Vixe! A mobilização de Geraldo, a debandada do PT e PSB e o apoio a Kleber. Bruno prega pé no chão. E a disputa acirrada em Feira e Camaçari
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Mobilização nas ruas
Quem acompanha de perto os eventos de campanha do candidato do MBD à Prefeitura de Salvador, Geraldo Júnior, diz não entender o motivo da mobilização das ruas não se refletir nas pesquisas de intenção de votos, divulgadas ao longo da campanha. Com presença de “apoiadores” e candidatos a vereador ligados ao Governo do Estado, a mobilização do staff do vice-governador tem sido avaliada positivamente por figuras do próprio governo. Os mais próximos do emedebista dizem que na abertura das urnas, no dia 6 de outubro, todos terão uma surpresa e verão que o vice-governador ficará na casa dos 30% dos votos válidos.
A debandada e a falta de conexão
No entanto, a falta de conexão com a pauta dos partidos de esquerda, aliada à dificuldade de embalar como candidato do presidente Lula, tem levado muitos apoiadores a rever a estratégia e pular do barco emedebista. Primeiro, lideranças do PT. Agora, integrantes do PSB de Salvador anunciaram que estavam abandonando a campanha de Geraldinho. A justificativa em ambos os casos era “falta de afinidade ideológica”. Nos dois núcleos, o destino foi o mesmo: apoiar Kleber Rosa, candidato do PSOL ao Palácio Thomé de Souza.
Pautas da esquerda
No caso do PT, partido do governador Jerônimo Rodrigues e do senador Jaques Wagner, principal fiador da campanha de Geraldo, dissidentes afirmaram publicamente que estavam do lado de Kleber por ele ter “trajetória idônea” e ser “comprometido com as pautas da esquerda e sua ligação com os movimentos sociais”.
Pulou do barco
No último dia 16, inclusive, o dirigente petista Rodrigo Pereira, da corrente Articulação de Esquerda, já havia criticado a candidatura do emedebista que, segundo ele, “não representava os ideais da esquerda”. Ele chegou a publicar um vídeo convocando os petistas a apoiarem Rosa. Na sequência, Geraldo se reuniu com dirigentes do PT e militantes do Movimento Sem Teto de Salvador (MSTS) para tentar contrapor as declarações do ex-pré-candidato do partido. Mas pelo visto, pouco ou nada adiantou.
Injeção de ânimo
Outro encontro com a cúpula e militantes do partido está previsto pra esta quarta-feira (25), às 18h, no comitê de campanha emedebista. A intenção é injetar ânimo nessa reta final e tentar garantir um resultado positivo para o candidato do governo estadual, já que um desempenho abaixo do esperado pode impactar, inclusive, na eleição de vereadores para a Câmara Municipal de Salvador (CMS).
Anúncio veio como bomba
De volta ao PSB, o abandono anunciado pelos integrantes do partido caiu como uma bomba no comitê do vice-governador, já que a legenda é presidida na Bahia pela deputada federal Lídice da Mata, coordenadora-geral da campanha emedebista. Em reunião com Kleber Rosa, militantes afirmaram que “não se sentem motivados com a candidatura de Geraldo porque ele não possui uma trajetória de esquerda”, fazendo referência ao fato dele ter sido aliado do ex-prefeito ACM Neto e do prefeito Bruno Reis, ambos, do União Brasil.
Partido envia nota
Procurada nesta terça-feira (24) pela equipe do Portal M!, Lídice não se manifestou, mas o PSB enviou uma nota assinada pela presidente do partido em Salvador, Cassia Magalhães. A dirigente minimizou o abandono e classificou como “um movimento isolado” o apoio de alguns militantes à candidatura de Kleber Rosa. “Nossa presidente Lídice da Mata e nossos candidatos a vereador estão firmes e acreditam na ida de Geraldo Jr ao segundo turno”, se limitou a dizer Cássia, informando que o partido “segue apoiando a candidatura” do MDB.
Apoio no 2º turno
O detalhe é que em todos os debates, entrevistas e eventos de campanha, o candidato do PSOL é enfático ao afirmar que ele chegará na frente de Geraldo e que, num eventual segundo turno, terá o apoio dos governos estadual e federal. Pra completar o clima delicado na campanha emedebista, o resultado das últimas pesquisas coloca o vice-governador empatado tecnicamente com Kleber, ambos muito distantes do atual prefeito Bruno Reis, que, segundo as pesquisas, caminha para ser reeleito com larga vantagem no dia 6 de outubro.
