Bolsa de Nova York sofre perdas históricas e tarifas de Trump impactam relações com UE e Japão
Políticas econômicas e comerciais de Trump, especialmente em relação a tarifas e disputas comerciais, têm gerado preocupações nos EUA e na economia global

O governo Donald Trump completou 50 dias de mandato na segunda-feira (10), com a Bolsa de Nova York registrando o pior desempenho desde 2009, no governo do ex-presidente Barack Obama. Além disso, as políticas econômicas e comerciais de Trump, especialmente em relação a tarifas e disputas comerciais, têm gerado preocupações nos EUA e na economia global.
Impacto nas bolsas de Nova York
De acordo com o índice Dow Jones Industrial Average, foi registrada uma queda de 3,6% desde a posse de Trump, enquanto o S&P 500 teve um recuo de 6,4%, e o Nasdaq despencou 11%. O Russell 2000, que reúne empresas de menor valor de mercado, também sofreu perdas expressivas, com queda de 11,3%. Todos esses índices estão abaixo dos níveis registrados no dia da eleição presidencial, em 5 de novembro de 2024, quando a vitória de Trump provocou um rali de otimismo nas bolsas de valores.
No entanto, a situação mudou e as ações em Wall Street começaram a cair, especialmente após a máxima histórica do S&P 500 em 19 de fevereiro. Os dados apontam que empresas como a Tesla, de Elon Musk, têm sofrido perdas significativas. A venda generalizada de ações tem causado inquietação entre investidores, que temem uma desaceleração econômica devido às incertezas políticas internas e externas dos EUA.
Impacto das tarifas de Trump
As tarifas comerciais impostas pelo governo Trump têm causado uma série de consequências para a economia global. O dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Olli Rehn, alertou que as tarifas contra a União Europeia e a China podem reduzir o Produto Interno Bruto (PIB) global em mais de 0,5% em 2025 e 2026. A economia da zona do euro, que já enfrenta desafios internos, pode ser ainda mais afetada por essas medidas.
“O impacto na economia da zona do euro pode ser um pouco maior do que isso. Uma guerra comercial pode levar a pressões ascendentes e descendentes sobre os preços. Precisamos de soluções europeias comuns que devem ser implementadas de forma a fortalecer de maneira eficaz a nossa segurança externa”, disse Rehn, em publicação no site oficial do BCE.
O dirigente destacou ainda que uma guerra comercial pode levar a pressões tanto ascendentes quanto descendentes sobre os preços, o que afetaria diretamente o poder de compra e a estabilidade econômica das nações envolvidas.
Disputas tarifárias entre Japão e EUA
Além das tensões com a União Europeia e a China, as tarifas impostas pelos EUA também têm gerado desconfiança entre aliados tradicionais, como o Japão. O ministro do Comércio japonês, Yoji Muto, viajou a Washington em busca de garantias de isenção tarifária para produtos como carros, aço e alumínio, mas não obteve êxito.
Segundo Muto, o Japão “não deveria estar sujeito a tarifas de 25% sobre seus produtos”, principalmente porque o país ajudou os EUA com investimentos na economia norte-americana, além da criação de novos empregos. O ministro japonês teve reuniões com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, e o conselheiro econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, que confirmaram a importância do Japão, mas negaram o pedido de Muto.
“Devemos continuar a afirmar nossa posição”, declarou o ministro japonês.
Em vista da política tarifária de Trump, o Japão tem buscado fortalecer laços econômicos com outras nações, como o Reino Unido, com o qual firmou um acordo para promover o comércio internacional justo e baseado em regras.
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