O Ministério da Saúde oficializou a compra de 57 milhões de doses da vacina atualizada contra a covid-19, produzida pela Pfizer. A aquisição ocorre após a reprovação da vacina da empresa Zalika pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que desclassificou a vencedora da licitação anterior.

A primeira remessa está prevista para ser entregue entre abril e maio, com um lote inicial de 8,5 milhões de doses. As demais entregas ocorrerão conforme a demanda identificada pelo governo federal, que estima aplicar mais de 15 milhões de doses nos próximos meses.

Contrato prevê fornecimento contínuo

O contrato firmado com a Pfizer prevê fornecimento contínuo ao longo de dois anos, podendo ser antecipado se houver necessidade e disponibilidade orçamentária. As doses entregues serão sempre da versão mais recente, desde que tenham aprovação da Anvisa.

A substituição da fornecedora foi alvo de críticas, mas especialistas consideram a mudança necessária, diante da exigência de vacinas atualizadas. A Pfizer, segunda colocada na licitação, assumiu o contrato após a reprovação da vacina da Zalika, garantindo a continuidade da imunização no País.

Segundo o Ministério da Saúde, o investimento será de aproximadamente R$ 700 milhões. O público-alvo inicial são pessoas com 12 anos ou mais, faixa etária indicada para a aplicação da nova versão do imunizante.

O acordo também abre a possibilidade de entrega inferior a dois anos, caso o cenário epidemiológico ou financeiro exija uma resposta mais rápida. As novas vacinas são consideradas mais eficazes contra variantes recentes do coronavírus.

Público-alvo da vacinação no SUS

O Sistema Único de Saúde (SUS) mantém a vacinação contra a covid-19 como rotina para crianças, adultos e idosos, com estratégias adaptadas conforme a idade e condição clínica. Crianças de 6 meses a menores de 5 anos devem receber duas ou três doses, dependendo do imunizante.

Para idosos e pessoas imunocomprometidas, a orientação é receber uma dose a cada seis meses. Gestantes devem ser vacinadas a cada gestação, mesmo que tenham recebido doses anteriormente.

Grupos prioritários como indígenas, ribeirinhos, quilombolas, pessoas em situação de rua, funcionários do sistema prisional, e trabalhadores da saúde devem tomar uma dose anual. Também integram esses grupos pessoas com deficiência permanente, comorbidades e puérperas não vacinadas durante a gestação.

Orientações para quem ainda não se vacinou

Pessoas de 5 a 59 anos que ainda não iniciaram o esquema vacinal devem tomar uma dose da vacina. A orientação visa ampliar a cobertura e proteger contra formas graves da doença, especialmente diante da circulação de novas variantes.

O Ministério da Saúde reforça que a vacinação é segura e continua sendo a principal ferramenta para controlar a pandemia. O calendário atualizado e as orientações específicas por grupo estão disponíveis nas unidades de saúde do SUS em todo o Brasil.

Padilha vacina ministros

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, coordenou, na quarta-feira (16), uma ação batizada de “vacinaço”, aplicando doses contra a covid-19 e a gripe em sete ministros do governo Lula. A iniciativa ocorreu após a revelação de que 15 membros do primeiro escalão com mais de 60 anos não haviam completado a vacinação de reforço contra o coronavírus em 2024, descumprindo recomendações do próprio governo federal.

Entre os ministros vacinados estão Ricardo Lewandowski (Justiça), Mauro Vieira (Relações Exteriores), Margareth Menezes (Cultura) e José Múcio (Defesa), além de Sônia Faustino (interina das Comunicações) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia). O ex-ministro do STF e a cantora baiana faziam parte da lista de vacinação incompleta divulgada anteriormente.