Cientistas políticos avaliam estagnação de Geraldo nas pesquisas e apontam problema: ‘Contradição grande’
Especialistas ouvidos pelo Portal M! indicaram falta de adesão da militância petistas à campanha emedebista
Recentemente, a pesquisa Quaest mostrou que o candidato do MDB à prefeitura de Salvador, Geraldo Júnior, teve redução nas intenções de voto. O emedebista saiu de 9% no levantamento divulgado em agosto para 6% na pesquisa de 17 de setembro. Para entender o quadro da candidatura emedebista, o Portal M! ouviu cientistas políticos, que indicaram uma falta de adesão da militância petistas à campanha, bem como a “contradição” relacionada a Geraldo.
“A escolha que o PT fez, talvez mais por imposição do governador, dos ex-governadores, de fazer essa aliança com o MDB e colocar uma candidatura que, me pareceu desde o começo, não tinha condições de fazer disputa política, e que podia ser até pior do que outros resultados, justamente porque é uma candidatura extremamente contraditória e incoerente. E isso seria, sem dúvida, explorado, como está sendo, todo dia, nas redes e no horário eleitoral”, avaliou o cientista político Jorge Almeida.
Questionado se a ausência física do presidente Lula (PT) na eleição foi um dos fatores que contribuíram para a candidatura emedebista não ter decolado, o especialista enfatizou que a ‘deserção’ do petista pode ser explicada por uma avaliação prévia de que o nome de Geraldo não teria chance na disputa. Apesar disso, o cientista político enfatizou que o principal “problema” da candidatura do MDB é a “contradição grande”.
“Talvez porque ele [Lula] já tivesse uma avaliação de que não ia muito adiante. Não sei. É uma avaliação racional sobre isso. E eu acho que o problema de Geraldo é justamente a contradição grande. Ele não está conseguindo mobilizar. O que a gente tem observado é que a maioria, ou talvez a grande maioria das candidaturas do PT, do PCdoB, do PSB, que têm uma tradição maior de um eleitorado mais à esquerda, não estão fazendo campanha para Geraldo. É o que a gente ouve dos comentários diversos, inclusive de candidaturas fortes a vereador. Estão fingindo que estão apoiando Geraldo, mas, na verdade, estão lavando as mãos no processo eleitoral concreto”, pontua.
Como já mostrado pelo Portal M!, dissidentes do PT e do PSB já anunciaram apoio à candidatura de Kleber Rosa (PSOL) à prefeitura de Salvador. “Alguns ativistas do PT estão apoiando a candidatura de Kleber, não é muita gente, mas tem alguns que estão apoiando. E me parece que a maioria pode votar em Geraldo, mas não está se mobilizando, que é um elemento fundamental no processo de campanha eleitoral”, avaliou o cientista.
Dificuldade de se associar ao eleitorado lulista
Já o cientista político Cláudio André de Souza apontou que a campanha do emedebista tem tido dificuldades de se associar ao eleitorado “mais lulista” e “mais tradicional na relação com o PT”. “Ao mesmo tempo também [tem dificuldade] de trazer para o seu apoio esse campo de quem votou em Jerônimo em 2022. Então, são desafios enormes, que a gente deve levar em consideração”.
Outro fator considerado para um eventual quadro de estagnação/queda na candidatura, segundo o especialista, seria uma dificuldade da população em conhecer Geraldo.
“Só as urnas para confirmar o que está acontecendo nesse sentido mais amplo da candidatura de Geraldo Júnior, mas tudo indica que a gente está vivendo uma dificuldade da sua candidatura em ser reconhecida como a candidatura lulista, como a candidatura do arco de alianças do PT. Ao mesmo tempo, deve ter uma dificuldade da população em conhecê-lo. É a primeira eleição majoritária que ele disputa, dentro de uma pré-campanha que foi muito difícil ele se colocar como pré-candidato, de mobilizar a sociedade civil, de mobilizar o arco do campo da esquerda na capital baiana”, avalia.
