Ronaldo intensifica articulação para disputar presidência da CBF em meio a crise interna
Desde 1989, nenhuma eleição da entidade contou com mais de um candidato

Empresário e ex-atleta, Ronaldo Fenômeno está intensificando os movimentos nos bastidores para oficializar sua candidatura à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A crise interna na entidade, com pressões sobre o atual presidente Ednaldo Rodrigues, abriu espaço para o ex-jogador se posicionar como alternativa ao cargo.
Desde 1989, nenhuma eleição da CBF contou com mais de um candidato. Na época, Ricardo Teixeira derrotou Nabi Abi Chedid. Ednaldo, atualmente, conta com amplo apoio das federações, mas Ronaldo tenta capitalizar o momento de instabilidade para apresentar sua proposta de gestão.
Em 16 de dezembro, o ex-jogador publicou nas redes sociais que pretende “percorrer todos os cantos do Brasil, ouvir toda essa gente que precisa ser ouvida”. Ele também afirmou que quer apresentar um “projeto de investimento privado nunca antes visto” e “reconstruir a credibilidade da entidade máxima do futebol brasileiro”.
Ronaldo faz aparições na mídia e declarações
No dia seguinte, Ronaldo participou do programa “Mais Você”, na Globo, comentando sua nova empreitada. A participação foi alinhada após um encontro com Paulo Marinho, diretor-executivo do Grupo Globo, organizado por Rodrigo Paiva, então chefe de comunicação da CBF.
Rodrigo Paiva foi demitido por Ednaldo Rodrigues na quarta-feira (18), após rumores de seu envolvimento na campanha de Ronaldo. Em sua carta de demissão, foram mencionados “fatos e circunstâncias que vieram publicamente à tona nesta data”.
Para viabilizar sua candidatura, Ronaldo precisa do apoio de pelo menos quatro federações estaduais e quatro clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro. Hoje, o cenário é desfavorável, com dirigentes temendo retaliações e evitando declarações favoráveis ao ex-jogador.
Ronaldo busca por apoio político
Ronaldo tem viajado pelo Brasil para dialogar com dirigentes e cartolas. No entanto, nenhum presidente de federação manifestou apoio público ao Fenômeno até o momento.
Um dos principais aliados de Ronaldo é Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians. Amigos de longa data, os dois mantêm frequentes encontros. Andrés participou do evento beneficente Galácticos Open, organizado por Ronaldo em novembro, onde o ex-jogador reforçou seu desejo de liderar a CBF.
Ronaldo também busca suporte no Judiciário. Em jantares promovidos por aliados, como o deputado Aécio Neves, ele se reuniu com Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que concedeu liminar para Ednaldo retornar à presidência da CBF.
Negociações internacionais e exigências de Ronaldo
Outra exigência para Ronaldo assumir a presidência da CBF é desvincular-se de clubes. O ex-jogador negocia a venda de suas ações no Valladolid, clube espanhol onde é sócio majoritário, e explora alternativas em Dubai para viabilizar a transação com menores impostos.
O sistema de votação da CBF ainda aguarda decisão do STF. Atualmente, o voto das federações estaduais tem peso três, enquanto clubes das Séries A e B possuem pesos dois e um, respectivamente. A data para as eleições ainda não foi definida.
Ednaldo Rodrigues tem até março de 2025 para convocar as eleições. O prazo dá tempo para Ronaldo intensificar articulações e fortalecer sua base de apoio.
Crises constantes na CBF
Os problemas do futebol brasileiro vão além do desempenho em campo, marcado por derrotas e mudanças constantes de técnicos desde a saída de Tite após a eliminação na Copa do Mundo de 2022.
A busca por um técnico fixo para a Seleção Brasileira se tornou um reflexo da desorganização, intensificada pela recusa de Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid, em assumir o cargo. O treinador italiano confirmou conversas com Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, mas optou por permanecer no clube espanhol.
A instabilidade administrativa também domina a Confederação Brasileira de Futebol. Em dezembro de 2023, Ednaldo Rodrigues foi afastado do cargo por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que invalidou um termo de ajustamento de conduta firmado com o Ministério Público em 2022.
Menos de um mês depois, uma liminar do ministro Gilmar Mendes, do STF, o reconduziu à presidência, gerando uma percepção de desordem na entidade.
Problemas extrapolam o campo de jogo
A crise institucional da CBF se soma a episódios críticos em partidas, como o confronto Brasil x Argentina pelas Eliminatórias da Copa de 2026, que começou com atraso devido à falta de segurança no estádio. O incidente, que envolveu confusão policial e a retirada do time argentino liderada por Lionel Messi, evidenciou a falta de organização nos eventos esportivos.
A sequência de maus resultados em campo, aliados aos conflitos internos e à falta de estabilidade na liderança da CBF, contribuíram para deteriorar a imagem do futebol brasileiro tanto nacional quanto internacionalmente. Com o sistema de governança sob escrutínio e decisões judiciais pendentes, a seleção e a entidade enfrentam desafios para retomar credibilidade e eficiência organizacional.
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