Vixe! Campanha tensa em Camaçari vai ser decidida no voto a voto. O impacto em 2026, a onda de violência no Estado e o novo governo Bruno 

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Osvaldo Lyra e Redação 23/10/2024 12:13 Vixe
Vixe! Campanha tensa em Camaçari vai ser decidida no voto a voto. O impacto em 2026, a onda de violência no Estado e o novo governo Bruno  -

Tensionamento lado a lado

A campanha eleitoral em Camaçari tomou contornos que impressionam e preocupam quem está longe do calor da emoção da política do município. Pela primeira vez na história, a cidade terá seu prefeito definido no segundo turno da eleição, no próximo domingo. Apesar do ineditismo, o que se vê nessa fase da campanha é um clima de total desrespeito e animosidade entre os dois grupos políticos que disputam o poder na cidade. E o detalhe, com tensionamentos de lado a lado.

Camaçari é unica cidade baiana com 2º turno

Sem favoritos

Num cenário imprevisível, o que se vê são dois grupos políticos brigando pelo poder, pra ver quem leva a melhor na disputa pelo comando da cidade mais importante da Região Metropolitana de Salvador, que sedia o Polo Industrial e gera milhares de empregos e renda na Bahia. A cada instante são publicadas pesquisas, dos mais variados institutos, com os mais diferentes cenários, o que impede qualquer pessoa de acreditar nos números apresentados.

Pesquisa eleitoral do 2º turno em Camaçari

Cenário de terra arrasada

Golpes abaixo da linha da cintura, exposição da vida pessoal dos candidatos, acusações de lado a lado, relação com o tráfico de drogas, calotes em pagamentos devidos no município, denúncias de compras de voto. A disputa em Camaçari hoje extrapola, e muito, o que se espera da boa política. Mais parece com o cenário de terra arrasada no primeiro turno de São Paulo.

Flávio Matos e atual prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo

Impacto de 2024 em 2026

De um lado, o candidato do prefeito Antônio Elinaldo, Flavio Matos. Do outro, o nome do governador Jerônimo Rodrigues, Luiz Caetano. É como se o resultado de 2024 fosse o espelho de 2026 e determinasse quem será o próximo governador da Bahia. Até porque, a briga pelo poder protagonizada por Flávio Matos e Luiz Caetano, esconde o desejo de ACM Neto e Jerônimo Rodrigues de vencerem o governo daqui a 2 anos. Mas todos nós sabemos que cada eleição é uma eleição diferente, que não se repete dois anos adiante.

Caetano e governador Jerônimo Rodrigues

Sem propostas e com ataques

Os atores da política parecem ter esquecido, no entanto, é de focar nas propostas para os problemas que atingem a maioria da população pobre que mora ou transita em Camaçari, seja na sede ou na orla do município. Na guerra de liminares na justiça, o que se percebe a cada momento é que vale tudo para descredibilizar o adversário e vencer. A qualquer custo. O que se fala na cidade, inclusive, é que pouco importam as propostas, mas quem vai gastar mais com a boca de urna no domingo. Sem paixão e escrúpulos, mas com muito dinheiro. É Muita Informação! Que vença o melhor para a cidade.

Orla de Camaçari

Novo governo de Bruno

A eleição mal terminou em Salvador e o que se comenta nos bastidores da política local é quem irá fazer parte do novo governo Bruno Reis, do União Brasil. Quem está na cadeira quer continuar e muitos que estão fora querem sentar. Apesar de Bruno evitar falar publicamente sobre o assunto, o que se comenta na Praça Municipal é que o prefeito deverá puxar cinco ou até seis vereadores para integrar seu novo governo. O movimento tem o objetivo de acomodar vereadores aliados que não conseguiram se reeleger.

Bruno Reis, prefeito reeleito de Salvador

Banco de apostas

É dado como certo o retorno do vereador Luiz Carlos para a Secretaria de Infraestrutura, cargo que ocupava até abril do ano passado. Reeleito com mais de 18 mil votos, Luiz Carlos deverá voltar para o Executivo para dar espaço para o primeiro suplente do Republicanos, o vereador Beca, apadrinhado pela primeira-dama, Rebeca Cardoso.

Luiz Carlos, vereador reeleito

Especulações

No União Brasil, existe a possibilidade de um vereador ser alçado à condição de secretário para o primeiro suplente Orlando Palhinha assumir o mandato na Câmara. E, para isso, as especulações giram em torno de alguns nomes, entre eles, da vereadora reeleita Marcelle Moraes, que pode voltar para a pasta de Sustentabilidade.