Ainda conforme o cientista, essa oscilação dentro da margem de erro pode ser associada, ainda, ao crescimento do psolista Kleber Rosa no campo da esquerda. “Se a gente pegar as votações do PSOL em Salvador nas últimas eleições, a gente vai ver que essa candidatura de Kleber está crescendo acima dessa série histórica do PSOL aqui na capital baiana”, pontuou.
Por sua vez, ao falar sobre a possível diferença que seria gerada pela participação de Lula na campanha, o cientista político alertou que a distância do presidente no pleito pode ter relação estratégica envolvendo o relacionamento do governo federal com o União Brasil, partido de Bruno Reis.
“Eu vejo que esse é um elemento que a gente deve considerar e, num segundo aspecto, o próprio desânimo em relação à campanha. Então, esse viés de derrota pode ter influenciado Lula a não chegar junto nas disputas nas capitais, mas há um terceiro elemento que a gente não pode desconsiderar. Como a votação de Lula foi muito apertada em 2022, também pode ser estratégico da parte dele não gerar uma polarização da sua imagem em relação a se colar em Geraldo e causar, entre aspas, um estremecimento com a parte desse eleitorado lulista que está votando em Bruno Reis. Então, também é uma forma dele se preservar e ampliar o seu capital político para 2026”, avaliou.
Leia também:
Principais candidatos à prefeitura de Salvador apresentam planos para Saúde, Educação e Sustentabilidade
Conheça propostas de Bruno, Geraldo e Kleber para as áreas de Segurança, Trabalho e Inovação
Transporte, Cultura e Inclusão Social: confira propostas dos principais candidatos para Salvador
Mais Lidas
Bruno Reis volta a dizer que não há datas para anúncio de novo secretariado
Eleições 2024
Eleitores ausentes no 2º turno têm até 7 de janeiro para justificar
Número de prefeitos reeleitos no Brasil é o maior em 20 anos
Últimas Notícias
Cortejo Afro recebe Márcio Victor e Araketu em ensaio nesta segunda-feira
Evento ocorre a partir das 21h, na Praça das Artes, no Pelourinho, reunindo música, dança e cultura afro-baiana
Claudia anuncia convidados de ensaio e diz que expectativa para o Carnaval é ‘fazer o povo feliz’
Cantora lançou, na última semana, o EP 'Soul D'Rua' com quatro músicas: 'Destrava', 'Cheiro no Pescoço', 'Sete Vidas' e 'Tudo em off'
Selton Mello estreia em Hollywood com releitura cômica de ‘Anaconda’
Ator brasileiro se junta com estrelas internacionais em nova versão da franquia de terror
Luiz Bacci deixa Record TV após 15 anos na emissora
Jornalista informou que decisão foi tomada em comum acordo; sua saída estava programada para março, mas foi antecipada
Prefeito não confirma permanência de Fabrizzio na Semob e critica Wagner por antecipar eleições de 2026
Assim como ACM Neto, Bruno Reis falou sobre amizade antiga que mantém com Coronel, mas lembra que senador está no campo de oposição
Morre Lise Weckerle: primeira e única mulher presidente da Associação Comercial da Bahia
Segundo ACB lamentou seu falecimento e ressaltou sua contribuição empresarial e legado social para Bahia
Steve Bannon compara Moraes a juízes nazistas, critica Lula e lança Eduardo Bolsonaro a presidente
Ex-assessor de Trump afirmou que deputado federal Eduardo Bolsonaro tem potencial para se tornar presidente do Brasil em 'futuro não tão distante'
BBB25: Gracyanne Barbosa e impacto dos ovos na dieta
Influenciadora fitness destaca fonte essencial de proteínas enquanto explora alternativas como albumina para alimentação balanceada
Wagner volta a defender ‘chapa dos governadores’, ignora Coronel e minimiza racha em grupo político
Além do senador petista, composição para eleições 2026 envolveria Jerônimo Rodrigues e Rui Costa
Erika Hilton solicita inquérito na PF após ameaças sobre vídeo do Pix
Deputada do PSOL busca responsabilizar agressores