Wagner minimiza crise com PSD e volta a defender chapa ‘puro sangue’ com Jerônimo e Rui em 2026
Petista descarta rompimento com aliados e afirma que decisão sobre composição será tomada com diálogo

O senador Jaques Wagner (PT) minimizou, durante entrevista concedida aos jornalistas Matheus Morais e Osvaldo Lyra, editor-chefe do Portal M!, no programa De Olho na Bahia, transmitido pela Rádio Mix Salvador (104.3 FM), sobre a possível crise entre o PT e o PSD provocada pela intenção do grupo político em lançar Rui Costa como candidato ao Senado Federal em 2026. A proposta de uma chapa “puro sangue” – composta pelo ministro da Casa Civil, o governador Jerônimo Rodrigues e ele -tem gerado desconforto entre aliados, principalmente pela possibilidade de substituição do senador Angelo Coronel (PSD), que já reafirmou sua intenção de disputar a reeleição, apesar do desejo do PT de montar uma chapa “puro-sangue” e admitiu que, se for preterido, pode lançar uma candidatura avulsa.
Wagner foi direto ao afirmar que não enxerga nenhum conflito interno entre os aliados. Para ele, o cenário é de diálogo e construção conjunta.
“Eu primeiro não vejo crise nenhuma, conversei com o Diego anteontem [terça], conversei com o coronel na mesma hora por telefone. A minha opinião: não tem crise, não vai ter,” afirmou o senador.
Wagner defende legitimidade de Rui
O senador reforçou que o ex-governador Rui Costa tem legitimidade para pleitear uma vaga na chapa majoritária e que a possível composição com ele, Wagner e o atual governador Jerônimo Rodrigues seria uma das mais fortes do país.
“O que eu coloquei naquela vez e reafirmo hoje: Rui ficou até o final do mandato dele como eu fiquei, eu fiquei sem mandato, o Rui ficou sem mandato, está lá trabalhando com o presidente como eu fui trabalhar com a presidenta Dilma. Então todo mundo reconhece que é do direito dele pleitear uma vaga para o Senado,” explicou.
Senador fala em unidade e descarta racha na base aliada
O senador também fez questão de afastar qualquer possibilidade de rompimento político dentro do grupo que lidera a Bahia há quase duas décadas. Ele declarou que o entendimento será de unidade, construído com diálogo e respeito entre os partidos da base.
“Eu já combinei com o coronel, com o Otto, com o governador, isso a gente vai fazer a partir do ano que vem. Mas deixa eu lhe dizer, vai queimar a língua quem estiver apostando em racha no grupo,” disse.
Ainda segundo Wagner, a relação com aliados que deixaram a base em 2022, como o PP, segue aberta ao diálogo. Ele acredita que o grupo construirá uma chapa forte e coesa para as eleições de 2026, sem abrir espaço para divisões internas.
“Eu converso com o Cacá [Leão, presidente municipal do PP e secretário municipal do prefeito Bruno Reis], com os deputados estaduais, federais. Então aconteceu aquele ruído, mas ninguém virou inimigo e aqui eu posso garantir a você que a gente vai dar um tratamento nisso e vamos ter a chapa mais forte, sem rompimento do grupo, eu não tenho dúvida nenhuma,” completou.
Governabilidade e gestão: Wagner rebate críticas a Jerônimo
Indagado sobre as críticas à atuação do governador Jerônimo Rodrigues (PT), especialmente quanto à sua presença pública e capacidade de articulação, Wagner saiu em defesa do aliado e afirmou que o trabalho do gestor é reconhecido pela população baiana.
“Eu percebo que a população tem um carinho por Jerônimo, porque é um cara muito simples, muito humilde, muito dedicado, trabalha de sol a sol, não para. Tem essa crítica que ele precisava também atender mais, eu sei que ele aumentou o volume da presença dele no gabinete para receber prefeitos, para receber empresários”, pontuou Wagner.
O petista também atribuiu a dificuldade de comunicação política à dinâmica do próprio calendário eleitoral brasileiro, que, segundo ele, impede a maturação de políticas públicas entre uma eleição e outra. “A verdade é que muita gente procura um governador querendo vir para o lado do governo e a gente não vai não aceitar novas presenças”, disse Wagner, ao introduzir uma proposta que tramita no Congresso.
Wagner defende fim da reeleição e unificação das eleições no Brasil
Como líder do governo no Senado, Wagner revelou estar envolvido na articulação de uma proposta de emenda constitucional que pretende pôr fim à reeleição no Executivo e estabelecer mandatos únicos de 5 anos, com unificação de todas as eleições em um único ano.
“É uma emenda que muda a regra do jogo, acabando com reeleição, botando o mandato de todos os executivos em cinco anos, sem reeleição, fazendo a coincidência de todas as eleições num ano só”.
Segundo ele, o objetivo da medida é melhorar a gestão pública e reduzir a interferência do calendário eleitoral na rotina administrativa dos governos federal, estadual e municipal. “Você não tem nem o tempo para tomar o fôlego, para se preparar para um novo embate. Então nós precisamos mudar isso. Não tem administração que aguente. Eu não sei se a emenda constitucional vai passar, é óbvio que tem gente que pensa diferente, mas eu pessoalmente sou amplamente favorável”, destacou.
Wagner defende que a mudança traria mais eficiência aos governos e permitiria um foco maior em entregas para a população. “Eu acho que dessa forma a gente economiza o tempo da administração e pode fazer aquilo que é o mais importante para a população, que é fazer um governo de qualidade, seja no município, no estado ou na federação, para melhorar a vida das pessoas”, finalizou o senador.
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