Orlando Palhinha, 1º suplente a vereador do UB na CMS

Possibilidades

Outra possibilidade no UB é o vereador Claudio Tinoco ir para a pasta de Turismo, que pode ser desmembrada da Cultura. O entrave estaria sendo a ocupação dos espaços, como a Saltur, comandada nos últimos anos por Isaac Edington. Outro nome cogitado é o do vereador Duda Sanches, que pode ir para a Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza, a Sempre.

Duda Sanches (UB), vereador reeleito

Dúvida no PDT

No PDT, o movimento indica que um nome pode ir para o Executivo para abrir espaço para o primeiro suplente Zilton Kruger, que é apadrinhado pelo deputado federal Léo Prates. No banco de apostas, a vereadora Roberta Caires pode ir para a pasta da Mulher, pois fala-se que o mais votado do partido, Omar Gordilho, não planeja voltar para a Limpurb nem assumir uma secretaria. Como alternativa, o próprio Zilton poderia voltar para a Codecon, cargo que ocupou até sair para disputar uma vaga na Câmara.

Omar Gordilho, vereador eleito

Aposta no DC

O nome ventilado no DC é o do vereador Ricardo Almeida, que teve 15.465 votos. Pelo que se fala, ele só aceitaria ir para o Executivo para comandar uma secretaria com envergadura. A avaliação na Praça Municipal é que Almeida dificilmente abriria mão do próprio mandato para assumir uma pasta sem orçamento e relevância.

Ricardo Almeida, vereador reeleito

Prioridades para Bruno

Nesta terça-feira (22) mesmo, durante inauguração de uma escola no Pelourinho, o prefeito Bruno Reis disse que ainda não havia pensado nas mudanças que deverá fazer no primeiro e segundo escalões e que está focando em outros assuntos relacionados ao fim da atual gestão. “Primeiro, a gente tem uma equipe muito boa, que praticamente foi ajustada 2 anos atrás e que está performando muito bem. Nós temos um conjunto de entregas ainda para serem realizadas esse ano. Também é um ano que a gente precisa ter um cuidado maior com as contas públicas, porque não podemos deixar restos a pagar sem os recursos em caixa”, disse ele.

Bruno Reis, prefeito reeleito de Salvador

Conclusão da gestão

Ainda segundo o prefeito, os últimos dias têm sido dedicados também à conclusão de projetos da gestão, além dos trâmites para outros programas e entregas. “No momento certo, aí sem prazos, sem datas, a gente vai começar a analisar eventualmente aquela ou outra mudança que a gente vem a fazer na gestão com o objetivo de melhorar ainda mais, de ter capacidade de entregar ainda mais na nossa cidade”, disse.

Bruno Reis e sua vice Ana Paula Matos

Bate-boca

O aumento da violência em Salvador e cidades da Região Metropolitana nos últimos dias fez os ânimos se alterarem entre políticos ligados ao Governo do Estado e da oposição na Bahia. Com a estadualização da campanha em Camaçari, o bate-boca envolveu o ex-prefeito ACM Neto, o prefeito Bruno Reis, o governador Jerônimo Rodrigues e o senador Jaques Wagner. Deputados que presidem partidos no Estado, como Paulo Azi, do União Brasil, e Lídice da Mata, do PSB, também saíram em defesa de seus grupos políticos.

Jaques Wagner, senador

Impacto da estadualização

O que se fala na oposição é que o desespero subiu no governo, pois “erraram” ao estadualizar a eleição em Camaçari. “O governador foi bater em Neto e a oposição reagiu, pois tem o dever de cobrar ações e ser porta-voz dos anseios da população. Agora, as pesquisas internas demonstram um deslocamento do eleitorado para o candidato Flávio”, disse, nesta última terça, um deputado do UB, ao afirmar que o crescimento dificilmente será revertido até domingo. “Por isso, o desespero da base do governo”, completou.

ACM Neto, vice-presidente do União Brasil

Contra-ataque

E coube ao prefeito Bruno Reis fazer a crítica mais severa à gestão do governador na Bahia. Nesta última terça, em Salvador, o prefeito disse que Jerônimo deveria admitir o problema da segurança pública no Estado: “A segurança degringolou de vez, já estava em situação insustentável, agora virou um caos”. Em relação à fala do governador, que acusou “políticos oportunistas” da oposição de estarem usando a segurança com cunho eleitoreiro e disseminando inverdades para difamar o seu governo, Bruno afirmou que Jerônimo deveria “parar de passear pela Bahia e começar a cuidar da segurança pública”. E emendou, despertando a ira dos governistas: “Então, governador, admita que existe o problema, pare de ficar passeando para inaugurar obras que não foram iniciadas no seu governo ou para fazer política e vá resolver o problema da segurança do Estado”.

Bruno Reis, prefeito reeleito de Salvador

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