Em entrevista concedida nesta segunda-feira (7) aos jornalistas Matheus Morais e Osvaldo Lyra, no programa De Olho na Bahia, da Rádio Mix Salvador (104.3 FM), o presidente estadual do PL, João Roma, fez duras críticas ao governo Lula e ao Partido dos Trabalhadores (PT). Segundo ele, o desgaste do atual governo tem sido especialmente sentido entre os mais pobres, que estariam decepcionados com promessas não cumpridas.

“Por onde se anda, é possível perceber a população pobre revoltada com esse estelionato eleitoral do PT. Lula tinha uma das maiores popularidades aqui na Bahia”, bradou Roma.

“Era raríssimo ele cair de 60%. Agora veio para menos de 40%. Ele caiu no Brasil, mas na Bahia caiu ainda mais”, completou.

Necessidade de unificar direita em 2026

Segundo o ex-ministro da Cidadania no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o sentimento de frustração tem se intensificado à medida que os efeitos da crise econômica se agravam. “Prometeram cervejinha e picanha, e hoje não dá para comprar nem um pacote de café e nem uma bandeja de ovos. Uma bandeja que custava R$ 10 hoje está R$ 30. Para o cidadão de classe média, isso muda o hábito. Para o pobre, é fome.”

Ao ser questionado sobre a possibilidade de uma aliança com o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil), João Roma afirmou que a unificação da oposição na Bahia é mais que possível: “é necessária”. Ainda na entrevista, ele voltou a dizer que teve uma conversa recente com ACM Neto após 2 anos sem diálogo, em razão de divergências políticas nas eleições de 2022

“Mais do que uma possibilidade, eu acho que isso hoje é uma tendência aqui no estado da Bahia”, afirmou.

Na avaliação de Roma, mais importante do que projetos pessoais, a união da direita em torno de uma agenda para tirar o PT do poder é um dever político. “Mais do que os sonhos de João Roma ou de ACM Neto, nós temos que buscar a defesa da população baiana. E hoje, o que mais dificulta o caminho da população é essa permanência do governo do PT, que não tem melhorado a vida do povo.”

Comparações com São Paulo e críticas à segurança pública

Roma também citou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como exemplo de gestão eficiente que poderia servir de inspiração para a Bahia. “Estive em São Paulo com o governador Tarcísio. Lá não está tendo invasão de terra, lá estão tendo providências, investimento, as obras estão acontecendo. E o que acontece na Bahia? Aqui temos uma ausência do Estado, que permite o avanço do crime organizado. Isso não podemos admitir.”

O presidente do PL também criticou a atuação do governo estadual em relação à segurança pública, afirmando que a Bahia se transformou em “solo fértil para o crime organizado”, especialmente em áreas rurais e periferias.

Conscientização política será motor da mudança

Ao falar sobre as estratégias para mobilizar o eleitorado nas pequenas cidades e zonas rurais da Bahia, Roma destacou a importância da conscientização da população. “Hoje eu vejo um povo pulsante. O cidadão mais simples com o celular na mão está atento. Vê seu filho tendo que ir para São Paulo porque aqui não tem oportunidade. Quando esse filho volta, conta como é viver em um lugar com progresso. E o povo quer isso aqui também.”

Segundo o presidente do PL na Bahia, a verdadeira transformação virá da base, por meio da informação e do engajamento político. “O povo baiano tem sido refém de um governo que quebra as pernas e oferece uma muleta. Nós queremos uma economia forte, com menos impostos, para que cada um possa andar com suas próprias pernas”.

Essa Bahia é grandiosa e está adormecida, sufocada por esse governo do PT. Precisamos despertar isso no coração da população”, concluiu.