Mauro Cid diz que Michelle e Eduardo Bolsonaro faziam parte de ala mais radical pró-golpe
Ex-primeira-dama e deputado são citados em depoimento que detalha articulações após derrota de Bolsonaro em 2022

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) integravam o grupo mais radical que incentivava o ex-presidente Jair Bolsonaro a promover um golpe de Estado, após sua derrota na disputa presidencial contra Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. Foi o que revelou o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, em delação à Polícia Federal (PF).
O conteúdo do depoimento foi divulgado pelos jornais O Globo e Folha de S. Paulo, neste domingo (26/1). Ainda segundo Cid, o grupo acreditava que o ex-presidente teria apoio popular e de caçadores, atiradores e colecionadores (CACs) para tentar um golpe.
Nem Michelle, nem Eduardo Bolsonaro foram indiciados pela Polícia Federal (PF) até o momento. Além disso, não há menção a provas concretas nos depoimentos. No momento, apenas o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas, dentre as quais estão militares das Forças Armadas brasileiras, foram denunciados pela trama golpista, que pretendia executar não só o então presidente eleito Lula, como seu vice, Geraldo Alckmin, além de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os grupos e as estratégias golpistas
Em seu relato, Cid revelou a existência de duas ramificações entre os apoiadores mais próximos de Bolsonaro. A primeira, menos radical, buscava provar uma suposta fraude nas urnas eletrônicas. Já a segunda defendia abertamente o uso de um ‘braço armado’ e pressionava o ex-presidente a assinar um decreto para instaurar um golpe de Estado.
Nessa divisão, Eduardo Bolsonaro tinha maior proximidade com os CACs, enquanto Michelle desempenhava um papel de incentivo dentro do núcleo mais radical.
Além de Michelle e de Eduardo, Cid citou outros nomes que também faziam parte do grupo, como os ex-ministros Onyx Lorenzoni e Gilson Machado, os senadores Magno Malta (PL-ES) e Jorge Seif (PL-SC), além de Filipe Martins, ex-assessor internacional de Bolsonaro, e o general Mario Fernandes.
Planejamentos extremos e os indiciamentos
Cid afirmou também que Mario Fernandes teria elaborado um planejamento detalhado que incluía o assassinato do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, bem como dos então eleitos Lula e Geraldo Alckmin. Já Filipe Martins teria redigido a chamada “minuta do golpe”, um documento com orientações jurídicas para viabilizar a ruptura democrática. Ambos já foram indiciados pela PF.
Foi revelado ainda que o círculo próximo ao ex-presidente era dividido em três grupos principais. Além dos radicais, havia aqueles que aconselhavam Bolsonaro a evitar confrontos, como os generais Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, Marco Antônio Freire Gomes e Estevam Theóphilo. Esse grupo temia que o ex-presidente fosse levado a tomar decisões precipitadas, como assinar um decreto golpista.
Avanço das investigações
A delação de Mauro Cid fez com que os investigadores tivessem um novo olhar sobre os acusados, principalmente sobre os que eram considerados moderados, mas que acabaram sendo implicados, como foi o caso do ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que foi acusado de pressionar comandantes militares a apoiar o golpe. Ele também teria organizado reuniões estratégicas para preparar as tropas caso Bolsonaro decretasse o golpe.
Até o fechamento desta matéria, Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro não haviam se manifestado sobre as acusações e a citação dos nomes da ex-primeira-dama e do filho do ex-presidente.
Redação
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