De volta à Câmara Municipal de Salvador, a vereadora Aladilce Souza (PCdoB) será a líder da bancada da Oposição. Ela vai substituir Sílvio Humberto (PSB), que participou da reunião, nesta quinta-feira (2), que definiu o nome da parlamentar. Também participaram Marta Rodrigues (PT), Hélio Ferreira (PCdoB) e David Rios (MDB), Cláudio Bacelar (PODE) e Randerson Leal (PDT).

Das 43 cadeiras que compõe a Câmara Municipal, apenas dez são ocupadas pelos partidos de oposição. Anteriormente eram 11 cadeiras. O PT foi o que mais perdeu a representatividade, conseguindo reeleger apenas uma vereadora: a veterana Marta Rodrigues, irmã do governador da Bahia, Jerônimo Rodirgues (PT), que foi a décima vereadora mais votada de Salvador.

O PCdoB, o Podemos e o PSOL conseguiram duas cadeiras cada um. Inclusive, o Psol foi o partido que mais surpreendeu nas eleições municipais, colocando Kleber Rosa em segundo na disputa para a prefeitura (superando o vice-governador Geraldo Júnior, do MDB), e elegendo dois vereadores, já que na formatação anterior da CMS não tinham representantes.

Desafios e prioridades

Em outras passagens pela casa legislativa, Aladilce já ocupou este posto e afirma estar honrada e preparada. “É uma honra liderar essa bancada aguerrida, disposta a fazer valer o voto de confiança que a população nos deu para representá-la, fiscalizando o Executivo e cuidando da coisa pública com seriedade e autonomia”.

Ela apontou a revisão do PDDU como um dos maiores desafios para a bancada, que defenderá o cumprimento de um processo de fato participativo, com a realização de tantas audiências públicas quantas sejam necessárias para ouvir a população de todas as regiões.

“O PDDU é a lei mais importante da cidade, ela define tudo que pode e que não pode ser feito no solo urbano. É ele que vai colocar um freio nessa verticalização acelerada, que vem desfigurando sobretudo a orla Atlântica e comprometendo a ventilação”, explicou.

Retorno à Câmara

Eleita vereadora de Salvador pela primeira vez em 2004 e reeleita por três mandatos consecutivos, ela presidiu a sessão solene de votação da nova Mesa Diretora, que garantiu ao vereador Carlos Muniz (PSDB) mais um mandato de presidente.

Ela frisou estar orgulhosa de retornar à “casa da soberania do povo de Salvador”. “Estamos confiantes no comprometimento do presidente Muniz e toda a Mesa Diretora com a transparência e autonomia entre os poderes”, destacou.

A vereadora frisou ainda que tem perspectiva de poder contribuir com a Casa e afirmou acreditar que cada vereador e vereadora representa a soberania do povo da cidade. “Desejo que a gente tenha uma legislatura marcada pela grandeza, que qualifique a política, porque aqui é a casa da política. Aqui, nós decidimos sobre os impostos municipais, vamos fazer a revisão do PDDU, que é a lei mais importante da cidade, que decide o que é permitido fazer na cidade, onde construir, onde não construir, o que preservar. E cabe a nós, vereadoras e vereadores, votar estas leis, assim como as políticas de saúde, de transporte, de esportes e tudo mais”.

Ela finalizou afirmando estar certa que os parlamentares assumira a legislatura e elegeram a mesa com o objetivo de fazer o melhor.

Reeleição de Carlos Muniz

O vereador Carlos Muniz foi reeleito presidente da CMS, conquistando 39 votos dos 43 vereadores. Em seu discurso de posse, o tucano reforçou seu comprometimento com a democracia e que buscará continuar trabalhando para garantir avanços para a cidade de Salvador. Essa é a primeira eleição de Muniz para o cargo, tendo assumido o cargo anteriormente após o então presidente da CMS, Geraldo Jr., deixar a presidência da casa para assumir como vice-governador, janeiro de 2023.

“Pela primeira vez recebendo o voto dos colegas como presidente da Câmara Municipal de Salvador. Quero agradecer a todos. Os 39 que votaram que tiveram a confiança em mim e a Hamilton, que foi candidato. Eu sei que o voto de Eliete [Paragrassu] foi pro partido dela [PSOL] e lhe parabenizo pelo comprometimento que você tem com o seu partido. Esperava que, por acordo, ter 41 votos, mas tivemos 39 e como eu sou recíproco, pode ter certeza que a reciprocidade com os 39 será a que sempre tivemos, tá certo?”, destacou Muniz.

Compromisso de cumprir acordos

Segundo Aladilce, a expectativa da gestão de Muniz é alta, visto que ele afirmou que cumprirá os acordos. Segundo ela, a bancada de oposição se uniu para apoiar o nome do tucano, em troca de compromissos de que o presidente da CMS promova debates, principalmente de propostas do executivo, reforçando a autonomia e abrindo as portas da Câmara para o público.

“Melhorar a transparência e a relação com a cidade, afinal de contas, estamos aqui fazendo a gestão dos recursos, fiscalizando o prefeito, aprovando e fiscalizando o cumprimento destas leis. É isso que esperamos, uma gestão que seja democrática, que ouça o povo”, comentou a vereadora.

Nova Mesa Diretora

Com Carlos Muniz presidente, a Mesa para o biênio 2025/2026 será formada por: Maurício Trindade (PP), 1º vice-presidente; Duda Sanches (União), 2° vice; Sidninho (PP), 3º vice; Cláudio Tinoco (União), 1º secretário; Ricardo Almeida (DC), 2⁰ secretário; Cris Correia (PSDB), 3ª secretária; Kel Torres (Republicanos), 4⁰ secretário; Alexandre Aleluia (PL), corregedor; Hélio Ferreira (PCdoB), ouvidor.