Ucrânia interrompe trânsito de gás russo para a Europa após fim de acordo pré-guerra
Interrupção representa mais um capítulo na complexa dinâmica energética e geopolítica da região

A Ucrânia suspendeu, a partir desta quarta-feira (1º), o fornecimento de gás natural russo destinado aos clientes europeus por meio de seus gasodutos, marcando um ponto de virada na relação energética entre a Rússia, a Europa e a Ucrânia. A decisão veio após o término de um acordo de trânsito firmado antes da guerra, que havia garantido o transporte de gás mesmo em meio ao conflito iniciado em fevereiro de 2022.
O anúncio foi feito pelo ministro da Energia da Ucrânia, Herman Halushchenko, que destacou a medida como uma decisão estratégica em nome da “segurança nacional”. Em mensagem publicada no aplicativo de mensagens Telegram, Halushchenko declarou:
“Este é um evento histórico. A Rússia está perdendo mercados e incorrerá em perdas financeiras. A Europa já decidiu eliminar progressivamente o gás russo, e (isto) está alinhado com o que a Ucrânia fez hoje.”
Impactos sobre Rússia e Gazprom
A empresa estatal russa de energia Gazprom, responsável pela exportação de gás para a Europa, respondeu em um comunicado que não possui “possibilidade técnica e legal” de continuar utilizando os gasodutos ucranianos devido à recusa de Kiev em renovar o contrato. A suspensão representa um golpe significativo para a Rússia, que já vinha enfrentando sanções econômicas e uma redução drástica em sua base de clientes europeus após o início da guerra.
A Gazprom vinha utilizando alternativas, como os gasodutos Nord Stream e TurkStream, mas os danos sofridos pelo Nord Stream 1 e 2 em 2022 e as restrições impostas por países ocidentais dificultaram ainda mais as exportações. Especialistas acreditam que a interrupção pelo território ucraniano aumentará a pressão sobre a economia russa, já enfraquecida por sanções e isolamento internacional.
Europa avança na transição energética
Para a Europa, a suspensão acelera o processo de diversificação das fontes de energia, que já vinha sendo implementado como resposta à dependência histórica do gás russo. Desde o início do conflito, os países europeus têm buscado alternativas, como o aumento das importações de gás natural liquefeito (GNL) de fornecedores como os Estados Unidos, Catar e Noruega.
Além disso, iniciativas de energia renovável e políticas de eficiência energética têm sido reforçadas em diversos países da União Europeia, com o objetivo de reduzir a vulnerabilidade a choques de abastecimento.
Apoio militar dos EUA à Ucrânia
Enquanto o fornecimento de gás é interrompido, os Estados Unidos continuam reforçando seu apoio à Ucrânia. Na segunda-feira, 30 de dezembro, o presidente americano, Joe Biden, anunciou um pacote de assistência de aproximadamente US$ 2,5 bilhões para fortalecer as forças armadas ucranianas.
O pacote inclui US$ 1,25 bilhão para suprimentos imediatos aos militares, como munições de artilharia, foguetes e veículos blindados, além de US$ 1,22 bilhão através da Iniciativa de Assistência à Segurança da Ucrânia (USAI), que contempla investimentos de longo prazo, incluindo sistemas de defesa aérea e artilharia avançada.
Biden ressaltou o compromisso contínuo dos Estados Unidos com a defesa ucraniana, especialmente diante da aproximação do inverno, período crítico no conflito. “Sob minha direção, os Estados Unidos continuarão a trabalhar incansavelmente para fortalecer a posição da Ucrânia nesta guerra”, disse.
Desdobramentos geopolíticos
A interrupção do trânsito de gás pela Ucrânia representa mais um capítulo na complexa dinâmica energética e geopolítica da região. Para Kiev, a decisão é um passo importante na busca por maior autonomia e na luta contra a influência russa. Para Moscou, trata-se de mais um revés econômico e diplomático em meio ao prolongado conflito com o Ocidente.
Enquanto isso, a Europa segue avançando na diversificação de suas fontes energéticas, marcando uma ruptura histórica em sua dependência do gás russo. À medida que o conflito se estende, as consequências dessa decisão ecoarão tanto na economia quanto nas relações internacionais nos próximos anos.
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