O Programa Ouro Negro, que apoia entidades culturais de matrizes africanas no Carnaval e festas populares da Bahia, atingirá em 2025 um investimento recorde de R$ 15 milhões. O lançamento da edição ocorreu nesta segunda-feira (20), no Largo Tereza Batista, Pelourinho, com a participação de representantes de blocos como o Aspiral do Reggae e o Ilê Axé Oju Onirê, além do governador Jerônimo Rodrigues (PT), do vice-governador Geraldo Júnior (MDB), e de secretários estaduais.

Entidades contempladas e valores de apoio

A edição de 2025 contemplará 98 entidades, selecionadas a partir de 112 projetos inscritos. Os recursos, que variam de R$ 30 mil a R$ 1 milhão, serão destinados a eventos como a Micareta de Feira de Santana, Lavagens do Bonfim, Itapuã e Santo Amaro, além do Carnaval de Salvador e carnavais no interior.

Entre as novidades, está uma nova faixa de apoio para Salvador, no valor de R$ 700 mil, abrangendo duas propostas. Houve também a ampliação de faixas na Micareta de Feira e na Lavagem do Bonfim, com valores de R$ 60 mil e R$ 100 mil.

Edital e resultados

• Inscrições: 204 projetos;
• Projetos contemplados: 112;
• Suplentes: 82;
• Desclassificados: 10.

Os projetos aprovados atendem segmentos como blocos afro, afoxé, reggae, samba e blocos de índio.

Compromisso com a cultura afro-brasileira

O Programa Ouro Negro, coordenado pela Secretaria de Cultura (SecultBa) e pela Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), reforça o compromisso com a valorização das manifestações afro-brasileiras.

O governador Jerônimo destacou a contribuição econômica e social da festa. “O Carnaval da Bahia é uma política pública que não apenas celebra nossa cultura, mas também trabalha diretamente com a geração de renda. Temos um compromisso com a preservação ambiental, com ações específicas voltadas para os catadores e catadoras. Durante o Carnaval, aproveitamos a oportunidade para realizar campanhas importantes, como as de conscientização sobre dengue, saúde e vacinação”.

Segundo ele, o investimento no Pelourinho é para revitalizar e ocupar o espaço histórico. “Também valorizamos os percursos tradicionais do Carnaval da Bahia, como a Avenida Sete, Carlos Gomes e o Campo Grande, sem desmerecer a força do circuito de Ondina. Trabalhamos para garantir que não haja preconceito na celebração”, afirmou.

Já o secretário de Cultura, Bruno Monteiro, destacou a importância do programa: “O Governo do Estado vem ampliando os recursos, o objeto e as faixas de apoio do Programa Ouro Negro em diálogo com as entidades, mas o essencial é que estamos sempre reformulando, requalificando e avançando para garantir a valorização da nossa história, da nossa ancestralidade, que dá sentido e é o diferencial do Carnaval da Bahia”.

História e impacto do programa

Com 17 anos de existência, o Ouro Negro já passou por diversas modificações. Em 2014, foi incluído no Estatuto da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa (Lei nº 13.182), consolidando seu reconhecimento e ampliando seu alcance.

O programa financia desfiles com trajes tradicionais e alas culturais, promove maior participação de jovens e mantém viva a tradição africana no Brasil. Além disso, as entidades apoiadas desenvolvem projetos socioeducativos que estimulam a cultura cidadã dentro de suas comunidades.