de emergência ocorreu após quadro grave durante evento no RN

O atendimento inicial ocorreu no Hospital Municipal Aluízio Bezerra, em Santa Cruz (RN), sendo depois transferido para Natal e, posteriormente, para Brasília. A operação, classificada como uma das mais complexas desde o atentado sofrido em 2018, foi conduzida pela equipe do cirurgião Cláudio Birolini. O cardiologista Leandro Echenique explicou que o ex-presidente apresentava muitas aderências intestinais, acumuladas desde as cirurgias anteriores.

Echenique destacou que “ele tinha muita aderência [intestinal] pelas complicações desde o período inicial de 2018”, o que contribuiu para a obstrução. Segundo o especialista, essas formações fibrosas são comuns, mas, no caso de Bolsonaro, já causaram bloqueios anteriormente, exigindo intervenções cirúrgicas sucessivas.

Vigilância médica é mantida e visitas seguem restritas

Além da alimentação por via venosa, Bolsonaro segue sob acompanhamento rigoroso com realização de tomografias de controle, que até o momento não indicaram complicações adicionais. Por recomendação da equipe médica, as visitas ao quarto são restritas e o ex-presidente foi orientado a falar o mínimo possível, a fim de preservar o trato digestivo durante a recuperação.

O cirurgião responsável pelo procedimento afirmou que, apesar das aderências intestinais serem comuns, “são assintomáticas e não causam nenhum problema”. No entanto, no caso de Bolsonaro, já provocaram obstruções anteriores, o que eleva o risco de novas intervenções futuras.

Ex-presidente agradece apoio e compartilha imagens do pós-operatório

O ex-presidente tem utilizado as redes sociais para atualizar seus apoiadores sobre o estado de saúde. Na segunda-feira (14), Bolsonaro escreveu que esta foi a “sexta cirurgia relacionada ao atentado que sofri em 2018, e já é a nova vez que preciso ser internado por complicações decorrentes daquele episódio”.

Ao longo da semana, Bolsonaro publicou imagens ao lado da esposa, Michelle Bolsonaro, e do filho Carlos Bolsonaro (PL-RJ), agradecendo pelas mensagens de apoio. Ele afirmou que os resultados positivos dos exames têm trazido “mais alento e esperança a cada dia”.

Histórico de cirurgias após o atentado de 2018 compromete recuperação

Desde o atentado à faca em 2018, Bolsonaro já passou por sete cirurgias abdominais, todas relacionadas às complicações originadas pela perfuração abdominal. A lesão atingiu diversos órgãos internos e causou sequelas duradouras no sistema digestivo. Segundo os médicos, esse tipo de quadro clínico é comum em pacientes com múltiplas cirurgias prévias, o que torna o acompanhamento médico contínuo uma exigência.