A avaliação negativa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrou a primeira queda desde novembro de 2023, segundo uma pesquisa da AtlasIntel, em parceria com a Bloomberg, divulgada nesta terça-feira (1º). Apesar do recuo, a percepção geral sobre a gestão segue predominantemente negativa, mas o resultado sinaliza um movimento favorável ao governo.

Segundo o levantamento, 49,6% dos entrevistados consideram o governo Lula ruim ou péssimo, enquanto 37,4% avaliam como ótimo ou bom e 12,5% o classificam como regular. Apenas 0,5% dos entrevistados não souberam responder. Em comparação com a última pesquisa realizada em fevereiro, quando 50,8% desaprovavam a gestão, houve uma leve redução na rejeição.

No entanto, o índice de aprovação do presidente também recuou no mesmo período. Em fevereiro, 45,7% dos entrevistados aprovavam o desempenho de Lula, número que caiu para 44,9% em março. Já a taxa de desaprovação aumentou de 53% para 53,6%, mantendo-se dentro da margem de erro de 1 ponto percentual, com taxa de confiança de 95%.

Desafios na responsabilidade fiscal e setores econômicos

Os principais pontos de crítica ao governo federal estão relacionados à responsabilidade fiscal e controle de gastos, bem como à atuação nos setores de indústria, energia e sistema elétrico, além da carga tributária.

A pesquisa também investigou a intenção de voto para as próximas eleições presidenciais, considerando cenários com candidatos de 2022 e outras possibilidades. Na simulação em que Lula e Jair Bolsonaro (PL) disputariam novamente, 45,6% declararam voto em Bolsonaro e 40,6% em Lula.

Outro cenário apresentado pela pesquisa incluiu nomes como Tarcísio de Freitas (Republicanos), Pablo Marçal (PRTB), Ronaldo Caiado (União), Eduardo Leite (PSDB), Simone Tebet (MDB), Romeu Zema (Novo) e Marina Silva (Rede). Lula lidera com 41,7%, seguido por Tarcísio (33,9%) e Pablo Marçal (5,4%).

Nos possíveis cenários de segundo turno, a pesquisa revela empates técnicos entre Lula e Tarcísio (47% a 46%) e entre Lula e Bolsonaro (48% a 46%). Em um embate com Pablo Marçal, o ex-coach venceria Lula por 51% a 46%. Já contra Ronaldo Caiado, Lula venceria por 47% a 37%.

Lídice da Mata vê possibilidade de recuperação da imagem de Lula

Nesta segunda-feira (31), em entrevista ao programa De Olho na Bahia, da Rádio Mix Salvador, a presidente do PSB-BA, deputada federal Lídice da Mata, analisou a baixa aprovação do governo Lula. Na ocasião, a parlamentar afirmou que ainda há tempo para reverter a queda de popularidade antes das eleições de 2026.

Lídice destacou que o cenário atual não deve ser interpretado como definitivo e que há um longo caminho até o próximo pleito. “Nós estamos em 2025 ainda, no início dele, não estamos nem na metade. Claro que tudo impacta na eleição, seja bom ou ruim, mas isso não quer dizer que o fato de estar ruim hoje não esteja melhor amanhã e não tenha condições de ganhar a eleição”, afirmou.

A deputada ressaltou que o governador Jerônimo Rodrigues (PT), também enfrenta desafios de popularidade, mas tem conseguido ampliar sua base de apoio, fortalecendo-se na relação com os municípios.

Melhorias na comunicação com população

Lídice da Mata também falou sobre o papel do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, na busca por melhorar a imagem do governo federal. A deputada acredita que a comunicação do governo Lula já mostra avanços, embora reconheça que os desafios ainda sejam grandes.

“A comunicação de Sidônio já está funcionando. Houve uma mudança na comunicação do governo do presidente Lula”, ressaltou. Para Lídice, no entanto, a comunicação sozinha não é suficiente para mudar o cenário. “Ninguém teve a pretensão de imaginar que um profissional de comunicação fosse resolver todos os problemas do governo”, acrescentou.