O presidente do PT na Bahia, Éden Valadares, não será candidato à reeleição para o comando do diretório estadual. Após seis anos à frente da sigla, o petista tomou a decisão depois de consultar familiares e correligionários. A informação foi confirmada por Valadares em entrevista ao Portal A TARDE, que será publicada na segunda-feira (10). A saída do dirigente abre caminho para uma disputa interna no partido, que busca definir novos rumos para 2025.

“Minha chegada à presidência significou uma importante renovação no PT e esse processo não pode parar ou retroceder“, afirmou. Para ele, é essencial que novas lideranças tenham a chance de dar continuidade ao trabalho iniciado, promovendo a renovação do partido.

”Em sua fala, Valadares também mencionou que, caso optasse por um novo mandato, isso resultaria em dez anos à frente da presidência do PT, algo que considerou excessivo. “Disputar um novo mandato poderia significar ficar dez anos na presidência do PT. E isso eu acho demais“, explicou.

Renovação no PT

Valadares afirmou que um dos legados de sua presidência foi o fortalecimento da democracia interna e a maior participação dos filiados nas decisões do partido. Ele também mencionou a relevância de sua gestão na promoção de maior transparência nas finanças partidárias e no fortalecimento das comissões municipais e direções locais.

O presidente estadual do PT na Bahia ressaltou ainda, que a renovação dentro do partido inclui também a atualização das formas de comunicação e das linguagens utilizadas pelo PT em sua relação com a sociedade. “Penso que perseguimos e alcançamos estes desafios. Não é fácil inovar e é preciso reconhecer o papel que meus colegas de direção tiveram ao meu lado“, afirmou.

O petista também destacou os avanços durante seu mandato, que se estendeu por um período de seis anos, após a decisão do Diretório Nacional do partido. Ele reconheceu a contribuição dos colegas de direção e dos funcionários do partido, enfatizando que nada foi feito sozinho.

“Não vou citar para não cometer injustiças. Mas devo a cada um deles essa caminhada. Ninguém faz nada sozinho e muita gente, que sabe o que estou dizendo, vai se reconhecer. A começar pelos funcionários do partido, nossa Executiva, dirigentes e a militância do PT, nosso maior patrimônio“, disse.

Para Valadares, a militância do PT é o maior patrimônio da sigla, e ele atribui a esses membros o sucesso das ações realizadas durante sua presidência. Ele também destacou a diferença entre o modelo político adotado por seu partido e o da oposição. Ele comparou o processo de renovação do PT com o que acontece nas legendas de direita, que, segundo ele, promovem uma forma de liderança “hereditária, de pai para filho, para neto“.

“No PT esse processo é feito pelo caminho da democracia e participação direta dos filiados. O maior orgulho da minha vida são meus filhos e a minha família. Junto a isso, a oportunidade de presidir o PT“, disse.

Aprendizado com políticos históricos da sigla

O gestor do PT na Bahia também falou sobre o aprendizado com outros políticos importantes, como Zezéu e Wagner, e lembrou a lição de que “na política a gente não pode ter apego aos cargos” e pontuou que, ao final de cada ciclo, é necessário promover novos desafios. Ele vê sua saída como parte desse processo natural de renovação.