Equador decide futuro em eleição tensa marcada por violência e crise sem precedentes
Segundo turno entre Daniel Noboa e Luisa González ocorre sob estado de exceção, com disputa apertada entre direita e esquerda

O Equador realiza, neste domingo (13), o segundo turno das eleições presidenciais em meio a um cenário de alta tensão política, violência ligada ao narcotráfico e incertezas econômicas. Os eleitores equatorianos deverão escolher entre o atual presidente, Daniel Noboa, de centro-direita, e a advogada Luisa González, representante da esquerda. Ambos terminaram o primeiro turno com uma diferença mínima, o que indica uma das disputas mais acirradas dos últimos anos no país.
Com pouco mais de 13,7 milhões de pessoas aptas a votar, o pleito acontece entre 7h e 17h no horário local. O voto é obrigatório para adultos até os 65 anos e facultativo para adolescentes de 16 e 17 anos, além de idosos com mais de 65. Os primeiros resultados devem ser divulgados ainda nesta noite.
Conflito político se intensifica diante da insegurança pública
A votação acontece em um momento crítico para o Equador, que enfrenta uma crise de segurança sem precedentes. O presidente Daniel Noboa decretou, na véspera da eleição, estado de exceção por 60 dias em sete das 24 províncias do país, incluindo a capital Quito e todo o sistema prisional. A medida foi adotada após um novo aumento nos índices de violência, relacionados ao avanço do narcotráfico.
Desde 2023, o país tem sido marcado por homicídios em massa, sequestros, atentados a emissoras de TV e assassinatos de figuras políticas. Em janeiro e fevereiro deste ano, houve mais de 1,5 mil homicídios, o que configurou o início de ano mais violento já registrado no Equador. Para tentar conter a crise, o governo restringiu temporariamente o ingresso de estrangeiros por fronteiras terrestres com a Colômbia e o Peru — os dois maiores produtores de cocaína do mundo.
Apesar da queda na taxa de homicídios entre 2023 e 2024 — de 47 para 38 assassinatos por 100 mil habitantes —, o índice segue como o mais alto da América Latina, de acordo com a organização Insight Crime.
Modelos econômicos opostos em disputa
Além da segurança pública, a eleição no Equador também reflete uma disputa entre dois projetos econômicos distintos. Noboa, empresário de 37 anos, defende medidas neoliberais com foco em contenção de gastos e abertura ao mercado. Já González, de 47 anos, propõe uma gestão com maior participação do Estado, voltada para políticas sociais e redistribuição de renda.
O país enfrenta uma situação econômica delicada: a dívida pública está em torno de 57% do PIB, o desemprego e subemprego afetam cerca de 23% da população e 28% dos equatorianos vivem em situação de pobreza. Desde 2020, a produção de petróleo, uma das principais fontes de receita nacional, não atinge 500 mil barris por dia, reflexo do desinvestimento no setor.
Tensões políticas e histórico de instabilidade
O clima político no Equador tem sido marcado por polarização e instabilidade. Daniel Noboa assumiu o poder em novembro de 2023 após vencer uma eleição antecipada convocada para concluir o mandato do ex-presidente Guillermo Lasso, que dissolveu o Congresso para evitar um julgamento por corrupção. Agora, ele busca um novo mandato de 4 anos.
Luisa González representa o partido Revolução Cidadã, liderado pelo ex-presidente Rafael Correa, atualmente exilado na Bélgica e condenado à revelia por corrupção. Caso eleita, ela se tornará a primeira mulher a assumir a presidência do Equador por meio do voto direto.
Disputa voto a voto deve definir futuro do país
As pesquisas de intenção de voto indicam um cenário indefinido. Levantamentos realizados por diferentes institutos colocam os dois candidatos tecnicamente empatados. A margem de erro torna qualquer projeção incerta, aumentando a tensão entre os eleitores e as autoridades.
A expectativa é de que o resultado do segundo turno defina os rumos de um país dividido entre o desejo de uma resposta firme à violência e a busca por justiça social.
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