Vixe! Otto sela paz na Assembleia, convence Coronel a recuar da briga com PT, reafirma força do partido e dependência do governo na eleição de 2026

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Osvaldo Lyra e equipe 22/01/2025 14:11 Vixe
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Paz selada

A novela da eleição para a presidência da Assembleia Legislativa da Bahia teve um novo capítulo e avançou favoravelmente para Adolfo Menezes essa semana. Segundo integrantes do PSD, que participaram de uma reunião entre a bancada do partido e o senador Otto Alencar, ficou decidido que a sigla vai apoiar sua reeleição para o comando da Casa. Por unanimidade, os deputados referendaram o nome do atual presidente, que não enfrentou nenhuma objeção durante encontro, com a participação do senador Angelo Coronel.

Adolfo Menezes e Otto Alencar (ambos do PSD)

Rosemberg na vice

Durante a reunião, ficou acertado que será respeitada a proporcionalidade para composição da mesa-diretora, com o PT indicado a primeira-vice, com o deputado Rosemberg Pinto. O senador Otto Alencar também defendeu a participação de representantes de todos os partidos da base na mesa. “É sempre mais democrático, transparente, evita que se tenha a predominância apenas de um partido. Sempre defendi isso”, disse o senador, que reafirmou a estratégia como fundamental para a governabilidade da gestão estadual.

Rosemberg Pinto (PT), líder do Governo na AL-BA

Prazo no regimento

A disputa pela primeira-vice ficou muito acirrada nos últimos dias porque, num eventual impedimento de Adolfo, após vencer a segunda reeleição, caberá ao 1º vice conduzir o processo sucessório na Assembleia, que hoje não tem, regimentalmente, prazo para ser realizado. A expectativa é que seja feita uma alteração no regimento interno da casa, estipulando esse período.

Plenário da AL-BA

Sem bypass do PT

O entendimento, na cúpula do PSD, é que não há possibilidade do PT dar um bypass no senador Otto Alencar para assumir definitivamente o comando da Assembleia. Não iriam ameaçar a governabilidade do governo Jerônimo só com o objetivo de aumentar seu poder no Estado. É mesmo muita informação!

Otto Alencar, senador e presidente do PSD-BA

Na torcida

Durante o encontro com a bancada, o senador Otto Alencar preferiu não apostar num resultado sobre o imbróglio que pode impedir o terceiro mandato de Adolfo, com possibilidade de ser barrado pelo Supremo Tribunal Federal, já que o regimento interno não prevê a situação. Otto revelou, entretanto, confiança na reeleição do deputado. “Não sou julgador, sou apoiador, quero que dê tudo certo, até porque seria uma posição de confronto com a candidatura. Confio, acredito e sei que vai dar tudo certo”.

Adolfo Menezes e Otto Alencar (ambos do PSD)

Na linha do partido

Segundo deputados que participaram da reunião, o acordo é que, caso haja o impedimento do atual presidente, uma nova eleição será convocada no prazo de 30 dias. E, tendo uma nova eleição, a candidata pelo PSD será a deputada Ivana Bastos.

Ivana Bastos e Adolfo Menezes, deputados estaduais do PSD

Coronel recua

Diante disso, uma pergunta que passou a circular nos bastidores era se esse movimento pró Adolfo esvaziava a estratégia do senador Angelo Coronel de lançar a candidatura do filho, Angelo, para a primeira-vice. Para a cúpula do PSD, esse desenho não se mantinha, pois não encontrava eco internamente na sigla. E só com a oposição, Coronel não se arvoraria a lançar a candidatura. Até porque, por mais que esse seja um movimento isolado da disputa eleitoral de 2026, poderia ter impactos diretos na sua reeleição no próximo ano.

Senador Angelo Coronel e esposa

PT refém do PSD

E já falando sobre a candidatura à reeleição de Coronel, o entendimento no próprio partido é que seja desnecessário o esforço dele para marcar território nessa luta contra a cúpula do PT, que tem defendido uma chapa “puro sangue” com o governador Jerônimo Rodrigues e o senador Jaques Wagner na reeleição, e o ministro Rui Costa na segunda vaga ao Senado. O entendimento no PSD é que o PT não tem como ir para a eleição com uma chapa “puro-sangue”.

Governador Jerônimo e senador Jaques Wagner

Apoio necessário

A situação de fragilidade em setores do governo Jerônimo obriga o PT a ter o apoio do PSD, como um partido de centro, no seu arco de alianças. Sem o apoio dos nove deputados estaduais e seis federais, além dos 125 prefeitos, dificilmente o governador consegue se reeleger. Diante disso, o entendimento na cúpula da sigla é que não faz sentido a briga pelo espaço neste momento. Só em 2026 é que a sucessão será colocada na pauta do partido.

