Os eventos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram os prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto, provocaram uma mudança significativa na estratégia de segurança presidencial. O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) intensificou as medidas para proteger o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT); o vice, Geraldo Alckmin (PSB); seus familiares e os palácios presidenciais.

Entre as ações, o aumento de 60% no efetivo do GSI e a ampliação no número de câmeras de vigilância, que subiu de 68 para 534 dispositivos, com previsão de chegar a 708. No Palácio do Planalto, a vigilância passará de 44 para 348 câmeras, sendo que 23 delas terão reconhecimento facial. Além disso, um banco de dados com imagens de visitantes já começou a ser alimentado.

Outra medida em andamento é a instalação de vidros blindados no Palácio do Planalto, que aguarda licitação. Segundo o ministro do GSI, Marco Antonio Amaro, o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) já autorizou a obra, e os recursos estão garantidos. “Além da blindagem, investimos em câmeras, guaritas mais seguras e equipamentos antidrones para aumentar a proteção”, explicou Amaro.

A segurança externa também será reforçada com convênios entre o GSI e os estados, permitindo o cruzamento de imagens captadas no Planalto com bancos de dados de pessoas procuradas pela Justiça. Esse monitoramento incluirá, além do Palácio do Planalto, os Palácios da Alvorada, do Jaburu, a Granja do Torto e outros anexos presidenciais.

Amaro ressaltou que a arquitetura de Brasília, projetada sem barreiras físicas, representa um desafio. “A Esplanada dos Ministérios foi concebida como um espaço de manifestações democráticas, mas sua falta de muros facilita invasões às sedes dos Três Poderes”, afirmou, mencionando também a proximidade de vias como o Eixo Monumental.

O episódio de 8 de janeiro evidenciou vulnerabilidades no sistema de segurança, que agora busca se modernizar e recuperar a confiança após críticas. O GSI também declarou que superou o processo de “desbolsonarização”, assegurando que não há mais problemas de partidarização entre seus membros.