Michelle Bolsonaro ironiza delação de Mauro Cid e reacende polêmica sobre plano golpista
Ex-primeira-dama nega envolvimento e faz piada após novas revelações do ex-ajudante de ordens, que detalhou tentativa de golpe em 2022

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro voltou a usar, neste domingo (26), suas redes sociais para ironizar as acusações de que teria participado de um suposto plano golpista após as eleições de 2022. O tema ganhou destaque após a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), revelada pela Polícia Federal (PF).
Delação e acusações: o que diz Mauro Cid
Mauro Cid, figura central no governo Bolsonaro, afirmou em depoimento que Michelle e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, integravam um grupo que pressionava Jair Bolsonaro a questionar o resultado das eleições de 2022 e a tentar um golpe de Estado. Segundo o militar, o grupo, descrito como “radical”, defendia que Bolsonaro teria apoio popular e de CACs (caçadores, atiradores e colecionadores) para uma ruptura democrática.
A revelação da delação foi inicialmente publicada pelo jornalista Elio Gaspari e confirmada por veículos como O Globo, Folha de S.Paulo e Estadão. No entanto, a PF ainda não apresentou provas concretas que corroborem o depoimento de Cid em relação à participação de Michelle e Eduardo.
Michelle Bolsonaro reage com ironia
Michelle Bolsonaro usou os stories de sua conta no Instagram para rebater as acusações. Em uma postagem, compartilhou uma manchete sobre a delação de Mauro Cid acompanhada de um áudio de risadas e um adesivo animado com lágrimas enchendo xícaras.
Essa não foi a primeira vez que Michelle ironizou as declarações do ex-ajudante de ordens. Em novembro de 2023, durante um evento do PL Mulher no Espírito Santo, a ex-primeira-dama questionou as acusações com tom sarcástico.
“Eu, incitando golpe? Com qual arma? Minha Bíblia poderosa?”, bradou a ex-primeira-dama que chegou a simular movimentos de luta no palco, afirmando que pratica esportes de combate duas vezes por semana.
Eduardo Bolsonaro e outros nomes envolvidos
Além de Michelle, Eduardo Bolsonaro foi apontado como responsável por estreitar contatos com CACs, considerados pelos radicais como peça-chave no plano golpista. Outros nomes citados na delação incluem ex-ministros como Onyx Lorenzoni (PL) e Gilson Machado (PL), senadores como Magno Malta (PL-ES) e Jorge Seif (PL-SC), além de ex-assessores presidenciais.
No entanto, até o momento, nem Michelle nem Eduardo foram indiciados pela Polícia Federal, e seus advogados criticaram o que chamaram de “vazamentos seletivos” da delação de Cid.
Impacto político e projeções para 2026
Apesar das polêmicas, Michelle e Eduardo são cogitados como possíveis herdeiros políticos de Jair Bolsonaro para as eleições presidenciais de 2026. Inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente sugeriu que ambos têm potencial para disputar o Palácio do Planalto.
Michelle, inclusive, figura em pesquisas recentes que indicam um empate técnico com o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em um eventual segundo turno. Eduardo, por sua vez, afirmou em entrevista recente que estaria disposto a se candidatar, caso fosse escolhido pelo pai.
Estratégias do núcleo bolsonarista
Segundo a delação de Mauro Cid, o núcleo próximo a Bolsonaro estava dividido em três frentes após a derrota nas urnas: conservadores, moderados e radicais. Enquanto os radicais defendiam medidas extremas, como a anulação das eleições ou até ações armadas, os moderados buscavam soluções legais para desacreditar o resultado eleitoral.
Entre os radicais, foram mencionados ex-ministros e políticos que sugeriram ações como o uso da “minuta do golpe”, um rascunho de decreto para convocar novas eleições e prender opositores do governo. Já os conservadores se limitavam a oferecer apoio emocional e aconselhamento religioso ao ex-presidente.
Repercussão e críticas
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, classificou as revelações como “muito graves” e reforçou que as acusações contra Michelle e Eduardo tornam “insustentável” a tese de que Jair Bolsonaro não estava envolvido na trama golpista. Por outro lado, aliados de Bolsonaro, como os senadores Magno Malta e Jorge Seif, negaram veementemente as acusações e se colocaram à disposição da Justiça para esclarecimentos.
A delação de Mauro Cid trouxe novos elementos à investigação sobre a tentativa de golpe em 2022, mas também levantou dúvidas sobre a credibilidade do militar. A defesa de Jair Bolsonaro criticou o que chamou de “investigações semissecretas”, argumentando que o sigilo prejudica o direito à ampla defesa dos investigados. Com o avanço das investigações e a aproximação das eleições de 2026, o papel de Michelle e Eduardo Bolsonaro como potenciais lideranças da direita brasileira será um tema central no cenário político no país no próximo ano.
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