Gleisi alerta para risco no projeto do imposto de renda e faz apelo por pressão popular
Governo teme manobras no IR e aposta em apoio da população para manter taxação dos ricos

A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, reconheceu que o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para trabalhadores que ganham até R$ 5 mil deve enfrentar alterações durante a tramitação no Congresso Nacional. Segundo ela, o Executivo deve agir para mitigar os efeitos dessas mudanças e preservar o objetivo central da proposta. Segundo a petista, o governo está ciente das resistências políticas, mas aposta na força do apoio popular para sustentar a medida.
“O que precisamos é minorar o impacto dessas mudanças”, afirmou Gleisi em entrevista à jornalista Miriam Leitão, exibida na noite desta última quarta-feira (16) pela GloboNews.
Apoio popular como trunfo do governo
Durante a entrevista, Gleisi reforçou a importância da opinião pública para dar sustentação à proposta. Para ela, o trecho que prevê o aumento da carga tributária sobre os mais ricos é o que mais mobiliza apoio da sociedade.
“A parte que diz que quem ganha mais tem que pagar mais imposto é a que tem mais aprovação da população. As pessoas entendem, então o que precisamos é de um grande debate público”, afirmou.
A equipe econômica do governo Lula estima que cerca de 15 milhões de contribuintes sejam beneficiados com a nova faixa de isenção. No entanto, parlamentares de diferentes partidos já sinalizaram intenção de alterar pontos do texto, o que preocupa o Palácio do Planalto.
Corte de benefícios fiscais entra no radar
Além da reforma no IR, Gleisi também defendeu a revisão de benefícios fiscais como alternativa para garantir o equilíbrio fiscal nos próximos anos. Segundo ela, esse debate será essencial para alcançar metas fiscais ambiciosas, especialmente em 2027.
“Eu fui crítica lá atrás do arcabouço fiscal e de meta fiscal, mas me surpreendi com o resultado que tivemos. Eu me surpreendi. Em 2023, nós tivemos um déficit de 2,3%, e o [ministro da Fazenda, Fernando] Haddad conseguiu fazer com que em 2024 tivéssemos déficit de 0,1%”.
Atualmente, os benefícios fiscais representam cerca de 5% do Produto Interno Bruto (PIB), o que Gleisi considera “alto demais”. A ministra citou que o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), já demonstrou disposição para discutir o tema com os colegas parlamentares.
“Acho que o Congresso está com essa consciência, pelo menos o Motta está”, declarou.
Emendas parlamentares e governabilidade
Outro ponto abordado por Gleisi foi o papel das emendas parlamentares na articulação política. A ministra reconheceu que se trata de um instrumento legítimo dos congressistas e defendeu que o governo utilize essas verbas da maneira mais eficaz possível.
“O dispositivo é um direito conquistado pelos congressistas e o governo deve tentar ‘aproveitar da melhor maneira possível’ a destinação dos recursos para que tenham impacto positivo na vida da população”, pontuou.
Anistia do 8 de Janeiro: “barbaridade”
Gleisi também se posicionou de forma contundente contra o projeto que prevê anistia para envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Ela rejeitou qualquer possibilidade de tramitação da matéria no Congresso.
“O Congresso não pode nem colocar o projeto em discussão”, disse a ministra.
Questionada sobre o apoio de parlamentares da base governista ao texto, Gleisi foi enfática ao dizer que eventuais revisões nas penas aplicadas aos envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes devem ser analisadas exclusivamente pelo Judiciário, sem interferência do Legislativo.
“É uma verdadeira barbaridade o projeto. Acredito que tais parlamentares não tomaram ciência do teor do texto”, lamentou a ministra.
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