Maioria dos brasileiros é contra anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro, aponta Datafolha
Conforme levantamento, 56% dos brasileiros rejeitam a proposta. Por outro lado, 37% são favoráveis ao perdão e 6% não souberam opinar

A maioria dos brasileiros é contrária à anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023, segundo revelou uma pesquisa Datafolha, divulgada nesta segunda-feira (7). Conforme o levantamento, 56% dos brasileiros rejeitam a proposta. Por outro lado, 37% são favoráveis ao perdão e 6% não souberam opinar.
Segundo o Datafolha, a rejeição à anistia tem recuado desde 2023. Em abril do ano passado, era de 63%, passando a 62% em dezembro. Agora, está em 56%. Já o apoio ao perdão subiu de 31% para 33% e agora atinge 37%.
Divisões por renda, religião e afinidade partidária
O Datafolha mostrou que a avaliação sobre as punições varia conforme faixa de renda. Entre os mais pobres, 30% acreditam que as penas deveriam ser mais duras. Já entre os que recebem de 5 a 10 salários mínimos, 47% defendem penas menores. Na faixa acima, o percentual chega a 45%.
O apoio à anistia é mais forte entre eleitores do PL. Entre eles, 72% são favoráveis ao perdão. Já entre os que se identificam com o PSOL, 90% são contrários. Entre eleitores do PT, a rejeição é de 68%.
No grupo evangélico, 40% apoiam a anistia, enquanto 50% são contrários. A margem de erro neste segmento é de quatro pontos percentuais.
Apoio político e mobilizações públicas
Entre eleitores que dizem votar em Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) em 2026, 61% apoiam a anistia. O governador esteve presente tanto no ato da avenida Paulista quanto no realizado no mês anterior no Rio de Janeiro, ambos ao lado de Bolsonaro.
Os eventos foram organizados pelo pastor Silas Malafaia, aliado de longa data do ex-presidente. Ele tem atuado para mobilizar setores religiosos e pressionar parlamentares a pautar projetos de anistia no Congresso.
A esquerda também organizou atos em defesa da punição dos réus, mas com menor adesão. Os protestos foram registrados em diferentes capitais, mas com público inferior ao das mobilizações bolsonaristas.
Mudanças na Lei da Ficha Limpa dividem opiniões
A pesquisa também avaliou a percepção sobre a Lei da Ficha Limpa. O Congresso discutiu a redução do tempo de inelegibilidade para políticos condenados, o que poderia favorecer o ex-presidente Bolsonaro.
O texto foi modificado para impedir esse efeito direto. Ainda assim, o tema divide os eleitores. Para 47% dos entrevistados, a mudança é positiva. Outros 47% são contrários. Há ainda 5% que não souberam responder e 1% que se mostraram indiferentes ao tema.
A rejeição à mudança é maior entre os mais ricos: 66% se dizem contra a alteração na lei, com margem de erro de oito pontos percentuais.
Detalhes da pesquisa
O levantamento foi feito entre os dias 1º e 3 de abril, com 3.054 eleitores em 172 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais. A aplicação das penas aos condenados divide opiniões: 34% consideram as punições adequadas, 36% defendem a redução e 25% acham que deveriam ser aumentadas.
Reações políticas e eventos recentes
A manifestação mais recente sobre o tema foi liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), neste domingo (6), na avenida Paulista, em São Paulo. O ato reuniu cerca de 55 mil pessoas, segundo estimativa do próprio Datafolha, número inferior ao de eventos promovidos por apoiadores no início de 2023.
A tentativa de anistia no Congresso abrange não apenas os condenados, mas o próprio ex-presidente. Bolsonaro está inelegível até 2030 e é alvo de investigações por participação em articulações para reverter o resultado eleitoral. Mesmo se aprovada, uma eventual anistia pode ser questionada pelo Supremo Tribunal Federal.
Até o momento, o STF condenou mais de 480 pessoas nos processos abertos pelos ataques. Ao todo, mais de 1.500 ações penais foram ajuizadas. Pelo menos 155 réus seguem presos.
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