Retaliação à vista: União Europeia aprova lista de produtos dos EUA que podem ser taxados
Comissão Europeia anuncia retaliação a itens estratégicos, como soja e carne, mantendo abertura para negociações diplomáticas

Os 27 países da União Europeia (UE) aprovaram, nesta quarta-feira (9), uma lista reformulada de produtos dos Estados Unidos que poderão ser alvo de tarifas comerciais, em retaliação às medidas unilaterais adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A Comissão Europeia, braço executivo do bloco, afirmou que os impostos poderão ser aplicados já a partir de 15 de abril, em resposta direta à política tarifária americana.
Entre os itens listados estão soja, carne, suco de laranja e motocicletas, todos considerados estratégicos para as exportações dos Estados Unidos. O uísque, por outro lado, foi retirado da lista final, numa tentativa de preservar os fabricantes europeus de bebidas alcoólicas de possíveis danos colaterais. A ação é um movimento coordenado da UE para proteger seus interesses comerciais diante da escalada protecionista norte-americana.
Comissão Europeia sinaliza abertura para negociação
Em comunicado oficial, a Comissão Europeia afirmou que as contramedidas adotadas pelo bloco poderão ser suspensas a qualquer momento, desde que os Estados Unidos concordem com uma solução negociada que seja “justa e equilibrada”. A UE, no entanto, não descarta endurecer a resposta caso as conversas não avancem.
A votação para a aprovação da lista foi considerada um passo decisivo para dar respaldo político e legal às medidas retaliatórias. Segundo fontes ligadas às negociações, a lista foi ajustada após consultas e sugestões dos países-membros, refletindo interesses nacionais e setoriais variados. A nova versão teria ampliado o escopo de produtos agrícolas e industriais, enquanto poupou setores considerados sensíveis para a própria economia do bloco.
Tensões comerciais crescem e afetam estabilidade global
A guerra comercial entre EUA e União Europeia preocupa também as autoridades financeiras internacionais. Em Londres, o Comitê de Política Financeira (FPC) do Banco da Inglaterra (BoE) divulgou nota alertando para os riscos sistêmicos provocados pelo aumento das tarifas. De acordo com o comunicado, os atritos comerciais podem desencadear novas quedas acentuadas nos preços dos ativos e afetar a estabilidade financeira global.
A FPC também observou que, desde o anúncio das novas tarifas recíprocas por Donald Trump, os mercados já demonstraram sinais de volatilidade crescente. O comitê teme que o agravamento da disputa leve à desaceleração do crescimento econômico mundial, em um cenário de retração no comércio internacional e incertezas nos fluxos de capitais.
Impacto em setores estratégicos dos dois lados
As medidas retaliatórias da União Europeia têm potencial de afetar profundamente setores estratégicos da economia norte-americana. A soja, por exemplo, é uma das principais commodities exportadas pelos Estados Unidos, e sua inclusão na lista poderá gerar pressão sobre os produtores do Meio-Oeste, tradicional base de apoio do Partido Republicano. A carne e o suco de laranja também atingem setores agrícolas sensíveis e politicamente relevantes.
Do lado europeu, o receio é de que os Estados Unidos respondam com novos aumentos tarifários, especialmente sobre bens industrializados, automóveis e produtos agrícolas provenientes de países como Alemanha, França e Espanha. Além disso, há o temor de que o conflito tarifário se alastre para outros setores, como tecnologia e energia, criando um ciclo de retaliações com efeitos imprevisíveis.
Negociações seguem em paralelo às medidas
Apesar do avanço das medidas punitivas, diplomatas europeus e norte-americanos continuam negociando, nos bastidores, uma solução para o impasse. A UE insiste na importância de um sistema multilateral de comércio baseado em regras, enquanto a gestão Trump segue apostando em acordos bilaterais e na força econômica dos Estados Unidos para impor condições mais favoráveis.
Redação
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