Jerônimo Rodrigues (PT), governador da Bahia

Estratégia alinhada

A informação é que o senador Otto Alencar teria mostrado ao colega Angelo Coronel o erro estratégico em tratar o assunto agora. Quando 2026 chegar, a cúpula petista verá a necessidade de repetir 2022, garantindo a vaga para o PSD, já que a entrada de Rui na majoritária não garantirá os votos necessários para o atual governador conseguir se reeleger. Até porque, o resultado das últimas eleições mostra que o PT tem cerca de 30% do eleitorado do Estado.

Angelo Coronel e Otto Alencar, senadores do PSD

Recuo do PT

Nesse contexto da sucessão, o PSD se coloca num lugar de mais destaque ainda numa eventual chapa majoritária, diante da perspectiva de que a oposição estará unida na próxima eleição, tendo a direita atuando em torno da candidatura de ACM Neto. “Com a direita unida, o governador e Lula fragilizados, você acha mesmo que a cúpula do PT vai insistir nas duas vagas ao Senado? Claro que não, pois não vão ameaçar perder o controle do Estado em prol da manutenção de uma candidatura petista à Câmara Alta”, opinou um deputado do PSD, que transita bem na Governadoria.

Governador Jerônimo e presidente Lula

Sem elevar a fervura

O entendimento na cúpula do PSD é que não faz sentido elevar a fervura agora pelo espaço, já que, no próximo ano, o PT precisará mais do PSD que o inverso. “Não faz sentido essa briga agora, pois a participação do nosso partido na chapa é um cenário natural”, defendeu outro deputado da sigla, ao explicar como Coronel foi convencido pela cúpula do partido a recuar e não entrar nessa queda de braço com Wagner, Jerônimo ou Rui.

Otto Alencar, senador e presidente do PSD-BA

A vaga do partido

“Agora, todo mundo quer defender o seu espaço. Mas na hora do vamos ver, o tamanho dos partidos será levado em consideração”, completou o pessedista, ao reforçar que seu partido já afirmou que não tem interesse de indicar a vaga de vice. “E a vaga é do PSD, dos seus deputados, do senador Otto Alencar e dos seus mais de 120 prefeitos”.

Otto Alencar, Adolfo Menezes e Jerônimo Rodrigues

Futuro do PSDB

A situação do PSDB na Bahia começa a preocupar a oposição e o ex-prefeito ACM Neto. Isso devido ao fato do partido estar caminhando para formar uma federação com o PSD, comandado nacionalmente pelo presidente Gilberto Kassab e na Bahia pelo senador Otto Alencar. A preocupação é porque esse cenário retira os tucanos da ala oposicionista e os coloca nos braços do governo do PT, já que da junção promete surgir uma super força partidária, fundamental para 2026.

ACM Neto (UB) e Adolfo Viana (PSDB)

Janela aberta

O entendimento é que muitos tucanos já ensaiam a mudança na plumagem, com vistas à próxima eleição. Quem não concordar com a mudança de rumo da sigla deverá ser liberado para mudar a filiação e seguir ao lado de Neto e da oposição, apesar das conversas que mostram alguns tucanos já acostumados com a ideia de mudança de lado na política baiana. A estratégia é de sobrevivência, já que o PSD, por ter um coeficiente eleitoral alto, poderá ajudar na eleição de mais deputados no próximo ano, cenário que anima muitos integrantes do PSDB. Muita água ainda vai rolar!

ACM Neto, vice-presidente nacional do União Brasil

Melhorar a performance

É unanimidade entre partidos da base do governo estadual que a gestão do governador Jerônimo Rodrigues precisa melhorar sua performance nos próximos meses. A fragilidade em áreas da gestão “obriga” o governador a fazer movimentos que estanquem a sangria que atinge seu governo. Para isso, a fórmula é de conhecimento de todos. “Os governos Jerônimo e Lula precisam performar, precisam entregar ações e melhorias para a população”, defende um aliado do PT.

Jerônimo Rodrigues (PT), governador da Bahia

Diálogo com os prefeitos

A solução seria simples: Basta o governador sentar com os 350 prefeitos aliados e levantar a prioridade de suas demandas. E ir atrás de recursos para viabilizar as intervenções. Só aumentando o volume de entregas para melhorar a avaliação.

Jerônimo Rodrigues (PT), governador da Bahia

Continua em Brasília

Sempre lembrado como nome forte para assumir uma secretaria no governo Jerônimo, o atual secretário de PPI do governo Lula, Marcus Cavalcanti, deverá continuar mesmo em Brasília. A possibilidade de ele voltar para a Bahia foi descartada, pelo menos por agora. Cavalcanti está empolgado com as demandas atuais, tomadas sob a batuta do ministro Rui Costa na Casa Civil.

Marcus Cavalcanti e Rui Costa

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