O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, nesta última terça-feira (26), a nomeação de dois veteranos de seu primeiro governo para integrar sua futura equipe econômica. Jamieson Greer foi indicado para o cargo de Representante do Comércio, enquanto Kevin Hassett assumirá a chefia do Conselho Econômico Nacional. Além disso, o republicano nomeou Jay Bhattacharya para liderar a NIH, principal agência de pesquisa médica do país.

O anúncio ocorre apenas um dia após Trump prometer a aplicação de tarifas amplas sobre produtos vindos do México, Canadá e China, como parte de sua estratégia para combater o tráfico de drogas e a imigração ilegal. As tarifas propostas incluem 25% sobre produtos mexicanos e canadenses e 10% sobre importações chinesas, reforçando a abordagem protecionista que marcou sua campanha eleitoral.

Reações internacionais

No Canadá, o primeiro-ministro Justin Trudeau afirmou que teve uma “conversa construtiva” por telefone com Trump, destacando a necessidade de superar os desafios na relação bilateral de maneira colaborativa. “Sabemos que essa é uma relação que precisa de trabalho, e é o que vamos fazer”, disse Trudeau.

No México, a presidente Claudia Sheinbaum reagiu com firmeza, sinalizando possíveis retaliações caso as tarifas sejam implementadas. Em uma carta aberta, Sheinbaum alertou que medidas comerciais punitivas podem elevar a inflação, causar perdas de empregos e prejudicar empresas de ambos os países. “A uma tarifa, virá outra em resposta. Diálogo é o melhor caminho para a paz e prosperidade entre nossas nações”, afirmou.

Já na China, o Ministério das Relações Exteriores defendeu o rigor das políticas antidrogas do país, atribuindo o problema do fentanil aos Estados Unidos. Um porta-voz do governo enfatizou a cooperação existente entre as duas nações e reiterou a disposição de continuar colaborando “com base na igualdade e no respeito mútuo”.

Impacto e controvérsias

As ameaças tarifárias reacenderam o debate sobre o impacto econômico dessa política. Economistas alertam que tarifas podem aumentar a inflação nos Estados Unidos e prejudicar consumidores locais, mas aliados de Trump defendem que elas são ferramentas essenciais para pressionar parceiros comerciais e fortalecer a indústria doméstica. Os próximos meses prometem intensificar as discussões sobre o comércio internacional, enquanto o presidente americano eleito consolida sua equipe econômica e prepara o terreno para um novo mandato marcado por tensões globais e negociações comerciais agressivas.