Tiago Correia minimiza migração de prefeitos para base governista e reforça ACM Neto como principal nome da oposição na Bahia
Ao programa De Olho na Bahia, da Rádio Mix Salvador, parlamentar disse que gestores municipais já tinham proximidade com governo antes mesmo da adesão

O líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), deputado Tiago Correia (PSDB), reagiu, nesta terça-feira (1º), à movimentação de prefeitos que deixaram a base do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), e passaram a apoiar o governador Jerônimo Rodrigues (PT). Em entrevista ao programa De Olho na Bahia, da Rádio Mix Salvador (104.3 FM), – comandado pelos jornalistas Osvaldo Lyra e Matheus Morais, o presidente do PSDB no estado ressaltou que, muitos dos gestores municipais já tinham proximidade com o governo antes da migração.
“Desses prefeitos anunciados, pelo menos uns cinco que a gente foi analisar não votaram com Neto, eram prefeitos que estavam no partido até do nosso lado, mas prefeitos que já acompanhavam o governo e depois anunciaram seis por meia dúzia“, afirmou Correia.
Correia destacou que é natural que prefeitos busquem apoio do governo estadual para administrar suas cidades. Ele citou o caso da prefeita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos (União Brasil), que teve reuniões recentes com representantes do governo, e pontuou que isso não significa uma mudança de lado político.
“Sheila Lemos teve agenda há poucos dias com o Adolpho Loyola, deve ter uma agenda com o governador e ela vai buscar recursos para a cidade. Isso não quer dizer que ela abandonou o nosso grupo“, explicou o deputado.
Ele também mencionou que, ao mesmo tempo, em que alguns prefeitos migram para o governo, outros passam a apoiar a oposição. “Acompanhando um grupo de Whatsapp, diziam: ‘tal prefeito vai largar Neto e diz que vai apoiar o governador’. Imediatamente o ‘banda B’, o ex-prefeito de lá, que apoiava o governador, anunciou que agora vai para Neto.“, exemplificou.
Política municipal e influência do governo
Para o deputado, a política em cidades do interior é dinâmica e marcada por rivalidades locais. Ele ressaltou que é comum que grupos políticos se alternem entre oposição e governo, muitas vezes por questões históricas e familiares.
“Vocês sabem como funciona a política no interior, é muito mais seccionada do que nos grandes porque normalmente são dois, ou às vezes três grupos políticos. Se um grupo migra para o lado, o outro grupo migra para o outro, não tem como juntar“, explicou Correia.
Segundo ele, os prefeitos seguem buscando recursos para seus municípios, independentemente do partido no poder. “Conheço muitos prefeitos que estão fazendo esses movimentos e falam ‘Tiago, estou governando minha cidade e na hora certa eu sei onde votar’“, acrescentou.
Correia citou o caso do prefeito Hildécio Meireles (União Brasil), de Cairu, que sempre foi um nome de oposição, mas recebeu um pacote de investimentos de R$ 150 milhões do governo estadual, o que teria influenciado sua decisão política.
“O governo do Estado aprovou. É difícil você ir de encontro a um movimento financeiro“, afirmou o deputado.
Ele também mencionou promessas de repasses feitas por gestões anteriores para atrair apoio político. “Essa compra de apoios não acontece só agora. Ela aconteceu durante a campanha quando o então governador Rui Costa prometeu milhões de emendas que inclusive não foram executadas“, declarou.
Estratégia para enfrentar fragilidades
Para o líder da oposição, o movimento de migração de prefeitos para a base governista faz parte de uma estratégia para minimizar dificuldades na administração estadual e gerar desgaste na oposição.
“Eu acredito que sim, é tudo uma estratégia para tentar desestabilizar, para tentar confundir a cabeça principalmente de quem não acompanha política“, avaliou.
Correia afirmou que, diante da oferta de recursos, alguns prefeitos acabam aderindo ao governo mesmo tendo histórico de oposição.
“Eu acho que, talvez, a gente estivesse fazendo o mesmo. E eu como prefeito, como o Hildecio, que tem uma história na sua militância e no seu direcionamento político, é um cara que foi um líder combativo da oposição e do PT, talvez o líder mais combativo que a Assembleia teve, sofreu muito na campanha de prefeito e agora vem um pacote de R$ 150 milhões em obras para a cidade“, ressaltou.
ACM Neto como nome da oposição
Na ocasião, o deputado também reforçou que ACM Neto segue sendo o principal nome da oposição na Bahia e que as pesquisas indicam sua força política no estado. “É inegável que ACM Neto é o principal nome da oposição no Estado, isso quem diz não sou eu, são as pesquisas“, declarou.
Correia disse ainda que até mesmo levantamentos internos do governo mostram preocupação com o crescimento de Neto. “Inclusive existem pesquisas internas do próprio governo, a gente tem informações de colegas do próprio governo, que existe inclusive uma preocupação, porque não esperavam que Neto estivesse tão bem“, revelou.
Influência do governo federal no Nordeste
Outro ponto destacado pelo parlamentar, foi a forte presença do governo federal nas pequenas cidades do Nordeste, o que influencia no cenário político local. Ele citou o impacto dos programas sociais na eleição passada, mas destacou que a popularidade do presidente Lula tem caído.
“Nessas pequenas cidades do Nordeste, não é exclusividade da Bahia, existe um assistencialismo muito grande do governo federal e isso foi demonstrado na campanha anterior“, disse.
Correia afirmou que há descontentamento crescente com a gestão federal, principalmente em relação à economia. “Muitas vezes conversa com pessoas mais humildes, que falam ‘votei no Lula, mas dessa vez não voto mais não‘”, relatou.
O deputado criticou a condução econômica do governo federal e declarou que a população sente os efeitos da inflação e dos altos preços dos produtos básicos. “Uma placa de ovo hoje é mais do que R$ 30. Ontem saiu uma notícia que deve haver um reajuste agora em seis vezes o valor do pacote de café“, disse.
Correia também criticou declarações recentes do presidente Lula e disse que ele tem perdido o filtro ao se expressar publicamente. “Ele perde o filtro, começa a falar o que pensa, sem filtro, e os resultados do governo e da política econômica dele são desastrosos“, afirmou.
Críticas internas
O deputado também comentou declarações recentes do prefeito de Luís Eduardo Magalhães, Junior Marabá (PP), que apontou uma ‘falta de liderança’ do ex-prefeito ACM Neto.
“Até com minha esposa, até com os meus filhos, com meu pai e com minha mãe, com meus irmãos em certos momentos eu vou ter queixas, como o Junior fez. Acho que talvez o Junior, por algum motivo, pela sua perspicácia em perguntar, deixou escapulir um problema que ele teve, um sentimento que estava guardado ali“, disse Correia.
Ele ressaltou que desentendimentos são normais dentro de qualquer grupo político, mas que devem ser resolvidos internamente. “Problema dentro de casa, a gente trata dentro de casa“, disse ele.
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