Denúncias, escândalos e articulações: saída de Juscelino Filho é 10ª troca de ministros no governo Lula; relembre
Primeira saída registrada no atual governo foi em abril de 2023, com retirada de Gonçalves Dias do comando do GSI

A exoneração do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, oficializada na última terça-feira (9), marcou a décima substituição ministerial no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O desligamento ocorreu após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar denúncia contra o ex-ministro com base em relatório da Polícia Federal (PF), que o indicia por supostos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A decisão de deixar o cargo foi comunicada por Juscelino após a formalização da denúncia. Em nota, sua defesa declarou que o ex-ministro é inocente. A vaga no Ministério das Comunicações, que integra a cota do União Brasil na Câmara dos Deputados, será ocupada por indicação da legenda.
Entre os nomes avaliados pelo partido, o mais cotado é o do deputado Pedro Lucas Fernandes (MA), atual líder da sigla na Câmara. A escolha deve ser feita nos próximos dias, em articulação com o Palácio do Planalto.
Primeiras mudanças ocorreram ainda em 2023
A primeira saída registrada no atual governo foi em abril de 2023. O general Marco Edson Gonçalves Dias deixou o comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) após vir à tona um vídeo que o mostrava sem reação durante a invasão do Palácio do Planalto, nos atos do dia 8 de janeiro.
A demissão de Gonçalves Dias foi sugerida por integrantes do governo diante da repercussão negativa. O presidente Lula aceitou o pedido imediatamente. O secretário Ricardo Cappelli assumiu interinamente o GSI, sendo substituído em maio de 2023 pelo general Marcos Amaro dos Santos.
Em julho, a então ministra do Turismo, Daniela Carneiro, foi substituída pelo deputado Celso Sabino (União-PA). A mudança atendeu a uma demanda do União Brasil, que buscava maior representatividade no governo.
No início de setembro de 2023, Ana Moser deixou o Ministério do Esporte em meio à primeira minirreforma promovida por Lula para ampliar sua base no Congresso. A vaga foi ocupada pelo deputado André Fufuca (PP-MA), aliado do então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Na mesma reestruturação, o governo criou o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. Márcio França, que antes comandava Portos e Aeroportos, passou a liderar a nova pasta e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) assumiu a pasta deixada por França.
Em janeiro de 2024, Lula promoveu outra mudança: Ricardo Lewandowski assumiu o Ministério da Justiça no lugar de Flávio Dino, indicado pelo presidente para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Trocas motivadas por denúncias e investigações
Lewandowski foi indicado ao STF em 2006, ainda durante o segundo mandato de Lula. Aposentado desde 2023, ele retornou à cena política como titular da Justiça, ocupando o espaço deixado por Dino.
Em setembro de 2024, o então ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi exonerado após acusações de assédio sexual. As denúncias foram divulgadas pela ONG Me Too, que relatou ter recebido relatos de vítimas ligadas ao governo federal, entre elas, a ministra Anielle Franco.
A saída de Almeida foi confirmada um dia após a publicação da nota da ONG. A deputada estadual Macaé Evaristo (PT-MG) foi indicada por Lula para assumir o Ministério dos Direitos Humanos.
Comunicação e articulação política também foram revistas
No início de 2025, Lula decidiu trocar o comando da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom). Paulo Pimenta deixou o posto em meio a avaliações sobre a dificuldade de o governo comunicar suas ações de forma eficiente.
O marqueteiro Sidônio Palmeira foi nomeado para o cargo. Na ocasião, Pimenta afirmou que o governo estaria entrando “em uma nova fase da gestão a partir de 2025, e o presidente Lula quer um perfil diferente do seu para a chefia da pasta“.
Lula avaliou que o governo possui obras e programas sociais de impacto, mas reconheceu falhas na divulgação dessas ações. A mudança buscou reposicionar a comunicação institucional.
Últimas alterações ocorreram antes da saída de Juscelino
Antes da exoneração de Juscelino Filho, ocorreram mudanças no Ministério da Saúde e na Secretaria de Relações Institucionais (SRI). Nísia Trindade foi substituída por Alexandre Padilha, que acumulava críticas no Congresso quando estava à frente da articulação política.
O ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) declarou publicamente que Padilha era um “desafeto pessoal” e “incompetente”. Para reduzir a tensão, Lula transferiu Padilha para a Saúde e indicou Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional do PT, para a SRI.
A escolha de Gleisi foi bem recebida pelos presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP). No entanto, líderes da oposição criticaram a indicação.
Segundo os opositores, a nomeação de Gleisi indicaria uma “radicalização” na articulação política, devido à sua atuação considerada combativa. A crítica, porém, não impediu a confirmação da ministra no novo cargo.
Redação
Mais Lidas
Política
Últimas Notícias

Estudantes da UFBA vencem competição internacional de aerodesign e se tornam bicampeões mundiais
Competição internacional voltada para engenharia aeronáutica reuniu times universitários de diversos países

Às vésperas de julgamento do STF, Silvinei Vasques diz ser alvo de ‘relatório fraudulento’
Ex-diretor da PRF é acusado de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, entre outros crimes

Morte do papa Francisco inicia conclave; Brasil terá sete cardeais na escolha do novo pontífice
Para que um candidato seja eleito, é necessário obter dois terços dos votos válidos

AVC e insuficiência cardíaca causaram morte do papa Francisco, diz Vaticano
Pontífice faleceu em casa, no Vaticano, e será sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma

Final do BBB 25 será decidida entre pipocas pelo segundo ano consecutivo; relembre
Guilherme, João Pedro e Renata são os três finalistas da edição comemorativa dos 25 anos do Big Brother Brasil

Obras do VLT de Salvador atingem 18% de execução e pode ter linha de teste até dezembro
Jerônimo Rodrigues vistoriou execução do Trecho 1, que já conta com 1,6 km de via permanente implantada

Ainda sem triunfos no Brasileirão, Bahia enfrenta Ceará para espantar má fase
Partida válida pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro ocorrerá nesta segunda-feira (21), às 20h

ACM Neto anuncia agenda quinzenal pelo interior e mira fortalecimento para eleições de 2026
Declaração foi feita durante a Corrida Azul, em Santo Estêvão, evento voltado à conscientização sobre o autismo

Alexandre de Moraes concede prisão domiciliar a condenados do 8 de Janeiro por motivos de saúde
Decisões têm como base laudos que apontam condições graves de saúde

Michelle convoca jejum e oração de sete dias por recuperação de Jair Bolsonaro
Ex-presidente segue internado no Hospital DF Star, em Brasília, após se submeter a uma nova cirurgia