O líder da Oposição na Assembleia Legislativa da Bahia, deputado estadual Alan Sanches (União Brasil), criticou, nesta quarta-feira (24), a tentativa do governador Jerônimo Rodrigues (PT) de justificar “insegurança na Bahia” com “distúrbios de saúde”. Durante discurso em evento no Centro de Operações e Inteligência (COI) em Salvador, o petista disse que os “números já são bastantes favoráveis” no Estado, mas segurança pública “não se resolve de um dia para o outro”.

“Nós estamos anunciando aqui concurso e chamamento, isso não é para amanhã os números caírem, não é isso, é cultural. Nós temos todo um movimento de desemprego, de distúrbios de saúde das pessoas que levam a uma situação de insegurança, há todo um contexto. Então, não dá pra dizer assim, eu boto mais policial, eu boto mais equipe técnica e está resolvido. Não, porque tem outros fatores da complexidade da segurança pública que puxa pra nós”, pontuou o governador no evento que anunciou, nesta segunda-feira (22), a ampliação do efetivo das forças de segurança pública com mais 4.263 profissionais no Estado.

O pronunciamento do petista aconteceu em resposta ao Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado na última quinta-feira (18), que apontava a Bahia como o estado brasileiro com mais mortes violentas intencionais, com 6.578 ocorrências em no ano passado. O registro representa um total de 46,5 mortes violentas a cada 100 mil habitantes. Apenas o Amapá fica à frente do estado baiano, com a taxa de 69,9, sendo que a média nacional é de 22,8.

Em vídeo publicado em sua conta oficial no Instagram, Sanches afirmou que “ninguém entendeu qual era o contexto que o governador estava falando”. O líder ainda ponderou que Jerônimo “precisa se preparar mais para dar uma entrevista” e ressaltou que o petista “estava completamente perdido”.

“Primeiro, quando ele fala que não se faz da noite pro dia, eu também concordo, mas só que ele tá no governo há 18 anos. São 18 anos com essa política de segurança pública. Ele tem que aproveitar os excelentes policiais que têm, os excelentes secretários que têm, tanto na polícia civil como militar, para utilizar, para fazer a política efetiva de segurança pública. Nós somos o estado campeão em mortes violentas, isso não é possível, a Bahia nunca foi assim. A gente tem que mudar agora”, pontuou o parlamentar.

Segundo Sanches, o governador “querer colocar agora em transtornos de saúde a responsabilidade dessa insegurança” na Bahia “não tem um menor cabimento”.

“Eu não sei de onde veio essa percepção. O que nós precisamos é efetivamente chamar a responsabilidade, governador. Você precisa chamar a responsabilidade da segurança pública para o senhor e não tentar transferir essa responsabilidade. Porque seria muito pior se quisesse justificar através da saúde, aí que a gente estava perdido. Se fosse contar com a regulação da saúde, essa fila da morte, aí é que o baiano estava perdido”, bradou o deputado, que também é médico e principal crítico da política desenvolvida pelo governo estadual no setor.

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