Geddel diz que ACM Neto ‘faz espuma’ e que vários fatores impactarão em 2026
Ao Portal M!, ex-ministro afirmou que eleições municipais não alteraram o panorama político do Estado

Em entrevista ao Portal M, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB), rebateu nesta quarta-feira (9), a “comemoração” do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil) acerca das eleições municipais. Segundo o emedebista, os resultados não mudaram o cenário político da Bahia, e ressaltou que diversos fatores devem influenciar nas eleições de 2026.
“Eu estou vendo todo mundo repetir essa avaliação de que ACM Neto está em êxtase. Mas, o que nessas eleições municipais mudou em relação a que ele perdeu [2022]? Nessas grandes cidades”, afirmou Geddel, destacando que as principais vitórias do partido de ACM e de seus aliados foram em cidades que já eram comandadas por políticos da oposição.
“Salvador já era deles, continua deles. Barreiras era deles, continua deles. Ilhéus não era, ele ganhou. Juazeiro era deles, perdeu. Camaçari era deles, tá na disputa, ou ele mantém ou perde, tá mais arriscado ter uma derrota, digo eleitoralmente, o máximo que pode acontecer é manter. Conquista era deles, ainda que esteja sob judice, ele manteve. Teixeira de Freitas era dele, manteve. Para ele comemorar, tinha que ter vencido nos médios e grandes municípios”, complementou o ex-ministro.
Conforme o emedebista, o resultado das eleições municipais não “mudou absolutamente nada” no cenário político do Estado. Ele também apontou que ACM Neto (UB) poderia ter uma “derrota significativa”, caso o candidato do União, Flávio Matos, perca a corrida eleitoral para Luiz Caetano (PT), em 27 de outubro.
“Ali, além de tudo, é uma fonte de financiamento eleitoral por todas as características que tem a cidade. Então, além de toda a questão, vamos dizer, meramente eleitoral, tem a questão estrutural. Acho que é mais espuma. Ganhou o Lauro de Freitas, perdeu Eunápolis. Se você for pegar município por município, vai ver que houve uma política compensatória. Ganhou um, perdeu outro, mas o status quo é geral, permanece o mesmo, que não o levou a vitória”, disse.
Conforme Geddel, existem novas avaliações que devem ser feitas pensando em 2026, a exemplo da posição do presidente Lula. “Virá como Biden ou como Lula? É uma avaliação, porque o PT não tem ninguém para apresentar. O governador de São Paulo será competitivo ou não? ACM continuará nesse quadro sem uma âncora nacional ou não? Todos esses municípios tidos como em êxtase, ele ganhou na eleição passada e não ganhou a eleição [para governador]”. Vieira Lima também alegou que as eleições vão depender muito outros elementos, como a situação da economia.
Ainda falando sobre o cenário de 2026, o ex-ministro enfatizou que, historicamente, o Estado possui dificuldades em ganhar eleições “contra o governo federal”. O emedebista lembrou ainda que o primeiro a perceber esse cenário foi o ex-senador Antônio Carlos Magalhães (ACM).
“Na Bahia, há uma ligação, e quem primeiro percebeu isso foi o velho ACM, que fazia qualquer negócio para manter o poder federal. Desde a época da ditadura, que era um bajulador de generais, você pega no governo Fernando Collor, botou Tinoco, para sustentar, porque ele queria o apoio do governo. Quando veio Itamar Franco, ele passou aquele mico, de fazer o dossiê. Isso era uma noção exata que ele tinha, de que era muito difícil, a Bahia, ganhar contra o governo federal. Isso é história”, afirmou.
Não mudou absolutamente nada, muito pelo contrário, pode ter ainda uma rota significativa pra ACM Neto, que é Camaçari, porque você sabe que ali, além de tudo, é uma fonte de financiamento eleitoral por todas as características que tem a cidade. Então, além de toda a questão, vamos dizer, meramente eleitoral, tem a questão estrutural. Um prefeito de Camaçari banca, quase que uma campanha de governador de estado.
Outro quadro importante destacado pelo ex-ministro, é que ACM Neto pode levar a campanha em 26, mas não em função da configuração municipal. Segundo ele, existem fatores como um eventual desgaste do PT, a presença de Lula no pleito, além do complemento do governo Jerônimo Rodrigues (PT).
“Tem coisa demais para acontecer ainda. E muito entre as quais se os players vão estar vivos, isso aí é uma decisão de Deus. Então, acho que é muito cedo pra gente especular. Natural a especulação, natural a projeção, natural a ansiedade, sobretudo dos players que vão estar agora com o traseiro na janela. Deixou de ser os prefeitos, vão ser eles. Mas isso aí pra mim, muda nada”.
Desempenho de Geraldo em Salvador
Outro cenário comentado por Geddel foi sobre o desempenho do vice-governador, Geraldo Júnior (MDB), nas eleições municipais. Sobre o tema, o emedebista apontou uma “traição” da esquerda.
“Perdeu. Não tinha empate. Ou ganha ou perde. A derrota dele foi maior do que se pensava, o PT não votou com ele, a esquerda traiu. Pronto, acabou. Paciência”, disse.
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