A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) formalizou, no último domingo (19), um pedido à Polícia Federal (PF) solicitando a abertura de um inquérito para investigar ameaças de morte que ela tem recebido nas redes sociais. Elas surgiram após a líder do seu partido na Câmara dos Deputados divulgar um vídeo em que rebate acusações do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre o sistema de pagamentos Pix. A deputada relatou que, além das agressões direcionadas a ela, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também foi alvo de ameaças.

Ameaças de morte e incitação de violência

Após a publicação do vídeo em questão, diversos internautas utilizaram a rede social X para fazer postagens violentas. As mensagens de ódio eram explícitas e detalhavam ameaças graves à integridade física de Hilton.

Em uma das postagens, um usuário sugeriu que a deputada deveria ser “fuzilada”, enquanto outros chegaram a afirmar que “pistoleiros deveriam ser contratados para ficar em sua cola”. Outra ameaça ainda fazia referência ao assassino da vereadora Marielle Franco, mencionando que um “Projeto Ronnie Lessa 2.0” deveria ser colocado em prática.

De acordo com a assessoria da deputada, ela não foi a única a ser alvo de ataques, uma vez que o presidente Lula também foi mencionado nas mensagens de violência. Em resposta às ameaças, os advogados de Hilton enviaram as informações dos perfis responsáveis pelas postagens à Polícia Federal, pedindo a identificação dos autores dos crimes.

Resposta da deputada 

Em um comunicado à imprensa, Erika Hilton não demonstrou medo diante das ameaças e reforçou sua determinação em seguir com sua defesa da verdade. “Não recuarei. Estou, junto de meus advogados e equipe de segurança, tomando as medidas cabíveis para responsabilizar quem comete crimes, mas, acima de tudo, não podemos perder o foco, que é espalhar a verdade sobre os fatos”, afirmou a deputada.

A solicitação de abertura do inquérito à PF reflete a seriedade das ameaças e a busca por responsabilização de quem comete tais delitos. A deputada e sua assessoria estão comprometidas com a busca pela justiça, garantindo que os agressores sejam identificados e punidos conforme a lei.

Vídeo polêmico e ‘crise do pix’

O vídeo que gerou as ameaças foi divulgado no sábado (18), e teve grande repercussão nas redes sociais. Erika Hilton se posicionou sobre a polêmica envolvendo o pix, um sistema de pagamentos instantâneos que vem gerando debates no cenário político. No vídeo, a deputada criticou as afirmações de Nikolas Ferreira, que havia sugerido que o governo Lula defendia a taxação do pix. Hilton desmentiu essas alegações e explicou que a proposta de taxação foi, na realidade, uma iniciativa do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

A deputada, que gravou o vídeo usando um cenário branco, fez questão de esclarecer que o governo Lula nunca propôs a taxação do sistema, destacando que a proposta vinda do ex-ministro Guedes era, sim, uma medida relacionada a uma tentativa de ampliação da fiscalização sobre as movimentações financeiras.

Impacto da instrução normativa da receita federal

O vídeo gerou grande repercussão nas redes, alcançando 80 milhões de visualizações em apenas 12 horas, conforme relatado pela assessoria de Hilton. A origem da polêmica está ligada à Instrução Normativa da Receita Federal, que foi publicada em setembro de 2024 e entrou em vigor em janeiro de 2025. A normativa ampliava a fiscalização sobre transações realizadas por meio do Pix, o que gerou desconforto em uma parte da população e associado ao governo Lula.

Em resposta à onda de desinformação, o governo federal revogou a instrução e explicou que a medida havia sido mal interpretada. As autoridades apontaram a disseminação de informações falsas como um dos principais fatores que causaram a “crise do Pix”, destacando que a revogação visava corrigir as distorções causadas pelo equívoco.