O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, declarou, nesta terça-feira (29), que o maior destaque das eleições municipais de 2024 foi a ausência do “lero-lero” sobre a contagem de votos das urnas eletrônicas. Para o magistrado, as ameaças direcionadas ao funcionamento do sistema eleitoral não aconteceram porque não houve um “incentivador desse ambiente”, como em outras disputas ao pleito.

“Aquela toada em torno das ameaças que constituíam para a democracia as urnas eletrônicas, esse lero-lero, já não se repetiu. Porque já não havia algum incremento, algum incentivador desse ambiente. E em duas horas e quinze, no processo eletrônico, nós tivemos o resultado das eleições”, afirmou o decano.

A declaração ocorreu na abertura de um congresso do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), instituição educacional fundada pelo ministro. Este posicionamento reforça a opinião da presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, que disse que as eleições deste ano foram “monótonas”.

“Foi muito monótona, democraticamente monótona. E nós queremos a monotonia democrática como normalidade institucional e política no país”, apontou Cármen.

Gilmar Mendes também destacou que, mesmo com as corridas acirradas no pleito municipal, as urnas não foram questionadas no plenário do STF. Na Bahia, por exemplo, o cenário mais disputado foi o de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), em que pouco menos de 3.000 votos separaram os dois candidatos. Na ocasião, o ex-prefeito Luiz Caetano (PT) saiu vencedor com 50,92% dos votos válidos, contra 49,08% do vereador Flávio Matos (União Brasil).

Em seu discurso, o ministro do STF citou que a segurança do sistema eleitoral não foi questionada, mesmo em casos de resultados apertados. Ele ainda citou a eleição em Fortaleza, capital do Ceará, em que Evandro Leitão (PT) venceu André Fernandes (PL) no 2º turno com uma diferença de 10.838 votos válidos, sendo a capital mais acirrada das eleições de 2024.

“Tivemos pleitos extremamente acirrados. Para falar apenas em um: o caso de Fortaleza. Ontem [segunda-feira] eu recebi uma mensagem de que um desses chamados nanicos se arvorara na condição de ter sido decisor no caso, porque tivera 9 mil votos e foi apoiar o vencedor”, completou.