Moraes mantém prisão dos irmãos Brazão, acusados de serem mandantes dos assassinatos de Marielle e Anderson

Chiquinho Brazão, Domingos Brazão e Rivaldo Barbosa seguem em prisão preventiva desde março deste ano


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Redação 23/12/2024 19:00 Política
Moraes mantém prisão dos irmãos Brazão, acusados de serem mandantes dos assassinatos de Marielle e Anderson - Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter a prisão dos acusados de atuar como mandantes no assassinato da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes, seu motorista, em 2018. A decisão foi divulgada nesta segunda-feira (23), após ser assinada no sábado (21). As informações são da Agência Brasil.

Os acusados, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Chiquinho Brazão (sem partido), deputado federal, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, seguem em prisão preventiva desde março deste ano.

A investigação conduzida pela Polícia Federal aponta que o assassinato de Marielle Franco está ligado ao posicionamento da vereadora contra os interesses do grupo político dos irmãos Brazão, envolvidos em questões fundiárias em áreas controladas por milícias no Rio de Janeiro. Essa relação teria motivado o assassinato.

Delação de Lessa

A delação premiada de Ronnie Lessa, ex-policial e réu confesso pelos disparos contra Marielle, indicou que os irmãos Brazão e Barbosa foram os mandantes do crime. Segundo Lessa, Barbosa também participou dos preparativos da execução. Desde o início das investigações, os acusados negam envolvimento no caso.

Condenação

Em outubro, Lessa e Élcio de Queiroz, ex-policial que dirigiu o carro usado no crime, foram condenados pelo 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. Ronnie Lessa recebeu uma pena de 78 anos, nove meses e 30 dias de prisão, enquanto Élcio de Queiroz foi sentenciado a 59 anos, oito meses e dez dias.

Apesar das condenações dos executores, as investigações seguem em andamento, com a continuidade das acusações contra os suspeitos de serem os mandantes do assassinato. O caso de Marielle Franco permanece um dos mais emblemáticos da história recente do Brasil, envolvendo questões de política e criminalidade no Rio de Janeiro.

Durante o julgamento, os dois réus foram reconhecidos como responsáveis pela execução do crime que marcou a história política do Brasil. Além das penas por homicídios e tentativa de homicídio, a condenação também envolveu a receptação do veículo Cobalt utilizado no atentado, um carro clonado. A condenação dos réus encerra mais um capítulo na busca por justiça para Marielle e Anderson, com investigações que ainda continuam.

Moraes autoriza salário de suspeitos

Moraes autorizou que o delegado Giniton Lages, da Polícia Civil do Rio de Janeiro, receba parte de seu salário, podendo alcançar até R$ 12 mil. A decisão, tomada em 17 de dezembro, ainda não foi publicada, e, por isso, os argumentos detalhados do ministro não são conhecidos. O delegado estava recebendo o valor de um salário mínimo desde março, por uma determinação anterior de Moraes. Essa mudança ocorre enquanto Giniton Lages está afastado de suas funções e enfrenta medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica.

Giniton Lages é acusado de obstruir as investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, em 2018. Ele foi o primeiro delegado a assumir o caso, mas foi afastado após um ano de investigação, em março de 2019. A defesa do delegado contesta a restrição financeira desde março, argumentando que a limitação salarial prejudica o sustento de sua família.

O advogado Alexandre Dumans, que representa Lages, afirmou: “Foi o delegado Giniton quem descobriu a autoria do homicídio e prendeu Roni Lessa. Ele merecia uma medalha, e não um processo por uma suposta e genérica acusação de obstrução de Justiça”.

Sabotagem nas investigações

O delegado é investigado em dois inquéritos, um por suspeita de envolvimento no assassinato e outro por supostamente atrapalhar as investigações. Segundo a Polícia Federal (PF), Giniton Lages não teria solicitado diligências essenciais nas primeiras horas após o crime e teria contribuído para a sabotagem das investigações.

Em maio de 2018, ele teria tentado fazer com que um miliciano envolvesse um vereador no caso, para encobrir os verdadeiros mandantes, os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão. Além disso, a PF aponta que Giniton não requisitou imagens de câmeras de segurança e descartou um celular crucial para a apuração.

A investigação da PF contra o delegado se concentra em sua atuação durante os primeiros momentos após o crime. Giniton não é acusado de envolvimento direto no planejamento ou execução do assassinato de Marielle e Anderson, mas sua conduta durante a investigação é vista como prejudicial para o andamento do caso.

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