Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são condenados pelo assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes
Ex-PMs foram obrigados ainda a pagar juntos R$ 706 mil em indenização por danos morais às famílias das vítimas
Mais de seis anos após o crime, os ex-sargentos da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados à prisão e multa pelas mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Ronnie Lessa foi condenado a 78 anos e 9 meses de prisão e Élcio de Queiroz a 59 anos e 8 meses. Além das penas, foram obrigados a pagar juntos R$ 706 mil em indenização por danos morais às famílias das vítimas. O júri popular, iniciado na manhã desta quarta-feira (30), culminou em uma decisão unânime dos jurados pela condenação.
Durante o julgamento, que ocorreu no 4º Tribunal do Júri da Justiça do Rio de Janeiro, Lessa e Queiroz assistiram às audiências por videoconferência, cada um detido em estabelecimentos distintos: Lessa no Complexo Penitenciário de Tremembé, em São Paulo, e Queiroz no Complexo da Papuda, em Brasília.
Marielle foi assassinada com quatro tiros na cabeça, enquanto Anderson foi atingido por três disparos nas costas. As investigações indicam que o crime foi motivado por disputas de poder envolvendo milícias no Rio de Janeiro.
“No momento em que percebo que era um homicídio, foi quando ele estacionou e falou: agora você tem que me ajudar”, relatou Élcio de Queiroz, que afirmou não ter conhecimento da intenção homicida até o dia do crime. Por outro lado, Ronnie Lessa reconheceu que sua motivação era financeira, alegando que poderia receber R$ 25 milhões para executar o crime. “Fiquei cego, minha parte eram R$ 25 milhões”, declarou Lessa.
Durante o primeiro dia de julgamento, o promotor de Justiça Eduardo Martins afirmou que o objetivo de Lessa era eliminar todas as pessoas presentes no carro da vereadora, uma tentativa de “queima de arquivo”. O promotor apresentou evidências visuais da cena do crime, ressaltando a brutalidade do ataque. “Se eu deixo o motorista vivo, ele pode anotar minha placa”, argumentou.
Testemunhas foram ouvidas, incluindo a assessora Fernanda Chaves, que sobreviveu ao atentado. Ela recordou que Marielle não reagiu após ser atingida. “Percebi que Anderson esboçou uma reação de dor e soltou do volante”, lembrou Chaves. Outras testemunhas também foram chamadas, incluindo familiares das vítimas e agentes de segurança envolvidos nas investigações.
A defesa de Lessa, representada por Saulo Carvalho, pediu que a condenação fosse justa. “Peço a condenação, mas que seja justificada pelos atos que ele de fato cometeu”, afirmou. A advogada de Élcio, Ana Paula Cordeiro, sustentou que seu cliente não conhecia Marielle e que sua participação no crime foi secundária.
“Ronnie planejou o crime, adquiriu o carro, preparou a arma e a munição, e foi quem efetuou os disparos”, detalhou a defesa, solicitando uma pena menor para Queiroz em comparação a Lessa.
As investigações do caso não se limitaram apenas aos réus. Em março de 2024, três indivíduos foram presos como supostos mandantes do crime: Domingos Brazão, Chiquinho Brazão e Rivaldo Barbosa, que negaram envolvimento. No entanto, Ronnie Lessa, em delação premiada, revelou que os mandantes receberam ofertas financeiras para a execução de Marielle devido a atuação das milícias na disputa por terrenos no Rio de Janeiro.
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