Genial/Quaest: reprovação a Haddad dispara e mercado prevê recessão em 2025
Levantamento revela pessimismo e amplia desconfiança em política econômica do governo Lula

A avaliação do mercado financeiro sobre o desempenho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou forte deterioração nos últimos meses. De acordo com pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (19), a taxa de reprovação ao ministro saltou de 24% em dezembro para 58% em março. No mesmo período, a avaliação positiva caiu drasticamente, de 41% para 10%. Já a percepção regular teve pequena variação, de 35% para 32%.
Haddad perde força no governo
A pesquisa também revelou que, para 85% do mercado, Haddad perdeu influência dentro do governo. Em dezembro, esse percentual era de 61%. O grupo que considera que o ministro manteve seu nível de poder caiu de 35% para 14%, enquanto apenas 1% avalia que ele se fortaleceu – um recuo significativo em relação aos 4% do levantamento anterior.
Outro dado relevante é que 93% dos entrevistados acreditam que a política econômica do governo está na direção errada. Apesar do alto índice de desaprovação, houve uma leve melhora em relação a dezembro, quando esse número era de 96%.
Além disso, a pesquisa reforça a percepção de que Lula é visto como o principal responsável pela condução da economia. Para 92% dos entrevistados, o presidente tem mais influência sobre as decisões econômicas do que Haddad, enquanto apenas 5% atribuem essa responsabilidade ao ministro da Fazenda.
Perspectivas econômicas preocupam
O mercado mantém uma visão pessimista sobre o futuro da economia brasileira. Entre os entrevistados:
- 83% esperam uma piora econômica nos próximos 12 meses, número ligeiramente inferior aos 88% registrados em dezembro;
- 58% acreditam que há risco de o Brasil entrar em recessão em 2025;
- 51% projetam um crescimento do PIB entre 1,51% e 2% em 2024.
Nomeação de Gleisi Hoffmann desagrada mercado
Outro ponto de destaque no levantamento foi a nomeação de Gleisi Hoffmann para o Ministério das Relações Institucionais, pasta responsável pela articulação política do governo. Para 90% do mercado, a escolha foi um erro. Apenas 5% avaliaram a decisão como acertada.
A pesquisa também aponta que 98% dos entrevistados não acreditam que a reforma ministerial resolverá os problemas de governabilidade. Além disso, 89% veem a medida como uma estratégia de Lula para proteger sua base política, e não para ampliá-la.
Quando questionados sobre a capacidade do governo de aprovar pautas no Congresso, 58% a classificaram como baixa– um aumento em relação aos 39% que tinham essa percepção em dezembro.
Petista também não agrada brasileiros
A nomeação de Gleisi Hoffmann (PT) também não foi bem recebida pela maioria dos brasileiros. De acordo com a pesquisa do Instituto Real Time Big Data, divulgada no último dia 11, 71% dos entrevistados afirmaram não acreditar que a nova ministra ajudará na popularidade do presidente Lula em uma eventual candidatura à reeleição em 2026.
Mercado avalia primeiros meses de Galípolo no Banco Central
A pesquisa também trouxe impressões sobre o início do mandato de Gabriel Galípolo como presidente do Banco Central. Os resultados mostram que:
- 49% acreditam que sua gestão está dentro do esperado;
- 20% consideram que ele tem superado as expectativas;
- 28% dizem que ainda é cedo para avaliá-lo;
- 3% acreditam que sua atuação tem sido pior do que o previsto.
Quando questionados sobre o perfil das decisões de Galípolo:
- 38% afirmam que ele tem adotado uma abordagem técnica;
- 5% acreditam que suas decisões são políticas;
- 58% ainda consideram cedo para opinar.
No geral, 45% dos entrevistados avaliam sua atuação como positiva, enquanto 41% a consideram regular e 8% negativa.
Impacto de novo governo Trump na economia brasileira
A pesquisa também mediu a percepção do mercado sobre um possível novo mandato de Donald Trump nos Estados Unidos e seu impacto na economia brasileira. O resultado revelou que:
- 66% acreditam que um governo Trump será prejudicial ao Brasil;
- 20% não esperam impacto significativo;
- 9% consideram que seria benéfico.
Além disso, a pesquisa aponta que 78% dos entrevistados acreditam que tarifas impostas pelos EUA terão pouco impacto sobre a economia brasileira, enquanto 10% acreditam que não haverá efeito algum e 8% preveem um impacto significativo.
Sobre a política monetária dos EUA:
- 39% acreditam que há espaço para o Federal Reserve cortar juros no próximo semestre;
- 61% descartam a possibilidade de recessão nos EUA no mesmo período.
A pesquisa Genial/Quaest foi realizada entre os dias 12 e 17 de março, com 106 entrevistas junto a gestores, economistas, analistas e tomadores de decisão de fundos de investimentos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Os resultados refletem um cenário de crescente desconfiança do mercado financeiro em relação à condução da economia pelo governo Lula e à capacidade de articulação política da atual administração.
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