À procura de culpados
Quem transita na própria base do governo em Salvador diz que a debandada de candidatos a vereador do grupo de Geraldo se dá, dentre outros motivos, à falta de ajuda de Zé Trindade, presidente da Conder. O que muitos perguntam é se essa postura tímida da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado acontece pelo fato de Trindade ter sido preterido do processo, não se tornando o candidato a prefeito do grupo, ou se foi ordem veio de Brasília, mais precisamente do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). “O certo é que da Conder não tá saindo nem pintura de meio-fio”, como afirmou um candidato a vereador da federação PT-PCdoB-PV.
Governo espera reação
Tentamos conversar com integrantes da cúpula do governo para entender como os caciques do grupo estão vendo a campanha de Geraldo em Salvador. Segundo informações obtidas por quem transita com desenvoltura na Governadoria, a expectativa ainda é que haja uma reação do candidato nessa reta final e que ele possa pontuar melhor do que Major Denice Santiago, em 2020. “A campanha começou pra valer na segunda (23). Até o dia 6, muita coisa pode acontecer e embalar nosso candidato”, como disse um deputado, que pediu para não ser identificado.
A força do 13
Quando há a associação da imagem do emedebista com o presidente Lula, as pesquisas colocam Geraldinho com mais de 20%. O problema é que a força do 13 não está sendo usada e o 15, do MDB, não consegue alavancar o candidato nessa disputa. “Então, para um cara que vota 13 a vida toda, é difícil votar em outro partido, querer votar no 15”, explicou um figurão do governo estadual.
Show de mobilização
Quem está muito bem na fita, junto ao governador Jerônimo Rodrigues e o senador Jaques Wagner, é o coordenador-executivo da campanha de Geraldo, o vereador licenciado Henrique Carballal. Como falamos no começo desta coluna, quem acompanha os eventos de campanha percebe o esforço do ex-petista em mobilizar a base e fazer eventos que tenham engajamento e participação popular. Agora, porque essa movimentação não está se traduzindo em votos é o xis da questão…
O pé no chão de Bruno
Com folga na liderança em todas as pesquisas de intenção de voto, o prefeito Bruno Reis tem pregado um discurso de humildade, sempre que é instado a avaliar a campanha de Salvador. Em conversa com o Portal M!, no evento que homenageou a advogada Isabela Suarez, o prefeito reforçou que “não existe eleição ganha” e que, por isso, há a necessidade de seguir dialogando com a população até o dia da eleição. “Meu trabalho não vai parar. Estou na mesma pegada, mobilizando a cidade, mostrando a importância de a gente fazer o trabalho até o último minuto. Não existe eleição ganha”.
Termômetro das ruas
Apesar do discurso de “pé no chão”, o prefeito tem cravado que as eleições serão decididas já no primeiro turno. Bruno entende que, mesmo diante de um cenário tão positivo, é preciso manter uma rotina intensa, sobretudo, nessa reta final da campanha. São de 12h a 16h de trabalho por dia. “Quem já está na vida pública há muito tempo, como eu, sabe que o trabalho precisa ser feito com humildade, nas ruas e com o pé no chão. Por isso, estamos com tudo programado até o dia 5, véspera da eleição”.
A eleição mais disputada
Pelo visto, a campanha mais acirrada nessa eleição continua sendo Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. Os candidatos Flávio Matos (União Brasil) e Luiz Caetano (PT) protagonizam o maior tensionamento entre as grandes cidades do Estado. A disputa está sendo voto a voto, sem favoritismo. O ex-prefeito Caetano parece levar vantagem, segundo as pesquisas de intenção. No entanto, o prefeito Elinaldo e seu grupo estão “armados para a guerra”, sobretudo, nessa final de campanha, que ainda tem contornos imprevisíveis.
Cenário de Feira
Apesar da possibilidade do segundo turno, o esperado é que a eleição em Camaçari seja decidida no dia 6, já que não há uma terceira via robusta no município. O mesmo cenário acontece em Feira de Santana, onde o ex-prefeito Zé Ronaldo caminha para ser eleito no primeiro turno. O fato do deputado Pablo Roberto (PSDB) ter recuado da campanha e aceitado ser vice do União Brasil tirou a possibilidade do pleito ser definido no final de outubro. Quem acompanha a política na Princesa do Sertão diz que só uma hecatombe pode evitar que Zé Ronaldo volte a comandar o município, já que a força de Lula não tem sido suficiente para embalar seu candidato como era previsto.
Conquista ‘sub judice’
Os apoiadores da prefeita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos (UB), continuam otimistas com a possibilidade do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) derrubar a decisão do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), que declarou a inelegibilidade da atual mandatária do município. A Justiça Eleitoral baiana entendeu que a prefeita estava inelegível, sob o argumento de estar disputando o terceiro mandato, já que ela sucedeu à mãe, Irma Lemos, que havia subido de vice para prefeita com o afastamento de Herzem Gusmão no final de 2020. A decisão embaralha o jogo na cidade. É Muita Informação!
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