O presidente do PL na Bahia, João Roma, reafirmou, na manhã desta quinta-feira (16), sua vontade de efetivar a pré-candidatura ao Governo do Estado em 2026. Com isso, há a possibilidade da oposição repetir o mesmo erro em 2022 e sair novamente separada na disputa, o que poderia fortalecer a reeleição do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Na época, os dois concorreram com o ex-prefeito ACM Neto (vice-presidente nacional do União Brasil), que acabou perdendo no segundo turno para o petista, mesmo após apoio de Roma.

“Com a bênção do Senhor do Bonfim, reiteramos nosso nome na disputa”, afirmou em entrevista ao Portal M! durante o ato ecumênico da Lavagem do Bonfim, realizado na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia.

Agenda política pelo Estado

Ainda em entrevista ao Portal M!, Roma também anunciou seus planos de intensificar sua agenda política pelo Estado após o Carnaval. “Vamos começar essas programações e o meu intuito é andar pelo interior, conversar com as pessoas e apresentar um projeto que nos tire desse atraso e faça a Bahia avançar”, afirmou.

Sobre alianças políticas, o ex-ministro do governo Bolsonaro deixou claro que está aberto a diálogos, mas reforçou sua autonomia no processo. “Isso não impede a minha movimentação, assim como não impede a de outros possíveis aliados”, explicou à equipe do Portal M!.

Questionado sobre a candidatura de ACM Neto, o ex-ministro afirmou ser “legítima” sua candidatura. “Assim como considero legítima a minha”.

Ele também comentou um encontro recente com o ex-prefeito de Salvador e seu compadre, destacando a troca de ideias sobre o futuro do Estado e do país. “Conversamos sobre o futuro da Bahia e do Brasil. No fim do encontro, tanto eu quanto ele decidimos manter as nossas pré-candidaturas, cada um legitimamente defendendo suas bandeiras e seus propósitos”, relatou.

Bolsonaro e expectativa de elegibilidade

João Roma também expressou confiança na elegibilidade de Jair Bolsonaro para 2026, questionando a coerência de decisões judiciais. “Eu tenho convicção disso [Bolsonaro estará elegível], tanto que comentei que é muito desproporcional o motivo de inelegibilidade de Bolsonaro perante a que tinha o atual presidente Lula. Dilma Rousseff foi ‘impeachmada’ e tem os direitos políticos. Então, por que não permitir que Bolsonaro possa representar essa população que hoje já se manifesta, inclusive dentro das principais pesquisas que têm sido feitas?”, indagou.

O presidente do PL na Bahia ressaltou que, apesar do surgimento de novos nomes na política, Bolsonaro segue como a maior liderança da direita no país. “Todos sabem que o principal líder da direita do nosso Brasil é o presidente Bolsonaro. Isso é inconteste por onde ele anda e todas as pesquisas afirmam isso”, afirmou.

Clima amistoso com ACM Neto

A interação entre João Roma e ACM Neto durante a Lavagem do Bonfim chamou atenção e alimentou especulações sobre uma possível aliança política. O ex-ministro confirmou um encontro recente com o líder do União Brasil. “Sempre tive uma relação respeitosa com Neto. Nos encontramos recentemente para conversar sobre o futuro da Bahia”, afirmou.

Em contrapartida, ACM Neto reiterou a importância de construir um projeto político amplo para 2026. “Nós vamos tentar fazer uma construção que coloque o PL, o União Brasil e outros partidos no mesmo palanque. Afinal de contas, todos nós desejamos mudança para a Bahia”, declarou Neto.

Gusttavo Lima e política como nova fronteira

João Roma também opinou sobre a entrada do cantor sertanejo Gusttavo Lima na política. Embora considere positiva a participação do artista, Roma defendeu uma política estruturada e baseada em pilares partidários. “Gusttavo Lima é um popstar e, naturalmente, tem muita popularidade, como vários outros artistas. Todavia, confio muito na política estruturada, através do trabalho partidário, que traga esses pilares”, comentou durante entrevista ao Portal M!.

O cantor anunciou, no início deste ano, sua intenção de concorrer à Presidência da República em 2026, afirmando ter experiência como empreendedor e gestor. Apesar disso, Roma ressaltou que seu foco segue na Bahia.

“A minha movimentação não é espelhada na decisão do ex-prefeito ACM Neto; é legítima a movimentação dele, assim como é legítima a minha. Estamos no ano ímpar, no ano de 2025, ano preparatório. É fundamental que a gente converse com todos os baianos”, destacou.

Críticas ao monitoramento do Pix

Ainda em entrevista ao Portal M!, João Roma foi categórico ao criticar a tentativa do governo federal de monitorar transações financeiras realizadas via Pix. “É uma lambança do governo federal, que demonstra não ter projeto para o Brasil, e essa fixação potencializada pela figura de Rui Costa na Casa Civil – que já tem hábito de fazer isso na Bahia – tenta arrancar qualquer centavo do bolso do cidadão brasileiro”, disparou.

Ele também voltou a criticar a inelegibilidade de Jair Bolsonaro. “[A gente] não consegue compreender que Bolsonaro não está apto para disputar uma eleição, uma vez que Dilma [Rousseff] foi impeachmada, Lula com todas as condenações conseguiu disputar a eleição. Então seria no mínimo pouco razoável não ter o principal líder político da esquerda disputando as eleições”, opinou.

João Roma concluiu reafirmando sua pré-candidatura ao governo da Bahia e seu compromisso de apresentar projetos que impulsionem o desenvolvimento do Estado. “Daqui pra lá, tem muita água pra rolar. Estaremos ao lado de quem quer transformar a Bahia e o Brasil”, finalizou.