Opep reduz previsão de aumento da oferta de líquidos do Brasil em 2025 e 2026
No relatório, cartel ajustou projeção de 4,4 milhões de barris por dia (bpd) para 4,3 milhões de bpd em 2025

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou para baixo sua previsão de crescimento da oferta de líquidos do Brasil para os próximos anos. No relatório mensal divulgado nesta quarta-feira (12), o cartel ajustou a projeção de 4,4 milhões de barris por dia (bpd) para 4,3 milhões de bpd em 2025, o que representa uma redução de 50 mil bpd. A previsão, para 2026, também foi ajustada, passando de 4,6 milhões de bpd para 4,5 milhões de bpd, uma queda de 100 mil bpd em relação à estimativa anterior.
Essa revisão reflete os desafios que o setor petrolífero brasileiro enfrenta no atual cenário global, incluindo dificuldades estruturais e operacionais em algumas plataformas e em parte da infraestrutura logística do país. Apesar disso, a Opep reconhece que o Brasil continua sendo um dos principais produtores de petróleo, com destaque para a sua capacidade de influenciar a oferta global.
Produção de petróleo e combustíveis líquidos
No campo da produção, a Opep apontou que o Brasil registrou um aumento de 109 mil bpd na produção de petróleo bruto em dezembro de 2024, alcançando uma média de 3,4 milhões de bpd. Embora esse crescimento tenha sido uma recuperação em relação aos números de novembro do mesmo ano, o cartel destacou o que foi considerado “desempenho insatisfatório” em várias plataformas offshore, impactando as perspectivas de crescimento no curto prazo.
Em termos de produção total de combustíveis líquidos, o Brasil também registrou um aumento de 115 mil bpd em dezembro, chegando a uma média de 4,2 milhões de bpd. Esse aumento na produção de líquidos reflete uma recuperação parcial, mas ainda não é suficiente para garantir um crescimento sustentado nos próximos anos, principalmente com as questões estruturais ainda por serem resolvidas, como a implementação e expansão de infraestrutura adequada de transporte.
Brasil lidera demanda na América Latina
A Opep também destacou que o Brasil será responsável por liderar o crescimento da demanda por petróleo na América Latina no primeiro trimestre de 2025. A previsão de aumento da demanda no Brasil é impulsionada pela expansão de salários e pela manutenção de um mercado de trabalho apertado, o que deve aumentar o consumo interno. A demanda brasileira, portanto, continua forte, o que contrasta com a situação de muitos outros países da região.
Previsão do PIB e suas implicações para setor petrolífero
No que se refere à economia brasileira, a Opep manteve suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB), com expectativa de crescimento de 2,3% para 2025 e 2,5% para 2026. A projeção mais moderada de crescimento para o próximo ano reflete as políticas monetárias e fiscais mais rígidas, que devem restringir o crescimento econômico. No entanto, a flexibilização monetária que está prevista para 2026 pode proporcionar uma recuperação mais robusta para a economia brasileira, e consequentemente, para o setor de petróleo e gás.
Crescimento global da demanda por petróleo
A Opep manteve a previsão de crescimento da demanda global por petróleo em 2025, projetando um aumento de 1,4 milhão de bpd, totalizando 105,2 milhões de bpd. A expectativa, para 2026 é de um acréscimo similar, com a demanda chegando a 106,63 milhões de bpd.
A maior parte desse crescimento deve ocorrer em países fora da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), com a previsão de um aumento de 1,3 milhão de bpd nesses países. Já para os membros da OCDE, a Opep projeta um aumento modesto de cerca de 100 mil bpd.
Oferta de petróleo fora da Opep+
Em relação à oferta de petróleo fora da Opep+, a organização cortou sua previsão de aumento da produção desses países, reduzindo a expectativa de 1,1 milhão de bpd para 1 milhão de bpd em 2025. A projeção igualmente reduzida em 100 mil bpd para 2026. O crescimento da oferta continuará sendo liderado pelos Estados Unidos, Brasil, Canadá e Noruega, que devem contribuir com a maior parte do aumento da produção.
A Opep+ – um grupo formado por membros da Opep e outros grandes produtores de petróleo como a Rússia – também relatou uma redução na produção. A produção do grupo caiu, em janeiro de 2025, em 118 mil bpd em relação a dezembro de 2024, alcançando uma média de 40,62 milhões de bpd. Esse declínio reflete os desafios enfrentados por alguns membros do grupo, especialmente em meio à instabilidade geopolítica e às flutuações nos preços globais do petróleo.
Previsões econômicas globais
No âmbito global, a Opep manteve sua projeção de crescimento do PIB mundial em 2025, com um aumento de 3,1%, e de 3,2% para 2026. A organização também manteve as previsões de crescimento do PIB dos EUA, com 2,4% em 2025 e 2,3% em 2026. Para a China, a Opep espera um crescimento de 4,7% em 2025 e de 4,6% em 2026. Já para a zona do euro, a previsão foi ajustada para baixo, passando de 1% para 0,9% em 2025, mas a expectativa para 2026 permanece em 1,1%.
Redação
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