A recessão de Trump, sem anestesia?
Neste artigo, Gerson Brasil analisa as medidas de Trump para reduzir o déficit fiscal dos EUA e os impactos na economia global

O Sr. tarifas, Donald Trump, está encaminhando um corte no déficit fiscal do EUA, hoje já acima de 35 trilhões de dólares. Só fica de pé porque o país tem uma moeda chamada dólar, a base de toda transação comercial do mundo e emitida pelo Federal Reserve Bank. O FED faz mais, fixa a taxa de juros, controla a moeda e dá garantias de que um dólar vale um dólar.
O pacote do governo consiste em várias coisas ao mesmo tempo, acabar com os gastos de guerra, na Ucrânia, tarifar pesadamente os produtos estrangeiros, cortar financiamento a agências governamentais e organismos multilaterais, como a OTAN, demissão em massa de funcionários públicos, deportação de imigrantes, enfim, enxugar gastos para tornar o país atraente para os investidores e alcançar a Make America Great Again, a América Grande.
A Europa e o resto mundo não gostam dessa agenda, porque o mercado americano é ambicionado por qualquer um que tenha mercadorias. Exportar para os EUA é como ganhar um bilhete premiado, com a certeza de que irá receber o prêmio, sem trapaça.
Acontece, que a agenda de Trump implica em uma recessão nos Estados Unidos, sem anestesia? Há quem aposte num pouso quase suave, ou um solavanco. Na edição online do Wall Street Journal do dia 17, os repórteres de economia Justin Lahart e Paulo Kiernan na matéria “Aqui é onde procurar os primeiros sinais de uma recessão”, postaram que a “autoridades da Casa Branca alertaram que a economia pode precisar, como disse o Secretário do Tesouro Scott Bessent, de ‘um período de desintoxicação’. Ao mesmo tempo, algumas das mudanças prometidas pelo Presidente Trump, como menos regulamentação e um grande corte de impostos, estão agradando a muitas empresas e podem motivá-las a investir e contratar mais”.
Mais adiante na matéria, os repórteres afirmam que “líderes empresariais pararam de falar sobre um ‘pouso suave’. O termo, que se refere ao processo de resfriar uma economia superaquecida sem levá-la à recessão, foi mencionado em 61 teleconferências de empresas dos EUA nos últimos três meses de 2024, de acordo com dados da AlphaSense. Mas desde o início deste ano, esse número caiu para sete”.
Segundo Justin Lahart e Paulo Kiernan “os consumidores de todos os níveis de renda estão recuando e em todos os tipos de compras. Os americanos estão ficando mais preocupados com a economia”.
A incerteza do que vai acontecer com a economia americana é grande, e fica mais aguda com a dos outros países que mantêm conexão com a economia de Tio Sam. O PIB americano em 2023 foi de 27,72 trilhões de dólares, segundo o Banco mundial. O da China 17,79 trilhões, Alemanha, 4,526 trilhões, França, 3,052 trilhões.
O Departamento de Eficiência Governamental (Doge), liderado por Elon Musk, encarregado de cortar o déficit, já identificou gastos de US$ 4,7 tri sem transparência. Ou seja, pagamentos que foram feitos e sem que seja possível rasteá-los, o que torna a tarefa de identificá-los impossível.
Há diversas especulações sobre a trajetória que a economia americana seguirá, mas se Trump conseguir reduzir em 10 trilhões de dólares o déficit fiscal, ou até chegar a 15 trilhões de dólares, as outras economias vão ter de repensar o modo como vem operando, seus déficits e as possíveis consequências que vão recair sobre o mercado interno e as exportações.
Pouco efeito terá o discurso de cooperação multilateral, ajuda aos países mais pobres ou em desenvolvimento, o ‘lero’ das “nossas relações amigáveis de muitos anos”, e esqueça o mandamento de João 13:34 incrustado na Bíblia; “amai-vos uns aos outros”
Ajustes terão de ser feitos em economias fechadas, como as da América Latina, e também nas economias europeias, que se beneficiam e muito do mercado americano. O ajuste chegou, para todos, não há atalho.
*Gerson Brasil, jornalista, escritor e secretário de Redação da Tribuna da Bahia
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