O Vitória finalmente reencontrou o caminho do triunfo. Após sete partidas sem vencer na temporada — incluindo três derrotas e um empate nas primeiras rodadas do Brasileirão — o Rubro-Negro baiano derrotou o Fortaleza por 2 a 1, na noite da última quarta-feira (17), no Barradão, e conquistou os primeiros três pontos na Série A de 2024. O fim do jejum veio com alívio para o técnico Thiago Carpini, que vinha sendo pressionado por resultados ruins e atuações instáveis.

Apesar do resultado positivo, a atuação do Leão revelou novamente os desequilíbrios do time. A defesa teve mais uma noite problemática, enquanto o ataque, mesmo com limitações criativas, soube aproveitar o que teve e encontrou soluções a partir da bola parada.

Vitória sofre, mas resolve no ataque

O técnico Thiago Carpini repetiu a formação ofensiva utilizada contra o Atlético-MG. O quarteto formado por Erick, Gustavo Mosquito, Janderson e Matheuzinho teve, desta vez, a responsabilidade de propor o jogo em casa. Mas o desempenho na primeira etapa mostrou um time com dificuldades para acelerar as jogadas e encontrar espaços diante da bem postada defesa cearense.

Escalação inicial do Vitória:

Lucas Arcanjo; Claudinho, Lucas Halter, Zé Marcos e Jamerson; Ricardo Ryller, Baralhas e Matheuzinho; Erick, Gustavo Mosquito e Janderson.

A falta de inspiração ficou evidente. Erros de passe, tomadas de decisão equivocadas e uma movimentação previsível facilitaram a marcação do Fortaleza. No entanto, a salvação veio na bola parada: após jogada ensaiada, Erick fez boa jogada pela direita e cruzou na medida para Janderson abrir o placar.

Mesmo com o gol, o Vitória não conseguiu controlar o jogo. Pelo contrário: sofreu com as investidas do Fortaleza, especialmente no setor esquerdo da defesa, onde Mosquito teve dificuldades na recomposição.

Defesa exposta e adversário dominante

O Fortaleza foi superior em diversos momentos da partida. Ainda no primeiro tempo, obrigou o goleiro Lucas Arcanjo a fazer pelo menos duas defesas importantes. No início da etapa final, os visitantes chegaram ao empate com Diogo Barbosa, aproveitando uma falha coletiva na marcação após desvio de cabeça de Pol Fernández.

O gol refletiu a fragilidade defensiva do Vitória, que cedeu espaços perigosos e demonstrou desorganização em lances simples. A atuação do sistema defensivo continua sendo o principal ponto de alerta para Carpini, que ainda busca consolidar um padrão competitivo na elite do futebol nacional.

Reação nos contra-ataques

Paradoxalmente, foi a desvantagem na posse de bola que criou o melhor cenário para o Rubro-Negro. Quando o Fortaleza passou a dominar mais o jogo e ocupar o campo ofensivo, o Vitória encontrou espaço para reagir em velocidade. No estilo que mais agrada ao elenco, os contra-ataques passaram a fluir e, com isso, as finalizações aumentaram.

Depois de apenas cinco arremates na primeira etapa, o time finalizou dez vezes na segunda. Em um desses lances, Matheuzinho acertou um belo chute de primeira e garantiu o 2 a 1, resultado que interrompeu o jejum e devolveu a confiança à equipe.

Próximo jogo acontece no domingo

O triunfo trouxe alívio, mas também reforçou dúvidas. Thiago Carpini terá de decidir se mantém a estratégia de jogar no erro adversário ou se tentará ajustar o time para propor o jogo com mais qualidade. A próxima partida será neste domingo (21), às 18h30, contra o Fluminense, no Maracanã, pela quinta rodada do Brasileirão.

Entre erros e acertos, o Vitória mostrou que ainda há muito a evoluir, mas também que há soluções no elenco — desde que bem aproveitadas.