Hugo Motta responsabiliza governo por alta nos alimentos e cobra ‘dever de casa’ fiscal urgente
Presidente da Câmara aponta impacto da gestão econômica nos alimentos e defende corte de gastos como solução para instabilidade

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), responsabilizou, nesta segunda-feira (7), a ausência de uma política fiscal rigorosa pela alta nos preços dos alimentos no Brasil. Durante evento promovido pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o parlamentar defendeu que medidas de controle de gastos e maior responsabilidade nas contas públicas poderiam ter atenuado ou até evitado os efeitos da inflação sobre a cesta básica.
O deputado mencionou diretamente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ao comentar que, em conversas anteriores com ambos, defendeu a urgência de uma agenda de ajuste fiscal. Para Motta, o que ele chama de “dever de casa fiscal” seria a chave para controlar fatores internos que agravam a inflação, especialmente aqueles relacionados à valorização do dólar.
“Nós temos defendido isso, colocar junto ao governo e ao próprio ministro Haddad essa necessidade (de cortes de gastos). Nas vezes que estive com o presidente da República, nós colocamos que muitas dessas discussões que se faz hoje acerca da alta taxa de juros e da elevação dos preços dos alimentos, isso tudo poderia ser resolvido”, disse o parlamentar.
Política fiscal é apontada como solução para instabilidade econômica
De acordo com Motta, a inflação dos alimentos tem múltiplas causas, incluindo variáveis internacionais como safras e oscilações no mercado global. No entanto, reforçou que parte significativa do problema está ligada ao câmbio. Para ele, a cotação do dólar, que influencia diretamente o custo de insumos e produtos alimentares, poderia estar mais controlada se o Brasil tivesse adotado uma conduta mais firme na gestão fiscal.
A crítica à falta de disciplina orçamentária veio acompanhada da defesa de uma revisão mais ampla dos gastos públicos. O presidente da Câmara classificou a responsabilidade fiscal como um “remédio para várias patologias que o nosso país tem” e afirmou que os efeitos positivos de uma sinalização nessa direção são percebidos imediatamente pelo mercado.
Deputado defende ajustes como resposta à pressão por juros mais baixos
Além da inflação, Hugo Motta relacionou a ausência de reformas fiscais ao debate sobre a política de juros. Segundo ele, o argumento utilizado pelo governo para pressionar por cortes na taxa básica de juros (Selic) perde força se não houver contrapartida em forma de equilíbrio nas contas públicas.
A crítica implícita é à postura do Executivo federal, que tem buscado maior expansão de gastos para programas sociais e investimentos, sem, segundo Motta, apresentar uma estratégia clara de compensação fiscal. Para o deputado, o discurso por juros mais baixos precisa estar acompanhado de medidas concretas que transmitam confiança ao mercado financeiro.
Evento reúne representantes do governo paulista e Congresso
O encontro na Associação Comercial de São Paulo também contou com a presença de nomes de destaque no cenário político nacional. Representando o governo do Estado de São Paulo, liderado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), estiveram presentes os secretários Gilberto Kassab (Relações Institucionais), Samuel Kinoshita (Fazenda) e Guilherme Afif Domingos (Projetos Estratégicos).
Entre os parlamentares que acompanharam Hugo Motta estavam o líder do PSD na Câmara, deptado Antonio Brito (BA), e o deputado Danilo Forte (União-CE). A participação de membros da base do governo paulista e de partidos do centrão evidencia a articulação política em torno da pauta fiscal, que deverá ganhar força no Congresso Nacional nos próximos meses.
Redação
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