O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), minimizou, nesta segunda-feira (14), os elogios feitos pelo ex-governador César Borges ao atual chefe do Executivo estadual, Jerônimo Rodrigues (PT). Segundo o gestor municipal, “ninguém nega esses atributos do governador de ser uma pessoa de bom trato”.

“A opinião dele, acho que ele fez elogios pessoais. Mas a gente não escolhe um governador ou um gestor por ele ser uma pessoa de bom trato”, disse o prefeito ao Portal M!.

“A gente escolhe quem efetivamente é preparado, quem é o melhor para governar, quem no exercício do cargo faz mais entregas, mais realizações, mais ações”, completou Reis.

Elogios de Borges a Jerônimo em Jequié

César Borges exaltou publicamente, na última sexta-feira (11), a conduta de Jerônimo, durante agenda em Jequié, seu reduto eleitoral, afirmando que “é difícil encontrar uma pessoa tão cortês, amiga, aberta e de conversa fraterna como o senhor”. As palavras do ex-governador chamaram atenção por sua antiga vinculação ao carlismo, grupo liderado pelo ex-senador Antonio Carlos Magalhães, avô do vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, ex-prefeito de Salvador e principal adversário do PT na Bahia.

Bruno Reis defende ACM Neto e critica viagens de governador

Ainda em entrevista ao Portal M! durante assinatura do termo de compromisso do Bolsa-Atleta Salvador 2025, Bruno Reis saiu em defesa de ACM Neto, rebatendo insinuações feitas por aliados do governador Jerônimo Rodrigues de que as recentes viagens do petista ao interior do Estado teriam provocado uma “reação” do ex-prefeito.

“Vamos mandar eles tomarem conta da vida deles, que a gente toma da nossa”, disparou o prefeito ao Portal M!.

“Quem viu ACM Neto ano passado viajando diversos municípios da Bahia, participando da campanha, inclusive, levando no segundo turno em Camaçari para uma disputa Guerra nas Estrelas… Neto esteve presente, ajudando todo mundo, chegando junto”, completou.

Reis também acusou o governo estadual de utilizar ações midiáticas como forma de desviar a atenção dos problemas enfrentados pela população baiana. Segundo o prefeito, “o governo está preocupado em criar uma cortina de fumaça”.

“A população quer saber quem vai resolver o seu problema, quem vai baixar o preço do ovo, do café, quem vai dar picanha, quem vai gerar emprego e renda”.

O prefeito criticou ainda o desempenho da gestão petista nas últimas duas décadas e disse acreditar que os jovens eleitores buscarão “algo diferente” em 2026.

“Os jovens têm 20 anos e só foram governados pelo PT. Essa juventude vai se levantar e apostar num outro governo. Não em tapinha nas costas, palavras e elogios, mas em quem entrega resultado”.

Bruno Reis rebate críticas à venda de áreas verdes em Salvador

O prefeito de Salvador também rebateu as críticas relacionadas ao leilão de áreas verdes, especialmente os casos do Morro do Ipiranga e do terreno em Patamares, próximo ao Circo Picolino. Segundo ele, os locais não têm nenhuma função pública e podem gerar investimentos importantes para a cidade.

“Vai lá nessa área verde e vê se você acha uma grama. Se você achar uma grama, depois você conserta a sua pergunta. De verde não tem nada. Verde é o que a prefeitura fez. Já plantou 130 mil árvores, implantou diversos parques e preservou mais de 16 mil km² de área de Mata Atlântica”, bradou Bruno.

O gestor garantiu que os editais de licitação preveem projetos com impacto turístico e econômico, como a construção de um oceanário em Patamares. Segundo ele, equipamentos importantes como a pista de bicicross e o Circo Picolino serão preservados.

“A área ali tem uma destinação específica para um equipamento turístico. Está lá no edital: para quem quiser implantar um grande aquário, atrair turistas. Ali não tem nada”, completou.

Venda do Morro do Ipiranga: prefeito diz que área é ‘sem utilidade’

Sobre a ação movida pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Bahia (CAU-BA), que tenta impedir a venda do terreno no Morro do Ipiranga, Bruno Reis disse que a prefeitura já está contestando os questionamentos judiciais e defendeu a legalidade da operação. “Estamos esclarecendo os fatos e a verdade. É uma área antropizada, que não tem qualquer utilização para as pessoas. Pode render recursos expressivos para permitir investimentos em diversas áreas”.

Ele reforçou que o terreno não interfere na vista da população e não representa riscos, inclusive mencionando obras realizadas para garantir a estabilidade do solo. “É uma área que só gera ônus para a prefeitura. Não atrapalha ninguém, não tira vista de ninguém. Tenho convicção de que a justiça vai prevalecer”, pontuou ao Portal M!.