Ucrânia e EUA discutem fim da guerra após maior ataque de drones da Rússia

Representantes de alto escalão da Ucrânia e dos Estados Unidos se reuniram nesta terça-feira (11), em Jedá, na Arábia Saudita, para discutir alternativas para encerrar a guerra entre Rússia e Ucrânia, que já dura três anos. O encontro aconteceu poucas horas após o maior ataque com drones desde o início da invasão russa ao território ucraniano.

Segundo a força aérea ucraniana, a Rússia lançou 126 drones do tipo Shahed e outros tipos de artefatos, além de um míssil balístico, contra o território ucraniano. Em resposta, a Ucrânia intensificou sua ofensiva aérea. De acordo com o Ministério da Defesa da Rússia, 337 drones ucranianos foram abatidos em dez regiões do país.

Maioria dos drones foi abatida em regiões próximas à fronteira

A maioria dos drones (126) foi interceptada na região de Kursk, próxima à fronteira com a Ucrânia. Outros 91 drones foram abatidos sobre a região de Moscou, capital da Rússia. Ainda segundo o governo russo, três pessoas ficaram feridas, uma delas após a queda de um drone sobre um edifício residencial em Moscou. Houve também registro de ferido na região de Lipetsk, após explosão em uma rodovia.

A força aérea russa também relatou a interceptação de um total de 343 drones durante o ataque, número superior ao divulgado inicialmente. Três pessoas morreram e 18 ficaram feridas — entre elas, três crianças — nos ataques aéreos que atingiram dez regiões russas.

Diplomacia busca alternativas em meio à escalada do conflito

Durante a reunião em Jedá, jornalistas tiveram acesso à sala onde diplomatas ucranianos se encontravam com o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio. O diplomata americano sinalizou positividade em relação ao encontro ao fazer um gesto de “positivo” para as câmeras e dizer que suas expectativas eram “boas”.

Por outro lado, as autoridades ucranianas presentes — incluindo o ministro das Relações Exteriores e o chefe de Defesa — não fizeram declarações no início do encontro. Também não houve manifestações imediatas de representantes americanos ou ucranianos sobre os ataques de drones realizados anteriormente.

Putin defende Trump e afirma que guerra poderia ter sido evitada

Em entrevista à televisão estatal russa, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou que o conflito poderia ter sido evitado caso Donald Trump estivesse no poder em 2022. “Eu não poderia discordar dele que se ele tivesse sido presidente, se eles não tivessem roubado sua vitória em 2020, a crise que surgiu na Ucrânia em 2022 poderia ter sido evitada”, afirmou.

Putin se referiu ao atual presidente dos EUA como um “homem inteligente e pragmático” e disse que a Rússia está disposta a negociar. No entanto, não apresentou detalhes sobre como essas negociações ocorreriam.

Ucrânia reforça posição soberana nas negociações

O governo ucraniano rejeitou qualquer conversa que exclua sua participação direta, reforçando a defesa de sua soberania no processo de paz. Enquanto isso, os Estados Unidos sinalizaram endurecimento das sanções econômicas como medida de pressão sobre Moscou.

Trump afirmou que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, estaria “disposto a negociar um acordo” e que tanto a Ucrânia quanto a Rússia demonstram interesse em encerrar o conflito. O republicano também associou o preço do petróleo à duração da guerra, afirmando que “se os preços do petróleo caírem, a guerra da Rússia contra a Ucrânia acabará rapidamente”.

Fator econômico é citado como influência para resolução do conflito

Durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, Trump destacou que a redução dos preços do petróleo e das taxas de juros pode acelerar a resolução do conflito. Ele também criticou a atuação da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), ao alegar que o preço elevado da commodity prolonga a guerra.

O ex-presidente dos EUA afirmou ainda que a guerra “nunca teria acontecido se eu fosse presidente à época da invasão”, posicionando sua visão como ponto de debate no cenário internacional.