A inflação na Região Metropolitana de Salvador (RMS) apresentou desaceleração em março, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,41% no mês, bem abaixo da taxa de 1,38% registrada em fevereiro. Os dados foram divulgados pelo órgão federal na Bahia nesta sexta-feira (11).

Mesmo com a desaceleração, a RMS teve a 8ª maior inflação entre os 16 locais pesquisados separadamente pelo IBGE. A média nacional do IPCA em março foi de 0,56%, com as maiores altas observadas nas regiões metropolitanas de Porto Alegre (0,76%), Curitiba (0,76%) e São Paulo (0,71%).

Acumulado no ano e em 12 meses segue elevado

Com o resultado de março, a inflação acumulada no primeiro trimestre de 2025 na RMS é de 2,18%, acima da média nacional de 2,04% e a quinta maior entre as regiões analisadas. No acumulado de 12 meses, a inflação chega a 5,63%, também superior ao índice nacional (5,48%). É o quarto maior índice do país, atrás apenas de Belo Horizonte (6,07%), São Paulo (5,77%) e Campo Grande (5,76%).

Alimentação segue como principal pressão

A maior contribuição para a inflação de março veio do grupo alimentação e bebidas, com alta de 0,96%. De acordo com o IBGE, foi o sexto mês consecutivo de aumento nos preços dos alimentos. Apesar disso, houve leve desaceleração em relação a fevereiro (1,12%).

Tanto a alimentação dentro de casa (0,94%) quanto fora (1,03%) influenciaram o resultado. Entre os itens com maiores altas estão o ovo de galinha (12,05%), o tomate (9,75%) e o café moído (5,11%). Dos dez produtos que mais subiram em março, sete eram alimentos, incluindo a manga (26,15%) e a batata-doce (12,73%).

Transportes têm segunda maior alta

O grupo transportes registrou a segunda maior variação média de preços, com aumento de 0,57%. O principal destaque foi o aumento das passagens aéreas, que subiram 9,24% e exerceram a maior pressão individual sobre o IPCA de março.

Energia elétrica segura avanço da inflação

O grupo habitação, que havia registrado alta de 5,30% em fevereiro, subiu apenas 0,06% em março, ajudando a conter o avanço geral da inflação. A principal responsável foi a queda nos preços da energia elétrica, que recuaram 1,66%.

Outros itens, como a taxa de condomínio (2,17%), também contribuíram para o índice do mês, embora com impacto menor.

Saúde e cuidados pessoais registra queda

Entre os nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA, apenas o de saúde e cuidados pessoais apresentou queda média de preços (-0,06%) em março. O resultado foi influenciado pelas reduções nos preços de perfumes (-1,44%) e medicamentos (-0,55%).

INPC também desacelera na RMS

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda de até cinco salários mínimos, também teve forte desaceleração. O índice ficou em 0,36% em março na RMS, contra 1,50% em fevereiro. Foi o segundo menor do país, à frente apenas de Brasília (-0,33%).

No acumulado do trimestre, o INPC da RMS soma 2,34%, acima da média nacional (2,00%) e o segundo maior índice entre as regiões pesquisadas. Nos últimos 12 meses, a inflação para as famílias de menor renda na RMS acumula alta de 5,42%, o quinto maior índice do Brasil, superando os 5,20% da média nacional.