Voepass contesta suspensão da Anac e afirma que frota é segura
Com decisão, 34 voos foram cancelados, impactando 1.908 passageiros no país

A Voepass Linhas Aéreas afirmou que está tomando todas as medidas necessárias para retomar suas operações o mais breve possível, após a suspensão imposta pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) nesta terça-feira (11). Em nota, a companhia assegurou que sua frota é segura e está empenhada em demonstrar sua capacidade de atender às exigências regulatórias. A empresa vinha operando com seis aeronaves, atendendo 17 destinos pelo Brasil. Com a decisão da Anac, 34 voos foram cancelados, impactando 1.908 passageiros.
“A companhia reitera que sua frota em operação é aeronavegável e apta a realizar voos seguindo as rigorosas exigências de padrões de segurança”, destacou a Voepass, que opera sob as marcas Passaredo Transportes Aéreos e MAP Linhas Aéreas.
Motivo da suspensão
A Anac determinou a suspensão imediata da Voepass por descumprimento de exigências de segurança. Segundo a agência reguladora, auditorias recentes identificaram irregularidades reincidentes, comprometendo a confiança na gestão da empresa.
“Foi constatada a degradação da eficiência do sistema de gestão da empresa em relação às atividades monitoradas e o descumprimento sistemático das exigências feitas pela agência”, afirmou a Anac.
Desde outubro de 2024, a agência havia imposto condicionantes para que a Voepass continuasse operando, como:
- Redução da malha aérea, para adequação operacional;
- Aumento do tempo de solo das aeronaves, permitindo uma manutenção mais criteriosa;
- Troca de administradores, visando aprimorar a gestão;
- Execução de um plano de ação para corrigir irregularidades.
Entretanto, mesmo após essas exigências, uma nova auditoria, realizada no final de janeiro de 2025, constatou que a empresa não conseguiu implementar todas as medidas exigidas, além de apresentar reincidência de problemas que haviam sido considerados sanados anteriormente.
Histórico de problemas e impacto no setor
A Voepass já vinha enfrentando uma grave crise operacional e financeira. A empresa anunciou, no início de fevereiro, o ingresso com um pedido de tutela preparatória para uma reestruturação financeira, buscando reorganizar suas obrigações financeiras de curto prazo e sua estrutura de capital.
A empresa está sob fiscalização rigorosa da Anac desde agosto de 2024, após um grave acidente aéreo em Vinhedo (SP), que matou 62 pessoas. Um avião da companhia caiu sobre um condomínio residencial, intensificando as preocupações sobre a segurança operacional da Voepass.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) divulgou um relatório preliminar sobre a tragédia em 6 de setembro de 2024. Entre os dados analisados, destacou-se o relato da tripulação sobre falhas no sistema de antigelo. No entanto, os dados da caixa-preta não foram conclusivos sobre o impacto desse problema no acidente.
Além disso, denúncias de pilotos ligados à empresa indicam jornadas exaustivas de trabalho, pressão excessiva para cumprir voos e até mesmo ligações da companhia durante períodos de folga. Passageiros também compartilharam nas redes sociais experiências negativas com a Voepass, incluindo atrasos frequentes, falta de comunicação e condições precárias das aeronaves.
A suspensão imposta pela Anac impacta diretamente a aviação regional, setor no qual a Voepass tem forte atuação. A companhia lamentou a decisão da agência e ressaltou que fará todo o possível para retomar os voos o mais rápido possível.
“A decisão tem um impacto imensurável para milhares de brasileiros que utilizam a aviação regional. Vamos concentrar todos os esforços para retomar a operação”, afirmou a Voepass.
Atendimento aos passageiros afetados
A Voepass garantiu que seguirá os protocolos estabelecidos pela Resolução 400 da Anac, que define as obrigações das companhias aéreas em casos de atrasos e cancelamentos de voos. Segundo a empresa, os passageiros impactados serão atendidos conforme a legislação vigente.
Já a Latam, que mantém um acordo de codeshare com a Voepass, informou que também está monitorando a situação e prestando suporte aos clientes afetados. A empresa divulgou as seguintes opções para os passageiros:
- Solicitação de reembolso integral da passagem aérea sem multa;
- Alteração do voo sem multa e sem diferença tarifária, desde que haja disponibilidade na mesma cabine e dentro do prazo de validade do bilhete;
- Reacomodação em voos operados pela própria Latam, quando possível;
- Acomodação em voos de outras companhias aéreas, caso necessário.
Os passageiros que precisarem realizar alterações podem acessar a seção “Minhas Viagens” no site oficial da Latam.
Anac mantém posição firme sobre a suspensão
Mesmo com a defesa da Voepass sobre a segurança de sua frota, a Anac mantém sua posição e afirma que não há prazo definido para a liberação da empresa. Segundo a agência, a companhia aérea precisa demonstrar capacidade de cumprir todas as exigências antes de retomar os voos.
“Houve uma quebra de confiança em relação aos processos internos da empresa devido a evidências de que os sistemas da Voepass perderam a capacidade de dar respostas à identificação e correção de riscos da operação aérea”, ressaltou a Anac.
Servidores da agência continuam acompanhando a situação da companhia e fiscalizando suas bases operacionais e de manutenção.
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