Polícia prende suspeitos por tráfico de maconha líquida em operação na Bahia e São Paulo

A Polícia Civil da Bahia deflagrou, nesta segunda-feira (10), uma operação para desarticular uma organização criminosa especializada na venda de maconha líquida, substância utilizada em cigarros eletrônicos, popularmente conhecidos como “vapes”. A ação ocorre simultaneamente em Salvador e São Paulo e já resultou na prisão de dois suspeitos.

Um dos alvos foi localizado no Corredor da Vitória, bairro nobre da capital baiana, enquanto o segundo mandado de prisão foi cumprido na cidade de São Paulo. Segundo a polícia, o grupo investigado atuava na distribuição do produto ilícito, que vem sendo cada vez mais apreendido em operações contra o tráfico de drogas no Brasil.

Apreensões e investigações em andamento

Durante a operação, equipes do Departamento Especializado de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) apreenderam maconha líquida, cigarros eletrônicos e outros materiais ilícitos. Ao todo, estão sendo cumpridos 27 mandados de busca e apreensão em diversos bairros de Salvador.

O material confiscado será encaminhado para perícia, e as investigações continuam para identificar outros envolvidos no esquema. A Polícia Civil reforçou que os suspeitos presos permanecerão à disposição da Justiça para as devidas providências legais.

Crescimento do uso de maconha líquida preocupa autoridades

O uso da maconha líquida tem se tornado uma preocupação crescente para autoridades de saúde e segurança pública. Comercializada em cartuchos para cigarros eletrônicos, a substância contém alta concentração de tetraidrocanabinol (THC), princípio ativo da maconha, e pode ter efeitos psicoativos mais intensos do que a droga em sua forma tradicional.

Além disso, o consumo desse tipo de produto representa riscos à saúde, especialmente devido à falta de controle sobre sua composição e possíveis misturas com substâncias químicas nocivas.

Governador determina investigação sobre operação policial

A operação da Polícia Militar no bairro Fazenda Coutos, realozada na ultima terça-feria (4), que resultou na morte de 12 suspeitos, está sendo investigada por determinação do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT). A ação policial, foi motivada por uma disputa entre facções criminosas pelo controle do tráfico de drogas na região. Moradores já haviam denunciado intensos tiroteios antes da intervenção das forças de segurança.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), os suspeitos estavam fortemente armados e utilizavam residências e áreas de mata como pontos estratégicos. No momento da abordagem policial, houve resistência, e os agentes foram recebidos a tiros. O confronto resultou na morte dos 12 suspeitos e na apreensão de diversas armas, incluindo submetralhadoras, pistolas e revólveres, além de drogas, rádios comunicadores, balaclavas e balanças de precisão.

O governador Jerônimo Rodrigues afirmou que a operação será analisada para verificar se houve excessos por parte da polícia. Ele destacou que o secretário de Justiça e Direitos Humanos já iniciou diálogos com o Ministério Público e a Defensoria Pública para acompanhar o caso de perto. 

“Nós pedimos para que todo estudo seja feito, para averiguar se houve algum exagero da polícia”, declarou Rodrigues.

Reação política e impacto na segurança

A operação gerou um intenso debate entre políticos e especialistas em segurança pública. O deputado federal Capitão Alden (PL-BA) saiu em defesa dos policiais envolvidos e criticou a cobertura jornalística do caso. Segundo ele, alguns veículos de imprensa estariam apresentando os fatos de maneira tendenciosa e colocando em dúvida a conduta dos agentes.

Além das discussões políticas, a operação teve impacto direto na rotina dos moradores de Fazenda Coutos. O transporte público na região foi temporariamente suspenso devido aos confrontos, afetando a mobilidade de centenas de pessoas.