Urbanista, toda cidade precisa!
Neste artigo, a urbanista Juliana Paes aborda os impactos do crescimento populacional nas zonas urbanas e principais desafios

Neste século XXI, o planeta se tornou urbano com a maior parte da sua população vivendo nas cidades e núcleos urbanos. As sociedades precisam estar cada vez mais conscientes de que as decisões que tomamos hoje definirão o futuro comum das regiões urbanas e, consequentemente, a sustentabilidade do planeta. As cidades são a pauta!
Dados da ONU indicam que em 2050 a população urbana sozinha será maior que a atual população mundial com seus quase 8 bilhões de habitantes. No Brasil, segundo IBGE (2022), já somos 85% da população vivendo em cidades. Nesta perspectiva, estamos criando desafios em massa para a sustentabilidade em termos de moradia, infraestrutura, transporte, saneamento, gerenciamento dos resíduos sólidos, segurança alimentar, segurança pública, saúde, educação, emprego e renda, proteção e conservação dos recursos naturais, entre outros.
Não temos dúvidas de que já é real a necessidade de uma mudança radical de paradigmas na forma como as cidades e assentamentos humanos são planejados, produzidos, desenvolvidos, administrados e governados. E é neste contexto que precisamos destacar o papel do profissional urbanista na nossa sociedade e sua importância para as cidades.
O urbanista é o profissional que faz urbanismo, ou seja, é responsável por planejar, organizar e gerenciar o uso dos espaços nas cidades, buscando soluções para o crescimento urbano de maneira sustentável e eficiente. Em nosso trabalho, pela nossa essência multidisciplinar, consideramos fatores sociais, econômicos, culturais e ambientais, onde o principal objetivo é conciliar as necessidades e desejos da população com as possibilidades técnicas, legais e financeiras, a fim de criarmos cidades boas para se viver.
Uma das principais atribuições do urbanista é elaborar planos diretores e legislação urbanística complementar ,que são instrumentos de planejamento essenciais para expansão e desenvolvimento urbano dos municípios aqui no Brasil. O urbanista atua em diversas áreas, incluindo planejamento urbano-territorial, transporte/mobilidade, habitação, saneamento e infraestrutura, sempre tendo como premissa melhorar a qualidade de vida nas cidades.
Em muitos casos, o urbanista interage com outros profissionais, como engenheiros, arquitetos, geógrafos, economistas, advogados e sociólogos, para garantir que as soluções propostas atendam de forma integrada às diversas demandas da cidade. Também costumamos desempenhar um papel importante na interlocução com a sociedade, promovendo a participação social e mediação nos processos de planejamento e gestão pública.
Além do planejamento, o urbanista também é responsável pela coordenação de projetos de revitalização e requalificação urbana, especialmente em áreas degradadas ou com grandes desafios sociais. Atuamos no desenvolvimento de soluções inovadoras para reverter problemas como, por exemplo, a falta de infraestrutura básica, o trânsito congestionado, escassez de espaços públicos adequados e produção de moradias.
O urbanista também realiza estudos técnicos e pesquisas que orientam as políticas públicas voltadas para o desenvolvimento urbano. Esses estudos envolvem análises sobre a densidade populacional, o uso do solo para implantação e funcionamento de empreendimentos, as necessidades de transporte e as tendências de crescimento, proporcionando dados que fundamentam decisões sobre a expansão urbana e o impacto ambiental de determinadas intervenções.
No Brasil a profissão do Urbanista é vinculada ao sistema CONFEA e CREA (Conselhos Federal e Regional de Engenharia, Agronomia e Geociências e Conselho Regional de Engenharia, Agronomia e Geociências), regulamentada através da Resolução do CONFEA nº 218/73, art. 21, pelo Decreto-Lei nº 8.620/1946, arts. 16 e 17 e, Decisão Normativa nº 104 de 2014, que dispõem sobre as atribuições civis do profissional Urbanista.
São raros os profissionais bacharéis em urbanismo com essas atribuições e em atividade no país. A Universidade do Estado da Bahia – UNEB, campus de Salvador, ainda é a única universidade do Brasil a formar esse profissional. Neste ano de 2025 fazem 30 anos da criação do curso de Urbanismo na UNEB, mas pouco e muito timidamente se fez para projetar essa categoria profissional tão essencial para entes públicos que lidam com a política de desenvolvimento urbano e para o setor privado, especialmente o setor da construção civil e do mercado imobiliário responsáveis por construir tantos espaços e estruturas nas nossas cidades.
A Sociedade Brasileira de Urbanismo – SBU que é uma associação profissional sem fins lucrativos, fundada no ano de 2004 e gerida por profissionais urbanistas, egressos da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, existe com a missão de unir os profissionais e difundir o urbanismo e a formação do profissional urbanista para a sociedade e mercado de trabalho reconhecerem a relevância, competências e habilidades desse profissional singular.
Não por acaso, também nesse ano de 2025, a SBU, sob uma nova gestão, assume o desafio de reconstruir a entidade e projetar a categoria dos profissionais urbanistas para contribuir com o desenvolvimento urbano sustentável do Estado da Bahia e do Brasil.
É chegado o momento de fazermos um chamamento para a retomada do planejamento das nossas cidades que vem dando espaço ao “fazejamento”. A ausência do planejamento das cidades tem gerado um crescimento urbano desorganizado produzindo resultados indesejáveis.
Estamos negligenciando muito o fenômeno urbano com toda sua complexidade e as consequências são implacáveis para a vida de todos. A velocidade com que os processos de urbanização sem o planejamento vêm acontecendo, tem produzido cidades doentes com prognósticos muito ruins. É preciso que os especialistas entrem em campo, afinal, vamos reconhecer: Urbanista, toda cidade precisa!
*Juliana Paes é urbanista
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